- ID
- 3358021
- Banca
- IPEFAE
- Órgão
- Prefeitura de São João da Boa Vista - SP
- Ano
- 2019
- Provas
- Disciplina
- Português
- Assuntos
Texto para as questões de 04 a 10
Não haverá paz neste planeta enquanto os direitos
humanos forem violados em alguma parte do mundo
O jurista francês René Cassin não queria proteger um ou
outro grupo específico de pessoas quando disse: “Não
haverá paz neste planeta enquanto os direitos humanos
forem violados em alguma parte do mundo”. Um dos
autores do texto da Declaração Universal dos Direitos
Humanos, adotada pela Organização das Nações Unidas
(ONU) em 1948, o ganhador do Nobel da Paz de 1968
incluiu todos os homo sapiens naquela frase célebre.
Morto em 1976, aos 88 anos, Cassin seria uma ótima
pessoa para invocar diante de compreensões
equivocadas sobre a expressão “direitos humanos”,
quase 70 anos depois da adoção do texto pela
comunidade internacional.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (Unesco) afirma que os direitos
humanos “são um pré-requisito para uma sociedade
pacífica”. Mas a mesma mensagem alerta para desafios
no caminho dessa paz, como a desigualdade social, os
conflitos gerados pelas mudanças climáticas e as visões
extremistas que se espalham pelo mundo.
Segundo o coordenador do Setor de Ciências Naturais e
Sociais da Unesco no Brasil, Fabio Eon, os direitos
humanos estão sendo alvo de uma onda conservadora
que trata a expressão como algo politizado.
— Existe hoje uma tendência a enxergar direitos
humanos como algo ideológico, o que é um equívoco. Os
direitos humanos não são algo da esquerda ou da direita.
São de todos, independentemente de onde você nasceu
ou da sua classe social. É importante enfatizar isso para
frear essa onda conservadora — ressalta Eon, que
sugere um remédio para o problema: — Precisamos
promover uma cultura de direitos humanos.
Pouca gente conhece os artigos do texto. O tema
poderia, por exemplo, estar dentro das escolas como um
assunto transversal. Precisamos romper com esse ranço,
essa mentalidade machista e retrógrada que age pela
violação dos direitos humanos.
Dados divulgados em outubro de 2018 mostram a falta de
entendimento sobre o assunto. De acordo com a
pesquisa Pulso Brasil, do Instituto Ipsos, seis em cada
dez brasileiros se dizem “a favor” dos direitos humanos.
Mas, ao mesmo tempo, 63% dos entrevistados acham
que os “direitos humanos defendem mais os bandidos
que as vítimas”. A percepção chega a 79% na região
Norte do Brasil. E alcança 76% entre as pessoas com
ensino superior. Além disso, uma em cada cinco pessoas
se declarou contra a própria existência dos direitos
humanos.
Ainda de acordo com a pesquisa, 43% dos brasileiros
evitam falar sobre o assunto com outras pessoas, com
medo de serem vistas como alguém que defende
bandidos.
Para o pesquisador Cézar Muñoz, da organização
Humans Rights Watch no Brasil, a promoção dos direitos humanos gerou uma série de avanços na sociedade. Mas
ele também vê com preocupação a deturpação de sentido
que ocorre no Brasil.
— A percepção no país está distorcida por causa das
pessoas que acham que os direitos humanos só
protegem as minorias. Organizações como a nossa se
dedicam a monitorar violações dos direitos humanos, o
que ocorre frequentemente contra as minorias. Mas o
último relatório que escrevi foi sobre violência
doméstica, um problema que não afeta um grupo
pequeno de pessoas. É generalizado, ocorre em todas as
regiões do país — afirma o pesquisador.
Adotada na terceira sessão da Assembleia Geral das
Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1948, ainda sob o
trauma da Segunda Guerra Mundial, a Declaração
Universal dos Direitos Humanos é composta por 30
artigos que expressam garantias individuais que devem
ser usufruídas por todas pessoas, como o direito à vida,
à liberdade e à segurança.
Embora não seja vinculante, o documento serviu de
inspiração para diferentes constituições federais e
também embasou reações da comunidade internacional
diante de violações de direitos humanos no mundo,
como durante a guerra civil que eclodiu na Bósnia e
Herzegovina, em 1992, o genocídio étnico ocorrido em
Ruanda, em 1994, e os conflitos que assolam o Sudão do
Sul, desde 2013, gerando desabrigados, fome e mortes.
A diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, disse que a
declaração afirma os valores que devem guiar as
democracias. “Vamos nos unir para assegurar que a
promessa de paz e justiça apoiada pela democracia seja
cumprida”.
Fonte: com informações do *O Globo.
FONTE: https://www.revistaprosaversoearte.com/nao-havera-paz-neste-planetaenquanto-os-direitos-humanos-forem-violados-em-alguma-parte-do-mundo/
Considerando a passagem “É importante enfatizar isso
para frear essa onda conservadora”, o termo em
destaque recupera, por coesão: