O modelo de Streeter-Phelps foi desenvolvido em 1925 e, por causa de sua simplicidade conceitual, é até hoje o mais utilizado para a modelagem de DBO e OD, além de servir como base para modelos mais avançados disponíveis atualmente.
O cálculo do perfil do oxigênio dissolvido em função do tempo, para a obtenção da curva de depleção do oxigênio dissolvido segundo o modelo de Streeter-Phelps, considera a desoxigenação e a reaeração atmosférica no balanço do OD.
A) No balanço de oxigênio dissolvido, é considerada apenas a desoxigenação, decorrente da decomposição da matéria orgânica pelos organismos aeróbios, que resulta na redução dos teores de OD ao longo do tempo.
Como dito, no balanço de OD é considerada a desoxinenação e reaeração atmosférica.
-A desoxigenação é o processo que ocorre naturalmente no corpo d’água, pelo qual o oxigênio é consumido para estabilização da matéria orgânica.
-A oxigenação é um importante fenômeno integrante no balanço de oxigênio em um corpo d’água, que representa a troca de gases entre o meio líquido e a atmosfera.
B) A cinética da reação da matéria orgânica remanescente (DBO remanescente) se processa segundo uma reação de segunda ordem, na qual a taxa de mudança da concentração é proporcional à segunda potência da concentração.
A cinética de reação da matéria orgânica se dá segundo uma reação de primeira ordem. A taxa de oxidação da matéria orgânica é tanto maior, quanto maior for a matéria orgânica disponível.
C) O coeficiente de remoção da DBO efetiva no rio, sobretudo em rios rasos recebendo esgotos brutos, é inferior ao coeficiente de desoxigenação (K1) obtido no laboratório, pois há sedimentação e remoção de DBO pelo lodo de fundo.
O coeficiente de decomposição da DBO no rio, Kd, incorpora os efeitos na decomposição da matéria orgânica pela biomassa suspensa na massa líquida e pela biomassa no lodo de fundo. Os valores de Kd para oxidação da DBO no rio são superiores a valores de K1 obtidos em laboratório. Isto se explica pelo fato da biomassa que cresce aderida a um meio suporte, como, por exemplo, o lodo de fundo, ser mais efetiva na decomposição de matérias orgânicas que a biomassa dispersa na massa líquida (Chapra, 1997, apud von Sperling)