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ID
3337381
Banca
FUNDEP (Gestão de Concursos)
Órgão
IFN-MG
Ano
2017
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir para responder à questão.

Quem vigia as fronteiras da normalidade?

Uma menina com os cabelos desgrenhados, vestido sujo, andando com pesados baldes de barro vermelho no meio do capim cerrado: – Era uma bruxa! Uma bruxa que conseguia transformar o barro em corpo humano.
Quando Camille carregava, cambaleante, baldes de barro para fazer as primeiras esculturas, em Villeneuve, já ouvia de sua mãe que estava louca. Esta demarcação das fronteiras da normalidade é usada para limitar quais são as experiências possíveis para mulheres. A questão da normalidade (ou de como ela se transforma em mecanismo do poder) não é puramente teórica: é parte da nossa experiência.
Aliás, seria mais adequado falar de normalidades e não de normalidade. Normalidade não é uma categoria estável. Depende de critérios sociais, culturais, ideológicos e até religiosos arbitrários. Já foi considerado normal ver duas pessoas lutando até a morte como forma de entretenimento, escravizar populações inteiras, trancar mulheres para o resto da vida em manicômios para tentar normalizá-las. A relação normalidade/loucura é um dos instrumentos divisores do poder. Funciona sob o princípio da porta giratória, que trava de acordo com um comando arbitrário e estabelece demarcações dicotômicas: normais e loucos, pessoas de bem e bandidos, sadio e doente. O sujeito é dividido no seu interior e em relação aos outros.
Esta forma de poder aplica-se à vida cotidiana imediata que categoriza o indivíduo, marca-o com sua própria individualidade, liga-o à sua própria identidade, impõe-lhe uma lei de verdade, que devemos reconhecer e que os outros têm que reconhecer nele. (FOUCAULT, 2009, p. 236)
Quando Camille transgrediu os estereótipos de gênero de sua época, revelou mecanismos de poder que fabricam esses estereótipos. Era um exemplo perigoso para outras mulheres. Portanto, tentaram “corrigir” violentamente sua “anormalidade”. O que define o anormal é que ele constitui, em sua existência mesma, a transgressão de leis invisíveis da sociedade, leis que são naturalizadas. O anormal desafia aquilo que é demarcado como impossível e proibido. Imaginem que disparate: uma mulher esculpindo pedras!
Quando se diz “mecanismo de poder”, não se trata de uma abstração, mas de um modo de ação de uns sobre os outros. É uma ação sobre a ação dos outros. É a violência sobre uma vida, que é forçada, dobrada, reduzida, partida: esculpida com martelos e espátulas.
LIMA, Daniela. Blog da Boitempo.
Disponível em: <https://goo.gl/xZbHNQ>.
Acesso em: 17 out. 2017 [Fragmento adaptado].

Releia o trecho a seguir.

“Aliás, seria mais adequado falar de normalidades e não de normalidade.”

O tempo verbal do verbo destacado indica:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    ? ?Aliás, seria mais adequado falar de normalidades e não de normalidade.?

    ? O verbo está conjugado no futuro do pretérito do indicativo e marca um fato que poderia ter acontecido posteriormente a uma situação passada. É utilizado para indicar uma ação que é consequente de outra, encontrando-se condicionada.

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Tenha em mente:

    Futuro do pretérito: Terminação (IA)

    Um fato futuro em relação ao passado.

    Se tivesse estudado passaria entre os melhores.

    Futuro do presente: Terminação (EI)

    Expressa um fato futuro em relação ao momento presente.

    Se lograr êxito, serei promotor.

    Pretérito mais-que-perfeito: Terminação (ARA)

    Expressa um fato passado anterior a outro passado.

    Pretérito imperfeito: Terminação (AVA)

    Expressa um fato passado não concluído.

    Sucesso, Bons estudos, Nãodesista!