Questão 3353176

• Banca: VUNESP
• Órgão: Prefeitura de São Roque - SP
• Ano: 2020
• Provas: VUNESP - 2020 - Prefeitura de São Roque - SP - Secretário de Escola
• Disciplina: Português
• Assuntos: Interpretação de Textos; Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Leia o texto, para responder às questões de números 11 a 17.

    Subi ao avião com indiferença, e como o dia não estava bonito, lancei apenas um olhar distraído a essa cidade do Rio de Janeiro e mergulhei na leitura de um jornal. Depois fiquei a olhar pela janela e não via mais que nuvens, e feias. Na verdade, não estava no céu; pensava coisas da terra, minhas pobres, pequenas coisas, uma aborrecida sonolência foi me dominando, até que uma senhora nervosa ao meu lado disse que “nós não podemos descer!” O avião já havia chegado a São Paulo, mas estava fazendo sua ronda dentro de um nevoeiro fechado, à espera de ordem para pousar. Procurei acalmar a senhora.

    Ela estava tão aflita que embora fizesse frio se abanava com uma revista. Tentei convencê-la de que não devia se abanar, mas acabei achando que era melhor que o fizesse. Ela precisava fazer alguma coisa, e a única providência que aparentemente poderia tomar naquele momento de medo era se abanar. Ofereci-lhe meu jornal dobrado, no lugar da revista, e ficou muito grata, como se acreditasse que, produzindo mais vento, adquirisse maior eficiência na sua luta contra a morte.

    Gastei cerca de meia hora com a aflição daquela senhora. Notando que uma sua amiga estava em outra poltrona, ofereci- -me para trocar de lugar, e ela aceitou. Mas esperei inutilmente que recolhesse as pernas para que eu pudesse sair de meu lugar junto à janela; acabou confessando que assim mesmo estava bem, e preferia ter um homem – “o senhor” – ao lado. Isto lisonjeou meu orgulho de cavalheiro: senti-me útil e responsável. Era por estar ali eu, um homem, que aquele avião não ousava cair. (Rubem Braga, Um braço de mulher. Os cem melhores contos brasileiros do século.)

O comentário final do narrador revela que ele

• A. considera plausível que lhe seja possível impedir um acidente.
• B. se vangloria de ver reconhecida sua capacidade de proteção à senhora.
• C. trata com humor o poder que lhe é atribuído pela companheira de viagem.
• D. recebe como uma dádiva o papel de garantir a segurança do avião.
• E. manifesta seu ceticismo em relação à possibilidade de o avião cair.

Gabarito: C

Comentários

• GABARITO: LETRA C

  ? Gastei cerca de meia hora com a aflição daquela senhora. Notando que uma sua amiga estava em outra poltrona, ofereci- -me para trocar de lugar, e ela aceitou. Mas esperei inutilmente que recolhesse as pernas para que eu pudesse sair de meu lugar junto à janela; acabou confessando que assim mesmo estava bem, e preferia ter um homem ? ?o senhor? ? ao lado. Isto lisonjeou meu orgulho de cavalheiro: senti-me útil e responsável. Era por estar ali eu, um homem, que aquele avião não ousava cair.

  ? Observa-se que temos um tom de humor, o narrador está atribuindo a característica de proteção da queda de um avião a somente um homem, algo, logicamente impossível.

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  ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

• Assertiva C

  trata com humor o poder que lhe é atribuído pela companheira de viagem.

• Eu li companhia de viagem. Errei!

• Não consegui identificar esse "humor" do narrador.

• Humor? Onde?

• Alternativa correta: C.

  .

  .

  Aqui está o humor: "Era por estar ali eu, um homem, que aquele avião não ousava cair."

• Mas que Péssimo Humorista esse narrador hein! to tentando achar o humor até agora... Pior que o Coringa no Stand up comedy!

• O humor é muito sutil! Pois o período final permite outras interpretações como valorização do ego (achar realmente que sua presença impede o avião de cair), o que é reforçado pelo período anterior:

   Isto lisonjeou meu orgulho de cavalheiro: senti-me útil e responsável. Era por estar ali eu, um homem, que aquele avião não ousava cair.

• Não tem humor nenhum

• kkk nossa gente, que engraçado! cheguei a urinar em minhas vestes com esse humor kkk não consigo parar de rir kk o examinador deve ter pego esse texto em um livro de stand-up kkk #rachei

• VUNESP sendo VUNESP. Questão subjetiva em prova objetiva. Até quando?! Qual seria o erro da letra B? Pra mim (e acredito que pra boa parte das pessoas), tanto a B quanto a C estão corretas.

• pra mim, ele tava se vangloriando!

• acredito que o que dificultou foi no texto ele dizer que se sentiu útil e responsável..o que me induziu a acreditar que ele realmente se sentiu tão útil a ponto de pensar que o avião não cairia por causa dele.

• A ironia é um recurso que tem uma certa dose de humor, entra as alternativas é a mais plausível, não da de discutir com a banca questões de interpretação.

  :/

• Como não identificam o humor? Que homem seria capaz de impedir a queda de um avião, simplesmente por estar sentado ao lado de uma senhora? kkkkkk

• Era por estar ali,EU UM HOMEM QUE AQUELE AVIÃO NAO OUSAVA CAIR

  PRA MIM

  METIDO,MALA,DEUS.

  RESPOSTA B SE VANGLORIA

• Pessoal, às vezes, nesse tipo de questão, é interessante observarmos outros elementos presentes no texto, como por exemplo o nome do autor e o veículo onde foi publicado. Se atentarmos a esta informação, veremos o seguinte: (Rubem Braga, Um braço de mulher. Os cem melhores contos brasileiros do século.). Seguem algumas informações acerca do cronista Rubem Braga e deste gênero literário com as quais seria possível responder a questão.

  Para o escritor e professor de literatura da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), no Paraná, Miguel Sanches Neto, "a crônica literária no Brasil divide-se em antes e depois de Rubem Braga". Até o século 19, a crônica era vista como um gênero literário menor, e os escritores dedicavam-se muito pouco a este tipo de texto. "Rubem Braga fez da crônica o gênero da sua vida, com excelência", comenta o professor. ()

  A crônica é um tipo de texto que chama atenção pelo seu tom mais leve, muitas vezes irônico e humorístico, prendendo a atenção do leitor por contar a história de forma rápida e sem grandes detalhamentos. ()

• HÁ HÁ HÁ !!!!!!

• GABARITO: C.

   

  " (...) assim mesmo estava bem, e preferia ter um homem – “o senhor” – ao lado."

   

  "Era por estar ali eu, um homem, que aquele avião não ousava cair."

   

  Só de ler essas duas frases – a última, em especial – dá vontade de rir. O avião só não caia pelo fato de ser ele um homem que estava ali? A autoestima do homem é algo a ser estudado pela Nasa. Tá aí a graça.

   

• Subjetividade identificada...

• Já eu nao consigo identificar esse poder que a senhora deu, ela apenas mencionou que queria ele ao seu lado e o comando da questão pede para que revele algo do texto ao meu ver vejo mais e esse poder partiu da mente dele e nao da senhora ele se vangloriou e ele achou que aquilo é um poder. e sim o humor é encontrado nos trechos "Gastei cerca de meia hora com a aflição daquela senhora" e "Era por estar ali eu, um homem, que aquele avião

  não ousava cair."

• Ele está sendo irônico...humorado

• Teve uma outra qestão que a resposta foi "humor do narrador..." EU NÃO CONSIGO IDENTIFICAR HUMOR NESSE TEXTO, PONTO.

• Humor há sim, mas a senhora "atribuir poder" ao homem é uma extrapolação.
• Vamos lá senhores, novamente interpretação... mais razão e menos emoção... atenha-se ao texto... não se vc não achou engraçado... não é sua opinião e sim do autor do texto. A letra B não pode ser pois ele se sente orgulhoso de ser útil, não de ter protegido a senhora, coisa que ele mesmo refuta fazendo piada que a senhora achou que ele teria protegido o avião de cair. Sim é humor a letra E, pois nenhum humano pode impedir um avião de cair pela sua simples presença sem interferir em nada, ou seja, ironia. "Outro efeito de sentido muito comum é a ironia que consiste na utilização de determinada palavra ou expressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um novo sentido, gerando um efeito de humor."

• KKKKKKK ninguém achou graça, mas teve graça. O cara foi irônico

• Mais uma que só faz sentido na cabeça de alguns poucos...

• Questão com duas respostas. MELHORAS TIA VU!!!