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A avaliação do traço depressivo pressupõe que ele varia ao longo de um contínuo, cujos extremos podem significar variados quadros clínicos depressivos, tratando-se de um traço relativamente estável, sendo considerado uma dimensão normal da personalidade. Estudando o traço ou os sintomas depressivos, obtêm-se resultados que variam na cronicidade, estabilidade e frequência com que certas características são exibidas. Assim, a avaliação da depressão como traço e estado são complementares (Campos, 2006, 2011).
fonte:
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A questão parece estar baseada no modelo teórico de Campos (2011) que se constitui em torno de 5 grandes princípios fundamentais:
1) É possível criar uma operacionalização, uma definição empírica de personalidade
depressiva que abarque de uma forma ampla e lata diferentes tipos de características
depressivas;
2) A personalidade depressiva corresponde a um contínuo ou espectro,
cujos extremos podem ser sinônimos de várias formas depressivas clínicas ou à
vulnerabilidade para apresentar uma forma de depressão clínica;
3) A depressão pode ser
conceptualizada como uma dimensão da personalidade normal composta por diferentes
traços, entendidos como características estáveis;
4) a diferença entre traço e sintoma
depressivo, situar-se ao nível da cronicidade, estabilidade e frequência com que o
indivíduo exibe determinada característica; e
5) faz sentido uma avaliação diferencial do estado e do traço depressivos.
Vamos analisar as demais opções:
B) Refere-se ao transtorno do estresse pós- traumático.
C) Sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social,
profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo são sim critérios diagnósticos para transtorno depressivo maior.
D) Refere-se aos transtornos da personalidade.
E) Refere-se a medo. A ansiedade é mais frequentemente associada a tensão muscular e vigilância em preparação para
perigo futuro e comportamentos de cautela ou esquiva.
CAMPOS, R. C. Construção e aferição do Inventário de Traços Depressivos.
Simpósio: Actas do VIII Congresso Iberoamericano de Avaliação Psicológica, Lisboa, 2011.
GABARITO: A
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Sobre a letra E
"...Medo é a resposta emocional a ameaça iminente real ou percebida, enquanto ansiedade é a antecipação de ameaça futura. Obviamente, esses dois estados se sobrepõem, mas também se diferenciam, com o medo sendo com mais frequência associado a períodos de excitabilidade autonômica aumentada, necessária para luta ou fuga, pensamentos de perigo imediato e comportamentos de fuga, e a ansiedade sendo mais frequentemente associada a tensão muscular e vigilância em preparação para perigo futuro e comportamentos de cautela ou esquiva..."
DSM -V
GAB. A
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Medo -> Excitabilidade autonômica aumentada; luta ou fuga; pensamentos de perigo imediato e comportamentos de fuga
Ansiedade-> Tensão muscular e vigilância em preparação para o perigo futuro e comportamentos de cautela ou esquiva.
Diferença entre medo e ansiedade segundo o DSM-V é que o medo se relaciona com o perigo imediato e a ansiedade a um evento ou perigo futuro. Basicamente.
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A letra D descreve um Transtorno de personalidade e não o transtorno neurocognitivo.