SóProvas


ID
3250567
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de São Paulo - SP
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Cartas de Amor

         Eu era aluno do Júlio de Castilhos e estudava à tarde (as manhãs, naquela época, estavam reservadas às turmas femininas). Um dia cheguei para a aula, coloquei meus livros na carteira e ali estava, bem no fundo, um papel cuidadosamente dobrado. Era uma carta; dirigida não a mim, mas “ao colega da tarde”. E era uma carta de amor. De amor, não; de paixão. Paixão incontida, transbordante, a carta de uma alma sequiosa de afeto,_______________ o jovem escritor não teve a menor dificuldade de enviar a resposta.

       Iniciou-se, assim, uma correspondência que se prolongou pelo ano letivo, não se interrompendo nem com as provas, nem com as férias de julho. À medida que o ano ia chegando a seu fim, os arroubos epistolares iam crescendo. Cheguei à conclusão de que precisava conhecer minha correspondente, aquela bela da manhã que me encantava com suas frases.

       Mas… Seria realmente bela? A julgar pela letra, sim; eu até a imaginava como uma moça esguia, morena, de belos olhos verdes. Contudo, nem mesmo os grandes especialistas em grafologia estão imunes ao erro, e um engano poderia ser trágico. Além disto, eu já tinha uma namorada que não escrevia, mas era igualmente apaixonada.

       Optei, portanto, pelo mistério, pelo “nunca vi, sempre te amei”. A minha história de amor continuou somente na fantasia. Que é o melhor lugar para as grandes histórias de amor.

(Moacyr Scliar. Minha mãe não dorme

enquanto eu não chegar, 1996. Adaptado)

Vocabulário:

Arroubos: impulsos

Epistolares: relativos à carta

Grafologia: estudo das formas das letras

Nas passagens “À medida que o ano ia chegando a seu fim, os arroubos epistolares iam crescendo.” (2º parágrafo) e “Optei, portanto, pelo mistério, pelo ‘nunca vi, sempre te amei’.” (4º parágrafo), as conjunções em destaque estabelecem relações cujos sentidos são, respectivamente, de

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA E

    ?  ?À medida que o ano ia chegando a seu fim, os arroubos epistolares iam crescendo.? (2º parágrafo) e ?Optei, portanto, pelo mistério, pelo ?nunca vi, sempre te amei?.? 

    ? Respectivamente, conjunção subordinativa proporcional, expressa ideia de simultaneidade, proporcionalidade, concomitância, muito cuidado para não confundir com a conjunção subordinativa causal "na medida em que" (=lembrando que não existe "na medida que" ? incorreto); logo após temos uma conjunção coordenativa conclusiva "portanto".

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    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Assertiva E

    proporção e conclusão.

  • -Proporcionais: à proporção que, à medida que, quanto mais... mais.

    -Conclusivas: assim, logo, portanto, por isso, desse modo, dessa forma.

  • à medida que = proporcional

    na medida em que = causal

    Rumo ao TJSP!!!