SóProvas


ID
3355738
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Campinas - SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Houve um tempo em que o jornalismo investigativo vivia de entrevistas confidenciais que pessoas bem informadas sobre algum assunto de interesse davam a repórteres em que confiavam, em troca de não terem sua identidade revelada.

      Eram tempos em que uma caneta, um bloquinho e uma agenda de telefones privilegiada constituíam todo o básico de investigação de qualquer jornalista. Um profissional sério desprezava até os gravadores de fita cassete, que, em geral, intimidavam os entrevistados. A palavra gravada precisava ser cuidadosamente medida e calculada. Em off, a conversa corria mais solta. Assim nasciam os grandes furos.

      Por óbvio, naquele tempo já havia pequenos aparelhos desenvolvidos pelas agências de espionagem internacionais que permitiam instalar dispositivos de gravação e filmagem disfarçados de abajures, canetas, óculos e até botões de roupa. Nada disso, porém, era de fácil acesso às pessoas comuns – o que só mudaria com o advento dos smartphones, a partir do final da década de 1990.

      A cumplicidade entre internet e dispositivos móveis de captação de som, imagem e informação, com a possibilidade de retransmissão instantânea do material captado, alterou de vez a relação entre o homem moderno e seu ambiente social. Começava, nesse momento, a grande derrocada da privacidade como a conhecemos um dia.

      A primeira rede social via internet nos moldes atuais, a Classmates, surgiu em 1995, nos Estados Unidos e Canadá. Era voltada para a troca de informações entre estudantes universitários. Desde então, as redes se multiplicaram e acabaram por se transformar nos principais polos de disseminação de informação do planeta. A maior rede disponível hoje, o Facebook, foi criada em 2004 por estudantes de Harvard e reúne mais de 2,2 bilhões de usuários, entre pessoas reais, perfis falsos e robôs.

      Por meio das redes, a indústria e o comércio sabem o que mais consumimos, presidentes são eleitos e derrubados, e os pecados que gostaríamos de ver escondidos são tornados públicos.

      O onipresente olho nos acompanha a cada passo que damos, reconhecendo-nos quando circulamos, pretensamente anônimos, em meio às multidões dos blocos carnavalescos.

(Luiza Pastor. Redes sociais destruíram ideia de privacidade, diz pesquisadora. www1.folha.uol.com.br, 28.06.2019. Adaptado)

Encontra-se em conformidade com a norma-padrão da língua, quanto ao emprego e à colocação dos pronomes, a seguinte frase:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA A

    A) Os grandes furos nasciam de conversas, e os informantes eram quem os providenciava. ? correto.

    B) Jornalistas sérios conheciam os gravadores de fita cas-sete, mas desprezavam-o. ? temos um verbo terminado em ditongo nasal, usa-se, assim, -no(s), -na(s), o correto é: desprezavam-nos.

    C) Além de medir bem a palavra gravada, o profissional adequadamente calcula-a. ? a form original do verbo é "calcular", terminações em -r, -s e -z ? essas letras saem e usa-se -lo(s), -la(s).

    D) A privacidade começou a decair e não lhe protegem por causa dos interesses escusos. ? protegem alguma coisa (verbo transitivo direto, logo não se pode usar o pronome "lhe"), o correto é usar o pronome oblíquo "a" retomando o substantivo "privacidade".

    E) As pessoas com seus pecados, muitos ou poucos, os levam para a internet, os tornando públicos. ? não podemos começar oração com o pronome, o correto é: levam-nos e tornando-os.

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    FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Assertiva A

    Os grandes furos nasciam de conversas, e os informantes eram quem os providenciava.

  • Cuidado com a palavra "quem"

    Regra geral concorda na 3º pessoa do singular, porém pode ser usado concordando com a pessoa do discurso. O cespe só aceita a regra geral.

    Ex: fui eu quem fez ( 3º p.s concordando com quem)

    Fui eu quem fiz ( 1º p. s concordando com a pessoa do discurso, eu)

  • B) PRONOME PESSOAL + QUEM

    Quando houver pronome pessoal seguido do pronome relativo “quem”, o verbo pode concordar com o pronome pessoal ou ficar na 3ª pessoa.

    Fui eu quem fiz este trabalho ou: fui eu quem fez este trabalho.

    Fomos nós quem contamos as fichas ou: fomos nós quem contou as fichas.

    Foste tu quem fechaste a porta ou: foste tu quem fechou a porta.

  • Alguns detalhes que não podem passar batido:

    b) mas desprezavam-o.

    Conjunções são fatores atrativos de próclise.

    c) o profissional adequadamente calcula-a.

    Advérbios são fatores atrativos de próclise.

    d) A privacidade começou a decair e não lhe protegem .

    Não protegem a privacidade = Não protegem alguém=OD.

    LHE(s) = OI.

    e) (...) , os levam para a internet, os tornando públicos.

    Não utilizamos próclise após diante de pausa (,).

    Sucesso, Bons estudos, Nãodesista!

  • Na letra A, a palavra "providenciava" n deveria estar no plural?

  • Depois de erra essa questão agora certei...hihihi

    Agora que começamos não podemos parar.