SóProvas


ID
3325054
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
Prefeitura de Uberlândia - MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

INSTRUÇÃO: Leia o excerto a seguir, retirado da obra Norma culta brasileira: desatando alguns nós, de Carlos Alberto Faraco, para responder à questão.

Ensinar gramática?

A crítica à gramatiquice e ao normativismo não significa, como pensam alguns desavisados, o abandono da reflexão gramatical e do ensino da norma culta / comum / standard. Refletir sobre a estrutura da língua e sobre seu funcionamento social é atividade auxiliar indispensável para o domínio fluente da fala e da escrita. E conhecer a norma culta / comum / standard é parte integrante do amadurecimento das nossas competências linguístico culturais, em especial as que estão relacionadas à cultura escrita. O lema aqui pode ser: reflexão gramatical sem gramatiquice e estudo da norma culta / comum / standard sem normativismo.

Não cabe, no ensino de português, apenas agir no sentido de os alunos ampliarem seu domínio das atividades de fala e escrita. Junto com esse trabalho (que é, digamos com todas as letras, a parte central do ensino), é necessário realizar sempre uma ação reflexiva sobre a própria língua, integrando as atividades verbais e o pensar sobre elas.

Esse pensar visa a compreensão do funcionamento interno da língua e deve caminhar de uma percepção intuitiva dos fatos a uma progressiva sistematização, acompanhada da introdução do vocabulário gramatical básico (aquele que é indispensável, por exemplo, para se entender as informações contidas nos dicionários). No fundo, trata-se de desenvolver uma atitude científica de observar e descrever a organização estrutural da língua, com destaque para a imensa variedade de formas expressivas alternativas à disposição dos falantes.

(FARACO, 2008, p. 157-158.)

Qual dos trechos a seguir sintetiza, coerentemente, as ideias de Faraco, presentes no texto “Ensinar gramática?”?

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA D

    A) O estudo de conteúdos gramaticais faz sentido quando feito de forma contextualizada e funcional (isto é, subordinado às atividades que visam ao domínio das práticas de fala e escrita). Além disso, esse estudo deve ser feito de modo a destacar a inflexibilidade estrutural da língua e a consequente riqueza expressiva à disposição dos falantes: nenhuma língua é um conjunto amorfo de expressões. Sua organização estrutural se caracteriza ? sendo, como é, produto e processo histórico ? como um vasto universo de variedades expressivas, de formas alternativas, o que implica antes submissão que escolha ? incorreto, é um meio flexível e não o contrário.

    B) O estudo de conteúdos gramaticais faz sentido quando feito de forma contextualizada e funcional (isto é, independente das atividades que visam ao domínio das práticas de fala e escrita). Além disso, esse estudo deve ser feito de modo a destacar a flexibilidade estrutural da língua e a consequente riqueza expressiva à disposição dos falantes: nenhuma língua é um conjunto rígido de expressões. Sua organização estrutural se caracteriza ? sendo, como é, produto e processo histórico ? como um vasto universo de variedades de prestígio social, de formas exemplares, o que implica antes submissão que escolha ? incorreto, as variedades expressivas é que são marcadas.

    C) O estudo de conteúdos gramaticais faz sentido quando feito de forma contextualizada e funcional (isto é, subordinado às atividades que visam ao domínio das práticas de análise descritiva). Além disso, esse estudo deve ser feito de modo a minimizar a flexibilidade estrutural da língua e a consequente riqueza expressiva à disposição dos falantes: nenhuma língua é um conjunto rígido de expressões. Sua organização estrutural se caracteriza ? sendo, como é, produto e processo histórico ? como um vasto universo de variedades expressivas, de formas alternativas, o que implica antes escolha que submissão ? incorreto, deve-se maximizar a flexibilidade e não diminui-la.

    D) O estudo de conteúdos gramaticais faz sentido quando feito de forma contextualizada e funcional (isto é, subordinado às atividades que visam ao domínio das práticas de fala e escrita). Além disso, esse estudo deve ser feito de modo a destacar a flexibilidade estrutural da língua e a consequente riqueza expressiva à disposição dos falantes: nenhuma língua é um conjunto rígido de expressões. Sua organização estrutural se caracteriza ? sendo, como é, produto e processo histórico ? como um vasto universo de variedades expressivas, de formas alternativas, o que implica antes escolha que submissão.

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