SóProvas


ID
3224056
Banca
CIEE
Órgão
TRT - 10ª REGIÃO (DF e TO)
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Conversa de água quente

Discordar a boca pequena, antes de mostrar respeito, pode esconder inveja. Discordar em público, antes de parecer afronta, pode ser reverência. É neste sentido que ouso ocupar este espaço para contrapor os conceitos defendidos pela grande cronista Martha Medeiros em sua recente coluna denominada “Mulher escrevendo enquanto toma chá”. Em resumo (e resumos são sempre perigosos), ela diz admirar os títulos simples e meramente descritivos das telas de mestres da pintura para justificar insegurança e preguiça no momento de nomear suas próprias criações. Junto, relativiza a importância daquelas poucas palavras que merecerão destaque garrafal no texto – o oposto do que acontece nas galerias. E se contradiz, em parte: reconhece a dúvida (logo, o sofrimento) para escolher os títulos de seus livros. No fundo, sabe que não pode ser tão relaxada quanto deseja que acreditemos.
Aprendi a importância da sedução nos títulos em tempos pretéritos, compondo “chamadas” publicitárias (por onde também circulou a poeta Martha). Mais tarde, enquanto preparava a terra a qual sustenta o que escrevo, o professor Assis Brasil ensinou em oficina: títulos devem conter promessas. O casamento deste par de conceitos, sedução e promessa, é síntese prodigiosa. Há mil maneiras de prometer e outras mil de seduzir – alguma será mais eficaz. Sob medida. Para quê? Para convencer até mesmo o sujeito mais distraído de que vale a pena abrir o livro, assistir ao filme, ver a exposição. Especialmente na crônica, títulos não miram o leitor habitual: servem para tornar leitor quem está de passagem. Abatê‐lo e carregar para dentro dos parágrafos. Talvez (belo propósito!), fazê‐lo contumaz dali em diante.
Bons títulos não salvam mau conteúdo e vice‐versa. O ideal é estarem parelhos. Se investi muitas horas de revisão e polimento no texto, vale a mesma regra para compor o título. Por exemplo: “Meio intelectual, meio de esquerda” é como se chama o ótimo livro do excelente Antonio Prata. “Bar ruim é lindo, bicho” é o nome da crônica da qual ele pescou a expressão levada à capa da obra. Viram como a mesma matriz pode gerar um título genial e outro meia‐boca? Pergunto: qual dos dois recebeu olhar mais atento? Por fim, na condição de arte, títulos devem trazer estranhamento, novidade. Luz. Ainda falando em sedução e promessa, o que dizer do nome deste livro: “Topless”? Nem preciso dizer quem é a autora…
Martha conclui a crônica (outro momento crucial) dizendo que, a partir daquele título simplório, o leitor pulou para dentro do texto. Verdade. Sou prova viva. Porém, o fiz por causa de outro destaque na página: o nome da colunista – este sim construído com apreço e ao longo de muitos anos. Registro aos jovens escritores: nada que se faça com preguiça e insegurança.
Muito bem, respeitarei o ponto de vista de uma das mais consagradas colunistas deste nosso tempo. Mas reitero que discordo de maneira fervorosa. Bons títulos dão trabalho? Muito. Exigem do escritor? Ao extremo. Valem o esforço? Sim! Isto é o que pensa, humildemente, este “Homem escrevendo enquanto toma chimarrão”.

(Rubem Penz. Conversa de água quente. Adaptado.) 

Levando em consideração a norma-padrão da Língua Portuguesa e, ainda a vigência do Novo Acordo Ortográfico, assinale a palavra escrita corretamente.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    A) Juri ? o correto é "júri".

    B) Subrogar ? o correto é "sub-rogar", com o prefixo -sub é permitido que, além do h e do b, também se utilize hífen quando a segunda palavra começa pela letra r.

    C) Coedição ? correto, o prefixo -co tem medo de ficar sozinho, é escrito junto.

    D) Euroasiático ? o correto é "euro-asiático" ? Elementos como afro-, anglo-, euro-, franco-, indo-, luso-, quando compõem adjetivos pátrios (também chamados de gentílicos), apresentam hífen.

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    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Regras importantes sobre Hífen

    Nos prefixos "CO" e "RE"

    1) Duas observações importantes: a) quando o segundo elemento tem h, perde-se esse h, e se juntam os elementos sem hífen (coabitar, coerdeiro); b) ainda que o segundo elemento se inicie pela mesma vogal que encerra o prefixo, mesmo assim não há hífen (coobrigado, cooperar, coordenação).

    2) hipótese de ser o segundo elemento iniciado por r ou s, dobram-se as consoantes:

    correferência, correlação, corresponsabilidade, corréu, cossecante, cossegurador, cossignatário.

    3) Não se abre exceção nem mesmo para a hipótese de ser o elemento seguinte iniciado por vogal. Exs.: coacusado, coadministrador, coapelante, coarrendante, coautor, coeditor, coeducador, coexistência, coigual, coindicação, coobrigar, cooperação, coordenação, counívoco.

    Fonte: Migalhas.

    Sucesso, Bons estudos, Nãodesista!

  • o co é covarde não fica sozinho

  • A) Juri → o correto é "júri".

    B) Subrogar → o correto é "sub-rogar", com o prefixo -sub é permitido que, além do h e do b, também se utilize hífen quando a segunda palavra começa pela letra r.

    C) Coedição → correto, o prefixo -co tem medo de ficar sozinho, é escrito junto.

    D) Euroasiático → o correto é "euro-asiático" → Elementos como afro-, anglo-, euro-, franco-, indo-, luso-, quando compõem adjetivos pátrios (também chamados de gentílicos), apresentam hífen.