- ID
- 3254308
- Banca
- FCM
- Órgão
- Prefeitura de Caranaíba - MG
- Ano
- 2019
- Provas
-
- FCM - 2019 - Prefeitura de Caranaíba - MG - Agente Comunitário de Saúde
- FCM - 2019 - Prefeitura de Caranaíba - MG - Agente de Combate a Endemias
- FCM - 2019 - Prefeitura de Caranaíba - MG - Motorista Carteira “D”
- FCM - 2019 - Prefeitura de Caranaíba - MG - Operador de Cadastro Único
- FCM - 2019 - Prefeitura de Caranaíba - MG - Orientador social
- FCM - 2019 - Prefeitura de Caranaíba - MG - Secretário Escolar
- FCM - 2019 - Prefeitura de Caranaíba - MG - Técnico em Administração
- FCM - 2019 - Prefeitura de Caranaíba - MG - Técnico em Edificações
- FCM - 2019 - Prefeitura de Caranaíba - MG - Técnico em Eletricidade
- FCM - 2019 - Prefeitura de Caranaíba - MG - Técnico em Enfermagem
- FCM - 2019 - Prefeitura de Caranaíba - MG - Técnico em Saúde Bucal
- FCM - 2019 - Prefeitura de Caranaíba - MG - Técnico em Tributação
- FCM - 2019 - Prefeitura de Caranaíba - MG - Técnico em Vigilância Sanitária
- Disciplina
- Português
- Assuntos
Dieta salvadora
A ciência descobre um micróbio adepto de um
alimento abundante: o lixo plástico no mar.
O ser humano revelou-se capaz de dividir o átomo, derrotar o câncer e produzir um “Dom Quixote”. Só não consegue dar um destino razoável ao lixo que produz. E não se contenta em brindar os mares, rios e lagoas com seus próprios dejetos. Intoxica-os também com garrafas plásticas, pneus, computadores, sofás e até carcaças de automóveis. Tudo que perde o uso é atirado num curso d’água, subterrâneo ou a céu aberto, que se encaminha inevitavelmente para o mar. O resultado está nas ilhas de lixo que se formam, da Guanabara ao Pacífico.
De repente, uma boa notícia. Cientistas da Grécia, Suíça, Itália, China e dos Emirados Árabes descobriram em duas ilhas gregas um micróbio marinho que se alimenta do carbono contido no plástico jogado ao mar. Parece que, depois de algum tempo ao sol e atacado pelo sal, o plástico, seja mole, como o das sacolas, ou duro, como o das embalagens, fica quebradiço – no ponto para que os micróbios, de guardanapo ao pescoço, o decomponham e façam a festa. Os cientistas estão agora criando réplicas desses micróbios, para que eles ajudem os micróbios nativos a devorar o lixo. Haja estômago.
Em “A Guerra das Salamandras”, romance de 1936 do tcheco Karel Čapek (pronuncia-se tchá-pek), um explorador descobre na costa de Sumatra uma raça de lagartos gigantes, hábeis em colher pérolas e construir diques submarinos. Em troca das pérolas que as salamandras lhe entregam, ele lhes fornece facas para se defenderem dos tubarões. O resto, você adivinhou: as salamandras se reproduzem, tornam-se milhões, ocupam os litorais, aprendem a falar e inundam os continentes. São agora bilhões e tomam o mundo.
Não quero dizer que os micróbios comedores de lixo podem se tornar as salamandras de Čapek. É que, no livro, as salamandras aprendem a gerir o mundo melhor do que nós. Com os micróbios no comando, nossos mares, pelo menos, estarão a salvo.
Ruy Castro, jornalista, biógrafo e escritor brasileiro.
Folha de S. Paulo. Caderno Opinião, p. A2, 20 mai. 2019.
Qual palavra sublinhada sofreu alteração de sentido ao ser substituída pela que está entre colchetes?