SóProvas


ID
3233467
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
SES-PE
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A INTERNET NOS DEIXA MAIS BURROS OU MAIS INTELIGENTES?

ISABELLA MARQUES

    Diferente das gerações anteriores, que cresceram vendo televisão (ou seja, uma comunicação unidirecional no qual os receptores são passivos, não há a possibilidade de interação), a era da web faz com que nós produzamos conhecimento juntos, por meio do diálogo global. Todos têm iguais direitos de acessar, debater e expor ideias sobre um determinado assunto, e para isso basta um perfil no Facebook, acesso a fóruns de discussão, ou editar um verbete no Wikipédia, por exemplo.

   Na rede, a compreensão dos mais diversos assuntos é aprimorada, pois pode tornar-se objeto de novas reflexões e discussões, "montado" como peças de um quebra cabeça, produzido de pessoas para pessoas, cada um dando a contribuição que pode. Pouco a pouco, seria concebível afirmar que estamos, juntos, compreendendo melhor o mundo via internet. Em teoria, tudo muito lindo.

 O estudioso Mark Bauerlein, porém, coloca: “Muitos se perguntam qual o sentido de saber sobre Dom Pedro 2º quando dá para procurá-lo na Wikipédia. Mas a questão é: estudamos Dom Pedro 2º só para saber quando ele nasceu, as coisas que ele fez e o ano em que morreu? Ou estudamos figuras históricas como essa para desenvolver ideias sobre caráter, honra, inteligência e moral?”.    Acrítica de alguns atores está no fato de que não usamos a web majoritariamente como uma ferramenta de diálogo e compreensão, mas sim para fazer upload das nossas fotos e escrevermos futilidades.

  O problema não está na internet, mas sim no uso que fazemos dela. A começar pelo compartilhamento excessivo de informações, o que é evasivo à nossa privacidade: nós podemos não nos lembrar do que dissemos há anos, mas nas redes, fica lá memorizado, podendo um dia ser usado contra nós. Outro aspecto negativo está justamente no fato de qualquer um poder criar conteúdo: nada garante que a informação seja verdadeira (e esse é motivo pelo qual a Wikipédia talvez nunca seja aceita como fonte de pesquisa). 

   Quanto aos efeitos a longo prazo, o professor inglês Mark Bauerlein acredita que a internet piora a inteligência dos jovens em quatro aspectos: curiosidade intelectual, conhecimento histórico, consciência cívica e hábitos de leitura. Outros estudiosos sugerem também perda de concentração: fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo geraria uma fixação de informações e desempenho menor em cada uma das atividades.

   Estamos cada dia mais conectados, inseridos em um contexto tecnológico que pede cada vez mais participação, desenvolvendo novas habilidades e interesses. Por enquanto é apenas possível afirmar que a internet propicia um aprimoramento intelectual individual em questões como a habilidade em fazer variadas tarefas simultaneamente, pensamento lógico e capacidade de tomar decisões, enquanto que num contexto mais amplo tem permitido a humanização do conhecimento ao refletir quem nós realmente somos. Se isso é bom ou ruim, só o tempo poderá dizer-nos.

   (Este texto foi baseado nos estudos, textos e obras dos estudiosos Mark Bauerlein, Nicholas Carr, Don Tapscott e David Weinberger.) 

Retirado e adaptado de: <http://obviousmag.org/simplesmente/2016/a-internet-nos-deixa-mais-burros-ou-mais-inteligentes.html>. Acesso em

26 jul. 2018.

De acordo com a colocação pronominal na Língua Portuguesa, assinale a alternativa que apresenta exemplo e explicação da regra adequados no contexto da frase.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA D

    A) Em ?Na rede, a compreensão dos mais diversos assuntos é aprimorada, pois pode tornar-se objeto de novas reflexões e discussões [...]?, o pronome destacado é uma forma proclítica, utilizada em frases explicativas. ? está em posição enclítica (após o verbo no infinitivo não flexionado, colocação pronominal facultativa, tanto a próclise quanto a ênclise estão corretas).

    B ) Na frase ?Muitos se perguntam qual o sentido de saber sobre Dom Pedro 2º [...]?, o pronome destacado está na posição de mesóclise relacionando os termos ?muitos? e ?perguntam?. ? incorreto, está em próclise (antes do verbo); a mesóclise é o meio do verbo (fazê-lo-ia).

    C) Em ?[...] nós podemos não nos lembrar do que dissemos há anos, [...]?, o pronome destacado está na posição de ênclise, muito utilizado depois de termos negativos, como o ?não?. ? posição de próclise, antes do verbo.

    D) Na frase ?Se isso é bom ou ruim, só o tempo poderá dizer-nos.?, o pronome em destaque é um pronome enclítico utilizado após o verbo no infinitivo. ? correto, após o verbo (ênclise); lembrando que a colocação é facultativa diante de verbo no infinitivo não flexionado,

    E) Na frase ?Muitos se perguntam qual o sentido de saber sobre Dom Pedro 2º quando dá para procurá-lo na Wikipédia.?, o pronome em destaque está na posição de próclise para referenciar o local indicado no contexto. ? incorreto, está em próclise, mas não tem nada relacionado com indicação de local.

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    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Próclise: pronome colocado ANTES do verbo; 

    Ênclise: pronome colocado DEPOIS do verbo;

    Mesóclise: pronome colocado no MEIO do verbo.

  • Próclise: pronome colocado ANTES do verbo (aplicada quando temos advérbio, palavras negativas ou pronomes).

    Ênclise: pronome colocado DEPOIS do verbo (infinitivo impessoal, verbo estiver no gerúndio)

    Mesóclise: pronome colocado no MEIO do verbo (flexionado no futuro do pretérito, futuro do presente)

  • Ah se todas as questões de colocação pronominal fossem assim...

  • errei por não lembrar que próclese é antes, mesóclese é no meio e énclese é depois do verbo.

  • Pra não esquecer mais, Andalece !

    PRóclise -> PRé (prefixo, significa algo que ocorreu antes)

    MEsóclise -> MEio

    ÊNclise -> ENd ("final" em inglês)

  • Assertiva D

    Na frase “Se isso é bom ou ruim, só o tempo poderá dizer-nos.”, o pronome em destaque é um pronome enclítico utilizado após o verbo no infinitivo.

  • GABARITO: LETRA D

    A) Em “Na rede, a compreensão dos mais diversos assuntos é aprimorada, pois pode tornar-se objeto de novas reflexões e discussões [...]”, o pronome destacado é uma forma proclítica, utilizada em frases explicativas. → está em posição enclítica (após o verbo no infinitivo não flexionado, colocação pronominal facultativa, tanto a próclise quanto a ênclise estão corretas).

    B ) Na frase “Muitos se perguntam qual o sentido de saber sobre Dom Pedro 2º [...]”, o pronome destacado está na posição de mesóclise relacionando os termos “muitos” e “perguntam”. → incorreto, está em próclise (antes do verbo); a mesóclise é o meio do verbo (fazê-lo-ia).

    C) Em “[...] nós podemos não nos lembrar do que dissemos há anos, [...]”, o pronome destacado está na posição de ênclise, muito utilizado depois de termos negativos, como o “não”. → posição de próclise, antes do verbo.

    D) Na frase “Se isso é bom ou ruim, só o tempo poderá dizer-nos.”, o pronome em destaque é um pronome enclítico utilizado após o verbo no infinitivo. → correto, após o verbo (ênclise); lembrando que a colocação é facultativa diante de verbo no infinitivo não flexionado,

    E) Na frase “Muitos se perguntam qual o sentido de saber sobre Dom Pedro 2º quando dá para procurá-lo na Wikipédia.”, o pronome em destaque está na posição de próclise para referenciar o local indicado no contexto. → incorreto, está em próclise, mas não tem nada relacionado com indicação de local.

  • GABARITO: D

    A alternativa fez o simples para não dá margem de erro !

  • GABARITO: LETRA D

    ► O pronome oblíquo átono pode ocupar três posições em relação ao verbo com o qual se relaciona: a ênclise (depois do verbo); a próclise (antes do verbo); e a mesóclise (dentro do verbo). Por ser uma partícula átona, não inicia oração e, entre os verbos de uma locução, liga-se a um deles por hífen.

    PRONOMES ATÓNOS: - me, nos, te, vos, se, o(s), a(s), lhe(s);

    PRÓCLISE

    Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo. Isso acontece quando a oração contém palavras que atraem o pronome:

    1. Palavras que expressam negação tais como “não, ninguém, nunca”:

    Não o quero aqui. / Nunca o vi assim.

    2. Pronomes relativos (que, quem, quando...), indefinidos (alguém, ninguém, tudo…) e demonstrativos (este, esse, isto…):

    Foi ela que o fez. / Alguns lhes deram maus conselhos. / Isso me lembra algo.

    3. Advérbios ou locuções adverbiais:

    Ontem me disseram que havia greve hoje. / Às vezes nos deixa falando sozinhos.

    4. Palavras que expressam desejo e também orações exclamativas:

    Oxalá me dês a boa notícia. / Deus nos dê forças.

    5. Conjunções subordinativas:

    Embora se sentisse melhor, saiu. / Conforme lhe disse, hoje vou sair mais cedo.

    6. Palavras interrogativas no início das orações:

    Quando te deram a notícia? / Quem te presenteou?

    MESÓCLISE

    Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo. Isso acontece com verbos do futuro do presente ou do futuro do pretérito, a não ser que haja palavras que atraiam a próclise:

    Orgulhar-me-ei dos meus alunos. (verbo orgulhar no futuro do presente: orgulharei);

    Orgulhar-me-ia dos meus alunos. (verbo orgulhar no futuro do pretérito: orgulharia).

    ÊNCLISE

    Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo. Isso acontece quando a oração contém palavras que atraem esse tipo de colocação pronominal:

    1. Verbos no imperativo afirmativo:

    Depois de terminar, chamem-nos. / Para começar, joguem-lhes a bola!

    2. Verbos no infinitivo impessoal:

    Gostaria de pentear-te a minha maneira. / O seu maior sonho é casar-se.

    3. Verbos no início das orações:

    Fiz-lhe a pessoa mais feliz do mundo. / Surpreendi-me com o café da manhã.

    TODA MATÉRIA.

  • A questão exige conhecimento sobre a colocação pronominal. Julguemos as assertivas:

    a) Incorreta.

    “Na rede, a compreensão dos mais diversos assuntos é aprimorada, pois pode tornar-se objeto de novas reflexões e discussões [...]”

    O pronome foi usado por ser de uso facultativo diante de verbo no infinitivo,  essa posição em que se encontra o  é chamada de ênclise (na frente do verbo).

    b) Incorreta.

    “Muitos se perguntam qual o sentido de saber sobre Dom Pedro 2º [...]”,

    O erro foi dizer que o pronome se chama mesóclise (no meio do verbo), quando na verdade é uma próclise (atrás do verbo).

    c) Incorreta.

    “[...] nós podemos não nos lembrar do que dissemos há anos, [...]”

    O pronome de fato está nessa posição por causa da palavra negativa "não", contudo, quando o pronome estiver atrás do verbo, é chamado de próclise.

    d) Correta.

    “Se isso é bom ou ruim, só o tempo poderá dizer-nos.”

    De fato o pronome na frente do verbo é chamado de ênclise.

    e) Incorreta.

     “Muitos se perguntam qual o sentido de saber sobre Dom Pedro 2º quando dá para procurá-lo na Wikipédia.”

    O pronome na frente do verbo é chamado de ênclise.

    Gabarito do monitor: D

  • GABARITO LETRA D

    Essa questão facilmente se ganha por eliminação...

  • Próclise: pronome colocado "pré" verbo; 

    Ênclise: pronome colocado "End" verbo;

    Mesóclise: pronome colocado no "Meio" do verbo.