SóProvas


ID
3343582
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Damianópolis - GO
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Por que é importante educar para valores?

      O noticiário da semana traz informações tristes sobre as perspectivas da paz na Colômbia, os resultados das eleições para prefeito e, num cantinho, quase despercebida, uma nota sobre o referendo na Hungria a propósito da cota de imigrantes que a União Europeia estabeleceu para cada país-membro. A Hungria decidira, por 95% dos votos, não abrigar refugiados. Por sorte, dado o baixo comparecimento, o resultado do referendo não teve valor.

     A Hungria é um país com um sistema educacional expressivamente melhor que o nosso, posicionando-se em 39º lugar no Pisa, contra nossa desconfortável 58ª posição, embora com uma média inferior à da OCDE.

     Pensei, quando li, em como pode ser falacioso acharmos que basta oferecer educação de qualidade para tornarmos o indivíduo mais apto a vencer preconceitos e a se perceber como parte da grande “tribo” humana. Afinal, as identidades nacionais, nos séculos 19 e 20, se definiram num processo de “nós” contra os “outros”.

      A solidariedade e a compaixão seriam sentimentos reservados a nós, não aos outros. Vencer essa lógica é dificílimo, mesmo entre grupos étnicos no mesmo país, independentemente da aparente qualidade do sistema educacional vigente.

   Lembrei-me de outras ondas de refugiados, estes oriundos da Hungria: os judeus, especialmente em 1944, e os perseguidos políticos em 1956, depois de uma “primavera húngara” dizimada por tanques. Os refugiados húngaros foram recebidos em diversos países, inclusive no Brasil. E, agora, em transição demográfica acentuada, precisando de jovens para incorporar à sua envelhecida força de trabalho, não querem refugiados dos outros?

      A verdade é que não basta ter uma população com bom estudo ou até com nível superior. Há também que se formar para valores, nas famílias e nas escolas.

    Isso não quer dizer, no Brasil, acrescentar mais uma disciplina às já 13 que disputam as quatro horas de aula, no nosso sofrível ensino médio. Quer dizer que devemos ensinar os conteúdos de forma diferente, formando, como nos é proposto pelo recente documento aprovado pela ONU em 2015, “alunos como cidadãos globais”. Alunos comprometidos com os destinos do planeta, aptos a serem autônomos, mas também solidários, e não só com seus conterrâneos ou correligionários.

    Alunos persistentes, mas também abertos a novas experiências e a novos horizontes, que podem entender que o diferente não é ilegítimo, que o estrangeiro não é uma ameaça.

    Educar para valores em 2016 é não permitir nunca mais que crianças sírias naveguem sem rumo e que povos que agora não necessitem mais de ajuda fechem-lhes as portas, não importando quão melhores sejam seus sistemas de ensino.

(COSTIN, Cláudia. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/claudia-costin/2016/10/1820521-por-que-e-importante-educar-paravalores.shtml. Acesso em: 07/10/2016.)

“A Hungria é um país com um sistema educacional expressivamente melhor que o nosso, posicionando-se em 39º lugar no Pisa, contra nossa desconfortável 58ª posição, embora com uma média inferior à da OCDE.” (2º§) O termo sublinhado anteriormente exprime ao trecho uma ideia de:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA C

    ? ?A Hungria é um país com um sistema educacional expressivamente melhor que o nosso, posicionando-se em 39º lugar no Pisa, contra nossa desconfortável 58ª posição, embora com uma média inferior à da OCDE.? (2º§) 

    ? Temos, em destaque, uma conjunção subordinativa concessiva, a conjunção está expressando um valor semântico de concessão (=exprime contrariedade à ideia apresentada anteriormente sem negá-la).

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • A questão é sobre a conjunção coordenativa concessiva "embora". Analisemos as alternativas.

    Conjunções coordenativas são as que ligam termos ou orações de mesmo valor. As conjunções coordenativas podem ser: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas

    Conjunções subordinativas são as que tornam orações dependentes, isto é, subordinam uma oração à outra. Com exceção das conjunções integrantes (que introduzem orações substantivas), essas conjunções introduzem orações adverbiais e exprimem circunstâncias (causa, comparação, concessão, condição, conformidade, consequência, fim, tempo e proporção). 

    A Causa.

    Conjunções subordinativas causais: têm valor semântico de causa, motivo, razão... 

    São elas: porque, porquanto, como, uma vez que, visto que, já que, posto que, por isso que, na medida em que... 

    Ex.: Já que você está estudando bastante, suas chances de passar em concurso são enormes. 

    B Explicação.

    Conjunções coordenativas explicativas: têm valor semântico de explicação, justificativa, motivo, razão ... 

    São elas: porque, pois (antes do verbo), porquanto, que... 

    Ex.: Vamos indo, porque já é tarde. 

    C Concessão.

    Conjunções subordinativas concessivas: têm valor semântico de concessão, contraste, consentimento, licença, quebra de expectativa... 

    São elas: embora, ainda que, se bem que, mesmo que, nem que, mesmo quando, posto que, apesar de que, conquanto, malgrado, não obstante, inobstante... 

    Ex.: Embora discordasse, aceitei sua explicação. 

    D Conformidade.

    Conjunções subordinativas conformativas: têm valor semântico de conformidade, consonância, igualdade, concordância... 

    São elas: conforme, como, segundo, consoante... 

    Ex.: Tudo saiu conforme combinamos. 

    Gabarito: Letra C