SóProvas


ID
3309178
Banca
CONSULPLAN
Órgão
TJ-MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

[...]

Entrevistador – Como você vê o papel do escritor em um país como o Brasil?

*João Antônio – Para mim, o escritor, enquanto escreve, é exclusivamente um escritor – operário da palavra queimando olhos e criando corcunda sobre o papel e a máquina. Pronto o livro, o autor brasileiro não deve fugir à realidade de que é um vendedor, como um vendedor de cebolas ou batatas. Mas com uma diferença, é claro: no Brasil o livro não é considerado como produto de primeira necessidade, como os cereais. Também por isso, há de se sair a campo e de se divulgar o que se sabe fazer. Efetivamente, é mais do que um camelô de sua área: conversa sobre a obra, mas o ideal é que ouça muito o seu parceiro, o leitor. Que jamais se estabeleça um clima formal, doutoral, beletrístico, mas de debate, discussão, questionamento, amizade. Se o escritor se enclausura numa torre, se atende apenas à onda geral da feira de vaidades que é a chamada vida literária, jamais poderá sentir a realidade de seu público.

(ANTÔNIO, João. Malagueta, Perus e Bacanaço. São Paulo: Ática, 1998. Fragmento.)

*João Antônio Ferreira Filho (1937-1996), escritor paulista, é considerado um dos melhores contistas brasileiros do século XX.

Caso o escritor tivesse iniciado sua resposta com “Para mim, a maioria dos escritores, enquanto escreve, [...]” seria correto afirmar que

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA D

    ?  ?Para mim, a maioria dos escritores, enquanto escreve, [...]?

    ? Temos uma expressão partitiva "maioria dos escritores"; a concordância pode ser feita facultativamente com o termo "maioria" ou com o termo especificado "dos escritores" (=escreve OU escrevem).

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Coletivos partitivos (metade, a maior parte, maioria, etc.) – o verbo fica no singular ou vai para o plural.

    Ex.: A maioria dos alunos foi à excursão./ A maioria dos alunos foram à excursão.

  • A) A concordância é com a TOTALIDADE ou com o TERMO.

    B) OCORRE DIFERENÇA SEMÂNTICA ENTRE AS CONCORDÂNCIAS.

    C) CONCORDÂNCIA NA TERCEIRA PESSOA DO PLURAL - PRONOME DE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO. Caso fosse uma PA, a concordância seria com o sujeito.

  • Alguns detalhes que não podem passar :

    “Para mim, a maioria dos escritores, enquanto escreve".

    1º Em relação não a questão mas aos pronomes da frase descrita:

    Após preposição, utilizam-se sempre os pronomes oblíquos tônicos mim e ti, nunca eu ou tu.

    Ex: Este problema é entre você e mim..

    Havendo preposição regendo verbo= Utilizamos o eu = Este bolo é para EU comer.

    No caso da frase perceba> A maioria dos escritores para mim.

    EM RELAÇÃO A QUESTÃO E AO QUE FOI EXIGIDO:

    A) Estamos diante de um caso de concordância com expressões partitivas há dupla possibilidade de concordância:

    A maioria dos escritores Escreve/ Escrevem.

    B) não há diferença semântica entre a escolha de uma ou de outra possibilidade de concordância do verbo, a saber: no singular ou no plural.

    Quando eu uso no singular = A maioria. Quando uso no plural = Os escritores.

    C) Ao colocar um "SE" Temos uma alteração semântica;

    a maioria dos escritores Enquanto se escrevem.

    Além disso, a concordância deveria ficar no plural.

    Equívocos? Mande msg.

    Bons estudos!

  • Sem entrar em pormenores, a concordância verbal diz respeito à correta flexão do verbo a fim de concordar com o sujeito, ao passo que a nominal se refere à adequada flexão entre substantivo e seus modificadores (pronome, numeral, adjetivo) em matéria de gênero (masculino e feminino) e/ou número (plural e singular).

    “Para mim, a maioria dos escritores, enquanto escreve, [...]” 

    Note que o núcleo do sujeito é termo partitivo. Concorda-se, nesse caso, com o núcleo (maioria) ou com o determinante (escritores). Há duas possibilidades de concordância, portanto. A discrepância entre plural e singular é de sentido: quando nos servimos do plural, enfocamos os seres, isto é, os escritores.

    a) a concordância não está de acordo com a norma padrão da língua, sendo necessária a substituição de “escreve” por “escrevem”.

    Incorreto. Ambas as formas verbais são genuínas;

    b) não há diferença semântica entre a escolha de uma ou de outra possibilidade de concordância do verbo, a saber: no singular ou no plural.

    Incorreto. Há, sim, conforme foi explanado acima;

    c) existe a possibilidade de que seja acrescentado o pronome apassivador “se” ao verbo, mantendo sua concordância na 3ª pessoa do singular.

    Incorreto. Passaria o pronome a ser reflexivo recíproco: um escritor escreve ao outro. Há mútua correspondência. A concordância dá-se no plural;

    d) a concordância, neste caso, se deu com a expressão partitiva, havendo possibilidade da flexão no plural para o verbo “escrever” concordando com a palavra no plural “escritores”.

    Correto. Vide o começo do comentário.

    Letra D