TEXTO I
Vamos estudar banto?
O destaque que as práticas religiosas de matriz iorubana adquiriram na cultura brasileira, especialmente na baiana, teve como consequência um desequilíbrio no interesse pelas línguas africanas que deram sua contribuição à formação do português brasileiro. Ocorreu uma supervalorização do iorubá e uma quase invisibilização das línguas do grupo banto (quimbundo, quicongo e umbundo), que tiveram um impacto muito mais profundo na nossa língua. Muitas pessoas, em busca das raízes africanas da nossa formação social e cultural, ou em busca de suas próprias raízes étnicas, se dedicam ao estudo do iorubá, considerado como o componente principal dessas raízes.
Aconteceu com as línguas africanas algo parecido com o que aconteceu com as línguas indígenas no nosso imaginário: muitas pessoas acreditam que a única língua falada pelos habitantes mais antigos do Brasil era o “tupiguarani” (uma língua que nunca existiu, aliás, porque o termo tupi-guarani se aplica a uma família de línguas e não a uma língua única). Ora, até hoje, depois de séculos de genocídio sistemático, sobrevivem mais de 180 línguas indígenas, agrupadas em diferentes troncos linguísticos, tão diferentes entre si quanto o português e o japonês, por exemplo. Na verdade, calcula-se em mais de mil o número de línguas faladas pelos índios no momento da invasão portuguesa. [...]
BAGNO, Marcos. Blog da Parábola Editorial. Disponível em:
<https://bit.ly/2LuPvS6>. Acesso em: 24 maio 2018
(Fragmento adaptado).
Releia o trecho a seguir.
“[...] línguas africanas que deram sua contribuição à formação do português brasileiro.”
Em relação ao acento indicativo de crase nesse trecho, assinale a alternativa incorreta.