SóProvas


ID
3352216
Banca
IDECAN
Órgão
Prefeitura de Leopoldina - MG
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Rolezinhos

    Uma amiga me diz que ela passeia pelos shoppings para ter a impressão de estar fora do Brasil, ou seja, num espaço público que não seja ansiógeno e violento. Claro, é uma ilusão fugaz; basta olhar para as vitrines para constatar que tudo é brutalmente mais caro do que no exterior – pelos impostos, pela produtividade medíocre ou pela corrupção endêmica, tanto faz. Mesmo assim, insiste minha amiga, a ilusão de civilidade é um alívio.
  Hoje, à brutalidade de impostos, corrupção e mediocridade produtiva acrescentam-se os “rolezinhos” dos jovens da periferia. O que eles querem, afinal?
   Talvez eles gostem de apavorar. Não seria de se estranhar. É um axioma: para quem vive na incerteza (de seu status, do reconhecimento dos outros, de seu lugar no mundo), apavorar é um jeito de encontrar no medo dos outros uma confirmação de sua própria relevância. Apavoro, logo existo: espelho-me na preocupação dos seguranças e na cara fechada dos clientes que voltam correndo para o estacionamento.
   Mas apavorar é um efeito colateral. Os jovens dos “rolezinhos” pedem sobretudo uma bola branca: a admissão ao clube. A prova, a roupa que eles preferem e que grita para ser reconhecida como luxo. Tudo bem, alguém perguntará, eles pedem acesso a quê? À classe privilegiada? Ao consumo de quem tem grana?
    Não acredito em nada disso, aposto que eles pedem acesso ao próprio lugar para o qual eles vão: eles pedem acesso ao shopping. O que esse lugar tem de mágico? De desejável? Qual é seu valor simbólico? Na nossa cultura (justamente pela quase inexistência de espaços públicos minimamente frequentáveis, ou seja, pelo horror que a rua é para todos, ricos e pobres), os shoppings integram a lista histórica dos refúgios.

(CALLIGARIS, Contardo. Folha de S. Paulo, 06/02/2014. Adaptado.) 

Uma amiga me diz que ela passeia pelos shoppings para ter a impressão de estar fora do Brasil, ou seja, num espaço público que não seja ansiógeno e violento.” (1º§) O termo “impressão”, conforme contexto textual, pode ser substituído, sem alteração de sentido, por

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    ? ?Uma amiga me diz que ela passeia pelos shoppings para ter a impressão de estar fora do Brasil, ou seja, num espaço público que não seja ansiógeno e violento.? 

    ? O substantivo em destaque está sendo usado com o sentido de "sensação" de alguma coisa.

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • A título de curiosidade

    Ansiógeno: Que ocasiona um estado de inquietude, receio, medo, angústia.

  • A questão é de sinônimos e quer saber por qual das palavras abaixo podemos substituir o termo “impressão”, conforme contexto textual, sem alteração de sentido, na frase: “Uma amiga me diz que ela passeia pelos shoppings para ter a impressão de estar fora do Brasil, ou seja, num espaço público que não seja ansiógeno e violento.”. Vejamos: 

     .

    A) reflexão.

    Errado.

    Reflexão: observação atenta e profunda, oral ou escrita, sobre alguma coisa, resultado de intensa meditação e entendimento.

     .

    B) sensação.

    Certo.

    Sensação: grande impressão, impacto ou surpresa devido a um acontecimento raro, incomum ou especial.

    Impressão: dar ares de; ser aparentemente; aparentar, parecer.

     .

    C) ponderação.

    Errado.

    Ponderação: qualidade ou característica de quem tem bom senso e procura evitar excessos; sensatez.

     .

    D) merecimento.

    Errado.

    Merecimento: condição que torna alguém digno de prêmio ou castigo. Reconhecimento que torna uma pessoa digna de apreço.

     .

    Referência: MICHAELIS. Michaelis Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, versão online, acessado em 9 de julho de 2021.

     .

    Gabarito: Letra B