SóProvas


ID
3325186
Banca
IDECAN
Órgão
Câmara de Coronel Fabriciano - MG
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

  Quantas vezes o cérebro precisa ser exposto a uma palavra para aprendê-la?


      Em um estudo conduzido em 1965, os especialistas em educação e psicologia David Ausubel e Mohamed Youssef foram categóricos em dizer que um estudante precisaria ser exposto a uma palavra 17 vezes antes de aprendê-la e passar a usá-la.

      Outras pesquisas apontam para uma média que varia entre 15 e 20 vezes.

      Mas Catherine Snow, professora de educação na prestigiada Universidade Harvard, nos EUA, pondera que existem diferentes condições de aprendizado e, às vezes, basta ouvir a palavra uma única vez para aprendê-la.

      “Você pode apontar para algo e dizer a palavra. Com isso, as crianças podem aprender, se lembrar dela e passar a usá-la a partir desse momento. Mas há muitas palavras cujo significado não dá para personificar em um objeto ou imagem”, observa a especialista.

      Snow diz ainda que há muitos aspectos sobre as palavras para se aprender. “Não apenas as pronúncias ou o que significam, mas também o contexto adequado para usá-las.”

      Assim, explica a professora, algumas exigem mais repetições que outras. Ela afirma que a estimativa de 15 a 20 vezes serve como uma média entre o aprendizado de palavras mais fáceis e mais difíceis – ou seja, aquelas com significado simples e as mais complexas.

      Aprender idioma estrangeiro

      No caso do aprendizado de uma segunda língua, avalia Catherine Snow, espera-se que os estudantes aprendam uma média de 200 palavras por semana. “Mas não podemos assegurar que eles vão se lembrar dessas palavras”, salienta.

      A estratégia usada por muitos professores é ensinar essas 200 palavras e garantir que os alunos estejam expostos a elas cinco vezes em um dia, quatro no próximo e três vezes nos dois seguintes.

      “E uma ou duas vezes na semana seguinte. Dessa forma, são muitas as possibilidades de que o aluno escute ou leia essas palavras. Assim, é possível assegurar a consolidação da memória”, observa a especialista, referindo-se ao processo de transformação das lembranças de curto prazo em longo prazo.

      Aprendizado varia com idade?

      A professora de Harvard diz que o ensino de idiomas estrangeiros é uma das poucas formas que permite medir a frequência que uma palavra é exposta. “Com crianças pequenas, não sabemos com que frequência usamos uma palavra antes que tenham aprendido”, justifica.

      Para ela, a partir dos 15 anos estudantes são mais eficientes em aprender. Já podem fazer isso sozinhos e usar referências bibliográficas para reforçar os conhecimentos. “Então, creio que os mais jovens provavelmente precisam de mais exposição.”

      Questionada sobre qual a quantidade de vezes que um cérebro precisa estar exposto para aprender um idioma, Snow admite que, apesar de possível, são poucas as chances de se aprender uma palavra já na primeira exposição.

      “Também é mais difícil ensinar palavras sem as relacionar entre si”, observa.

      Estratégia para aprender mais rápido

      Snow explica qual a estratégia que usa com seus alunos.

      Primeiro, ela mostra uma foto relacionada a um tema que interesse os estudantes e os faz a pensar sobre as palavras das quais realmente precisam para falar sobre esse tópico.

      Em seguida, ela apresenta leituras e cria oportunidades que eles escrevam as palavras relacionadas ao tema. Assim, diz a professora, elas vão se repetir muitas vezes.

      Snow assinala ser muito importante praticar a forma oral e escrita das palavras, pois isso ajuda a formar a chamada representação léxica de alta qualidade, que inclui ortografia, semântica e fonética detalhada.

      “Há palavras que conhecemos, apesar de não termos certeza de como as soletramos ou são pronunciadas. Ainda assim, podemos entendê-las quando as lemos. Essas palavras são frágeis no nosso vocabulário”, observa a professora. A solução, diz ela, é fazer com que os alunos entendam como usá-las – assim fica mais fácil de elas serem lembradas.

(Analía Llorente – Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/geral-42139658.)

No trecho “No caso do aprendizado de uma segunda língua, avalia Catherine Snow, espera-se que os estudantes aprendam uma média de 200 palavras por semana.” (7º§), o sujeito sintático do verbo destacado é

Alternativas
Comentários
  • Quando o verbo "esperar" está no sentindo de "ter esperança" ou "expectativa de algo" consideramos que ele é um verbo intransitivo. Deste modo, sabemos que quando temos um verbo intransitivo + particula "se" lidamos com um PIS (partícula de indeterminação do sujeito) logo o sujeito será indeterminado.

    Alternativa correta: Letra C

  • Na verdade a banca não fez alteração no gabarito após recursos, como foi dito. Consideraram ao final a resposta C como correta.

    Justificativa da banca:

    As razões recursais sustentam que a oração “que os estudantes aprendam uma média de 200 palavras por semana” é uma oração subordinada substantiva subjetiva e atuaria, por essa razão, como sujeito do verbo “esperar”. Implicado a isso, estaria também o fato de a oração estar na voz passiva (sintética) e a palavra “se” atuaria como pronome apassivador e não como índice de indeterminação do sujeito. Isso, no entanto, mostra-se equivocado. A análise realizada para sustentar as razões recursais ampara-se exclusivamente no âmbito sintático, mas é o âmbito semântico que é capaz de mostrar o porquê de se tratar de uma oração com sujeito do tipo indeterminado, logo com a palavra “se” atuando como índice de indeterminação do sujeito.

    O sujeito selecionado pelo verbo esperar é do tipo + animado, logo não pode ser preenchido pela oração “que os estudantes aprendam uma média de 200 palavras por semana”. Para um adequado atendimento à valência desse verbo, é preciso que alguém (ou algo animando) espere por alguma coisa ou alguém. Assim, como não temos expresso aquele, ou aqueles, que “esperam que os estudantes aprendam uma média de 200 palavras por semana” o sujeito é considerado indeterminado (cf. CUNHA E CINTRA, 2007, p. 128). A oração indicada não é subjetiva, mas objetiva direta, isto é, complementa o sentido do verbo “esperar” indicando aquilo que é esperado. Assim, por razões de natureza semântica, o caso sequer é polêmico, uma vez que o complemento oracional não pode atuar como sujeito do verbo em questão.

    Antes de finalizar, vale esclarecer que a consagrada gramática de Cunha e Cintra (op. cit.) observa, para um sujeito indeterminado, apenas que “algumas vezes, o verbo não se refere a uma pessoa determinada, ou por se desconhecer quem executa a ação, ou por não haver interesse no seu conhecimento. [...] Nestes casos em que o sujeito não vem expresso na oração nem pode ser identificado, põe-se o verbo: a) ou na 3.ª pessoa do plural; [...] b) ou na 3.ª pessoa do singular, com o pronome se [...]”. O caso apresentado na questão é justamente o caso de b. Observa-se ainda que, nessa consagrada obra (assim como em outras), não existe restrição alguma para se indeterminar um verbo transitivo. Assim, entende-se que as conjecturas apresentadas para sustentar o pleito de alteração do gabarito são infundadas e não se sustentam na literatura da área (nenhuma referência a autor, obra, etc. é, inclusive, apresentada). Dessa forma, julgam-se as razões recursais IMPROCEDENTES e o gabarito mantido como C (indeterminado). Fonte: CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 3. ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2007.

  • Questão da banca: "o sujeito sintático do verbo destacado é?"

    justificativa da banca para não alterar o gabarito: "A análise realizada para sustentar as razões recursais ampara-se exclusivamente no âmbito sintático, mas é o âmbito semântico que é capaz de mostrar o porquê de se tratar de uma oração com sujeito do tipo indeterminado"

    O QUE É QUE TU QUER, IDECAN? PEDE SINTÁTICO NA QUESTÃO, MAS MANDA UMA JUSTIFICATIVA DE GABARITO SEMÂNTICO?