SóProvas


ID
3233464
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
SES-PE
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A INTERNET NOS DEIXA MAIS BURROS OU MAIS INTELIGENTES?

ISABELLA MARQUES

    Diferente das gerações anteriores, que cresceram vendo televisão (ou seja, uma comunicação unidirecional no qual os receptores são passivos, não há a possibilidade de interação), a era da web faz com que nós produzamos conhecimento juntos, por meio do diálogo global. Todos têm iguais direitos de acessar, debater e expor ideias sobre um determinado assunto, e para isso basta um perfil no Facebook, acesso a fóruns de discussão, ou editar um verbete no Wikipédia, por exemplo.

   Na rede, a compreensão dos mais diversos assuntos é aprimorada, pois pode tornar-se objeto de novas reflexões e discussões, "montado" como peças de um quebra cabeça, produzido de pessoas para pessoas, cada um dando a contribuição que pode. Pouco a pouco, seria concebível afirmar que estamos, juntos, compreendendo melhor o mundo via internet. Em teoria, tudo muito lindo.

 O estudioso Mark Bauerlein, porém, coloca: “Muitos se perguntam qual o sentido de saber sobre Dom Pedro 2º quando dá para procurá-lo na Wikipédia. Mas a questão é: estudamos Dom Pedro 2º só para saber quando ele nasceu, as coisas que ele fez e o ano em que morreu? Ou estudamos figuras históricas como essa para desenvolver ideias sobre caráter, honra, inteligência e moral?”.    Acrítica de alguns atores está no fato de que não usamos a web majoritariamente como uma ferramenta de diálogo e compreensão, mas sim para fazer upload das nossas fotos e escrevermos futilidades.

  O problema não está na internet, mas sim no uso que fazemos dela. A começar pelo compartilhamento excessivo de informações, o que é evasivo à nossa privacidade: nós podemos não nos lembrar do que dissemos há anos, mas nas redes, fica lá memorizado, podendo um dia ser usado contra nós. Outro aspecto negativo está justamente no fato de qualquer um poder criar conteúdo: nada garante que a informação seja verdadeira (e esse é motivo pelo qual a Wikipédia talvez nunca seja aceita como fonte de pesquisa). 

   Quanto aos efeitos a longo prazo, o professor inglês Mark Bauerlein acredita que a internet piora a inteligência dos jovens em quatro aspectos: curiosidade intelectual, conhecimento histórico, consciência cívica e hábitos de leitura. Outros estudiosos sugerem também perda de concentração: fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo geraria uma fixação de informações e desempenho menor em cada uma das atividades.

   Estamos cada dia mais conectados, inseridos em um contexto tecnológico que pede cada vez mais participação, desenvolvendo novas habilidades e interesses. Por enquanto é apenas possível afirmar que a internet propicia um aprimoramento intelectual individual em questões como a habilidade em fazer variadas tarefas simultaneamente, pensamento lógico e capacidade de tomar decisões, enquanto que num contexto mais amplo tem permitido a humanização do conhecimento ao refletir quem nós realmente somos. Se isso é bom ou ruim, só o tempo poderá dizer-nos.

   (Este texto foi baseado nos estudos, textos e obras dos estudiosos Mark Bauerlein, Nicholas Carr, Don Tapscott e David Weinberger.) 

Retirado e adaptado de: <http://obviousmag.org/simplesmente/2016/a-internet-nos-deixa-mais-burros-ou-mais-inteligentes.html>. Acesso em

26 jul. 2018.

Considere a relação do tópico frasal e das ideias secundárias no trecho a seguir e assinale a alternativa que indica a que tipo pertence esse tópico frasal. “O problema não está na internet, mas sim no uso que fazemos dela. A começar pelo compartilhamento excessivo de informações, o que é evasivo à nossa privacidade: nós podemos não nos lembrar do que dissemos há anos, mas nas redes, fica lá memorizando, podendo um dia ser usado contra nós. Outro aspecto negativo está justamente no fato de qualquer um poder criar conteúdo: nada garante que a informação seja verdadeira [...]. ”.

Alternativas
Comentários
  • Na Declaração inicial o autor do texto faz uma declaração forte, capaz de surpreender o leitor, afirmando ou negando algo de início e, em seguida, justifica e comprova a afirmação com os seus argumentos, sejam estes comparações, exemplos, testemunhos de autores, dentre outros.

    Exemplo: “É um grave erro a liberação da maconha. Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado perderá o precário controle que ainda exerce sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda.”

  • TÓPICO FRASAL é a oração que introduz a ideia central a ser desenvolvida em um parágrafo.

  • Resumindo: DECLARAÇÃO INICIAL nada mais é que um TEXTO DISSERTATIVO, ao qual o autor tenta convencer o leitor sobre um ponto de vista.

  • https://www.stoodi.com.br/blog/portugues/topico-frasal/

  • parabéns Thiago Moreira, ótima explicação.

  • Só acho estranho a declaração inicial não ter nada de inicial. Quase no fim do texto.

    Se fosse somente declaração certamente eu teria marcado.

  • Nunca nem vi

  • Na Declaração inicial o autor do texto faz uma declaração forte, capaz de surpreender o leitor, afirmando ou negando algo de início e, em seguida, justifica e comprova a afirmação com os seus argumentos, sejam estes comparações, exemplos, testemunhos de autores, dentre outros.

    Exemplo: “É um grave erro a liberação da maconha. Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado perderá o precário controle que ainda exerce sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda.”

    TÓPICO FRASAL é a oração que introduz a ideia central a ser desenvolvida em um parágrafo.

    Resumindo: DECLARAÇÃO INICIAL nada mais é que um TEXTO DISSERTATIVO, ao qual o autor tenta convencer o leitor sobre um ponto de vista.