SóProvas


ID
3359347
Banca
FCC
Órgão
DPE-AM
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Literatura e escola
       Na escola, a leitura de textos literários pode se tornar apenas uma tarefa de Português, uma obrigação – e lá se vai, se assim for, o prazer da leitura. O ser humano gosta de pensar que decide o seu destino, e só acredita que poderá ser feliz quando apenas sua vontade estiver no comando. Mas sou obrigado a confessar: algumas vezes fui ler por obrigação, a mando de professor, e acabei encontrando grande prazer na leitura.
     Toda a questão está em que haja uma boa combinação de fatores: ler certo texto, em certa idade, com a motivação pessoal de certos interesses. Todos esses “certos” são muito variáveis, mudam de pessoa para pessoa − mas a gente sabe quando a combinação resulta positiva: saímos satisfeitos com a descoberta de um mundo que não conhecíamos, que nem sabíamos ser possível, e que somos capazes de incorporar ao nosso próprio mundo, agora maior que antes.
      A experiência da literatura é insubstituível: nenhuma arte nos dá tanto o que pensar e sentir quanto essa que, contando com não mais que palavras, nos leva para todas as histórias, todas as geografias, nos embarca em todas as viagens e sensações. Não importa o avanço da tecnologia e de suas ofertas miraculosas: uma escola não pode deixar de proporcionar ao jovem a oportunidade de encontrar dentro de si a revelação de um mundo que certo livro, em certa idade, por conta de certos motivos, lhe oferece com tal intensidade que lhe deixará o vivo desejo de ler mais, de ler muitos outros mais.
(Ariovaldo Passos da Cunha, inédito

Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA D

    A) O autor do texto não hesitou entre mostrar que sua participação como leitor de literatura não deixou de ser complascente ? o correto é "em" (=hesitou em alguma coisa) e "complacente".

    B) Ainda que hajam muitos leitores controversos à literatura, outros tantos sabem apreciar-lhe e interessar-se por ela ? o correto é "haja" (=verbo "haver" com sentido de "existir", temos um verbo impessoal e que não deve ser flexionado).

    C) Os menos interessados em literatura podem, à certa altura, se deixar atraídos por ela, uma vez que se encontre motivos para tanto ? temos uma voz passiva sintética (se) com sujeito paciente no plural, o correto é "se encontrem motivos" (=motivos sejam encontrados).

    D) Ainda que obrigados à leitura, na escola, é provável que encontremos nesse encargo um prazer tão verdadeiro como inesperado ? correto, obrigados a algo (=preposição "a") + artigo definido "a" que acompanha o substantivo "leitura" (=crase); "na escola" é um adjunto adverbial de lugar intercalado corretamente pelas vírgulas.

    E) Segundo o autor, as criaturas humanas podem discriminar entre obrigações um prazer cujo não se incutiria nas mesmas ? frase está incoerente, uso do pronome cujo incorreto, não temos o valor semântico de posse na frase.

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Segue os significados só para complementar o comentário do Arthur..

    Significado de incutiria

    Incutiria vem do verbo incutir. O mesmo que: persuadiria, aliciaria, atrairia, cativaria, convenceria, induziria, instigaria, seduziria.

    Significado de complacente

    Desejoso de agradar , demostrar cortesia, de servir.

    Que demonstra gentileza , amabilidade ou benevolência

    Justamente o que o Arthur tem sido conosco, que significado pertinente, né galera? Deus te abençoe, mano! Continua comentando...Tem ajudado muita gente!

  • Correta, D

    Ao meu, jogar na ordem direta facilita a compreensão da questão:

    Ainda que obrigados à leitura, na escola, é provável que encontremos nesse encargo um prazer tão verdadeiro como inesperado.

    Na escola, ainda que obrigados à leitura, é provável que encontremos nesse encargo um prazer tão verdadeiro como inesperado.

  • Quando for solicitado a você que marque a opção cuja reescrita esteja de acordo com a norma padrão da Língua Portuguesa, é necessário observar, antes de analisar cada uma das opções, qual é a palavra ou o fenômeno gramatical que pode ser o alvo do desvio. Assim, você é capaz de identificar qual(is) conteúdo(s) é(são) cobrado(s) na questão.

    Por exemplo, se há inadequação de preposição, os conteúdos podem ser regência e crase; se há presença constante de conjunções fora do sentido que deveriam expressar, o conteúdo  será o valor semântico de conectivos; se houver palavras com propostas de grafia incorreta, solicita-se atenção à ortografia e à acentuação; caso haja incorreção no tocante a singular e plural e a feminino e masculino, o tema da reescrita será concordância; e, se a solicitação for sobre posição equivocada de pronomes oblíquos átonos em relação ao verbo, a cobrança será em colocação pronominal.

    Identificada a palavra ou fenômeno gramatical, você já consegue, de maneira mais pontual, raciocinar de acordo com o(s) conteúdo(s) de foco da questão. Com base nessas informações, examinemos as opções:


    A)    O autor do texto não hesitou entre mostrar que sua participação como leitor de literatura não deixou de ser complascente

    ERRADA.

    Note que o verbo “hesitar" está associado à preposição “entre", mas essa construção não está correta, pois não se mostram as opções em relações as quais “o autor do texto não hesitou". Em outras palavras: o verbo “hesitar" pode ser intransitivo, quando não associado a complementos, ou transitivo indireto, quando relacionado a complementos preposicionados e, nesse caso, a preposição pode ser ENTRE, se a ideia que se quer passar é a de escolha “entre" uma coisa ou outra (exemplo: não hesite entre ir ou ficar); ou EM, se o sentido for mostrar apenas um elemento sobre o qual não se deve “hesitar", isto é, duvidar (exemplo: não hesite em se posicionar na reunião). Como, no exemplo da letra A, não ocorre um contexto de escolha, mas sim de mostra do que não se duvidou, a preposição deveria ser EM. Além disso, a ortografia correta de “complacente" é com C entre as vogais “a" e “e", e não com dígrafo SC. Reescrevendo, teríamos: o autor do texto não hesitou EM mostrar que sua participação como leitor de literatura não deixou de ser complacente.


    B) Ainda que hajam muitos leitores controversos à literatura, outros tantos sabem apreciar-lhe e interessar-se por ela. 

    ERRADA.

    O verbo “haver", neste contexto, apresenta sentido de “existir", o que o torna impessoal, ou seja, formador de oração sem sujeito. Ora, como se sabe, em todos os casos de impessoalidade, os verbos se mantêm conjugados na terceira pessoa do singular, justamente por não terem um sujeito com o qual devem concordar.

    Ademais, é sabido que os pronomes oblíquos átonos, sintaticamente, são sempre considerados complementos verbais e nominais, bem como adjuntos adnominais (nesse caso, quando puderem ser substituídos pelo possessivo “seu": emprestei-lhe o estojo, por exemplo). Em relação especificamente à complementação verbal, os pronomes de terceira pessoa apresentam uma regra clássica: O(S), 

    A(S) serão sempre “objetos diretos", ou seja, complementos não preposicionados; já LHE(S) serão sempre “objetivos indiretos", ou complementos verbais introduzidos por preposição. Sendo assim, como o verbo “apreciar" é transitivo direto, então, se complementado por pronome oblíquo átono, este deve ser O(S) ou A(S). Então, na letra B, o pronome LHE deveria ser substituído por A, para complementar o verbo. Vale lembrar que, quando associamos pronomes O(S) e A(S) a verbos no infinitivo (terminados em -R), por uma questão fonológica e ortográfica, fazemos esses pronomes variarem para as formas LO(S) e LA(S), de forma que, no exemplo em análise, deveríamos encontrar “apreciá-la" (a literatura), e não “apreciar-lhe".

    Reescrevendo, portanto, teríamos: ainda que haja muitos leitores controversos à literatura, outros tantos sabem apreciá-la e interessar-se por ela. 


    C) Os menos interessados em literatura podem, à certa altura, se deixar atraídos por ela, uma vez que se encontre motivos para tanto. 

    ERRADA.

    De acordo com as regras de colocação pronominal, se um verbo associado a um pronome oblíquo átono estiver depois de pontuação, devemos fazer a ênclise (posicionar o pronome depois do verbo), e não a próclise, como se sugere na letra C (“se deixar"). Além disso, note que a concordância verbal apresenta falha em relação ao verbo “encontrar", pois, se seu sujeito é “motivos", que está no plural, o verbo que estabelece com ele uma relação de número, que é justamente o princípio geral da concordância verbal, deveria, também, estar no plural. Corrigindo, teríamos: os menos interessados em literatura podem, à certa altura, deixar-se atraídos por ela, uma vez que se encontrem motivos para tanto.

     
    D) Ainda que obrigados à leitura, na escola, é provável que encontremos nesse encargo um prazer tão verdadeiro como inesperado.

    CORRETA.

    Em relação à crase, há plena correção gramatical, uma vez que quem está obrigado ESTÁ OBRIGADO A ALGO OU ALGUÉM. Como o nome “obrigado" pede complemento com preposição A, sendo esse complemento de núcleo feminino, como “leitura", no exemplo em questão, haverá também o acompanhamento deste por um artigo definido feminino A. Como sabemos, a crase é a contração gramatical entre um A preposição e um A artigo feminino. Logo, há acerto em relação ao uso do acento de crase (acento grave). No tocante à pontuação, as vírgulas que isolam a expressão “na escola" estão corretas também, pois temos um adjunto adverbial de lugar deslocado e, sendo assim, se o adjunto adverbial estiver fora da ordem direta, deve ter o seu deslocamento assinalado por vírgulas. Quanto ao uso de conectivos, a expressão conectora “tão...como" está adequada, pois expressa sentido de comparação, geralmente para associar características iguais ou parecidas de um mesmo elemento ou indivíduo. Por todas essas razões, a letra A é a resposta da questão.


    E) Segundo o autor, as criaturas humanas podem discriminar entre obrigações um prazer cujo não se incutiria nas mesmas.

     ERRADA.

    Note que o pronome relativo CUJO está empregado incorretamente porque não expressa, como deveria, o sentido de posse ou pertencimento. Estruturalmente, para que esse significado seja expresso, é necessário que o pronome tenha como antecedente o elemento possuidor e como termo posterior aquele(a) ou aquilo que é possuído(a). A palavra “prazer" está antes de CUJO, porém, depois dele, não há substantivo algum que expresse ideia do ser/objeto possuído (observe este exemplo ilustrativo: o deputado cujo terno foi rasgado continuou no congresso). Essa incorreção na letra E implica forte incoerência no conteúdo geral da mensagem presente nesta opção.


    Resposta: D

  • Gabarito''D''.

    A)INCORRETA.

    Nessa alternativa, há erros de regência verbal e de ortografia

    O verbo "hesitar" nessa oração deveria ser regido pela preposição "em". Além disso, "complacente" está escrito de forma errada.

    Frase escrita corretamente: O autor do texto não hesitou (entre) em mostrar que sua participação como leitor de literatura não deixou de ser (complascente) complacente.

    B)INCORRETA.

    Aqui, existem erros de conjugação verbal e de regência verbal. O verbo "haver"com sentido de existir, não conjuga no plural, de forma que ("hajam")está escrito erroneamente. Ademais, o verbo ("apreciar") é transitivo direto, e, portanto, não poderia ser regido pelo pronome "lhe".

    Frase escrita corretamente: Ainda que (hajam) haja muitos leitores controversos à literatura, outros tantos sabem (apreciar-lhe) apreciá-la e interessar-se por ela.

    C)INCORRETA.

    Nessa alternativa, há falha de concordância verbal entre sujeito e verbo e, também, uso incorreto de crase"Motivos" é o sujeito da última oração da sentença, de maneira que "se encontre" deveria estar conjugado no plural. Ademais, não se usa crase na locução "à certa altura". 

    Frase escrita corretamente: Os menos interessados em literatura podem, à a certa altura, se deixar atraídos por ela, uma vez que se (encontre) encontrem motivos para tanto.

    D)CORRETA.

    A sentença está escrita corretamente. Não há erros gramaticais nem de coesão e clareza. Vale destacar o uso correto da crase, visto que o termo "obrigados" é regido pela preposição "a" "leitura" é um substantivo feminino.

    E)INCORRETA.

    É possível encontrar erro no uso do pronome relativo "cujo"  na sentença. Além de não haver sentido de posse na oração, o termo (''cujo") deve vir entre dois substantivos. 

    Frase escrita corretamente: Segundo o autor, as criaturas humanas podem discriminar entre obrigações um prazer (cujo) que não se incutiria nas mesmas.

    Não desista em dias ruins. Lute pelos seus sonhos!

  • São vários erros...viu o erro, já elimina a assertiva!

    Só na letra C que vi que ninguém comentou: Colocação pronominal errada-

    ''Os menos interessados em literatura podem, à certa altura, se deixar atraídos por ela...

    Notem que não é uma conjunção condicional, sendo o certo '' deixar-se''