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ID
3359368
Banca
FCC
Órgão
DPE-AM
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O inexpugnável mistério
      Aceitemos de bom grado a tese formulada pelo físico nuclear dinamarquês Niel Bohr, segundo a qual “a tarefa da ciência é reduzir todos os mistérios a simples trivialidades”. Aceitemos também a conjectura de que, com o tempo e com um trabalho sem tréguas, os cientistas tenham conseguido levar a cabo essa tarefa da ciência, e todos os mistérios do mundo – da origem da vida à relação entre a mente e o cérebro – tenham afinal rendido os seus segredos e se revelado ao olhar humano naquilo que são: trivialidades perfeitamente inteligíveis na ordem natural das coisas.
     Pois bem. Terminada a tarefa da ciência, restará ainda um derradeiro enigma diante do qual ela não tem, nem poderá vir a ter, o que dizer: o mistério da trivialidade de tudo. Em outras palavras: a ciência não saberá explicar a razão de ser de todas as trivialidades que compõem o nosso misterioso mundo.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 27)

Está plenamente correta, quanto à coesão de seus elementos, a construção da frase:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA E

    A) Sua tese formulada, se aceita de bom grado, Nicolas Bohr considera-a precisa ? o correto seria "consideraria" (=considerá-la-ia).

    B) A ciência não explicará, de vez que os mistérios do mundo sejam trivialidades ? o correto seria "são" (=presente do indicativo para manter a coerência da frase).

    C) Muitos cientistas não imaginam, a ciência por vezes está longe de alcançar ? imaginam alguma coisa, vírgula separando incorretamente o objeto direto de seu verbo.

    D) Embora não se esclareça o mistério final, nem as trivialidades se explicam ? o correto seria "explicariam".

    E) Ao se imaginar que tudo se esclareceu, eis que subsiste o mistério essencial.

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Gab. E

    Sobre a D

    Erro de correlação

    Embora não se esclareça (pres. do subj.) o mistério final, nem as trivialidades se explicam (pres. do ind.) ERRADO

    Embora não se esclareça (pres. do subj.) o mistério final, nem as trivialidades se expliquem (pres. do subj.) CORRETO

  • Letra A: Sua tese formulada, se aceita de bom grado, Nicolas Bohr considera-a precisa.

    Erro de colocação pronominal. O correto seria aceita-se. Nem terminei de ler o resto da frase, parti para próxima.

  • Professor, por obséquio, para os esclarecimentos, dúvida na questão, Grato,

  • Esta questão requer conhecimentos acerca de coerência, coesão textual e correlação verbal.

    Alternativa (A) incorreta - Há uma incorrelação entre os tempos verbais na segunda e terceira oração. Há um valor condicional na oração “se aceita de bom grado", introduzida pela conjunção condicional “se"; nesse sentido, o verbo da oração seguinte deveria estar flexionado no futuro do pretérito do indicativo a fim de manter a correlação verbal. Portanto, para manter a coesão textual, o correto seria: “Sua tese formulada, se aceita de bom grado, Nicolas Bohr a consideraria precisa" ou Sua tese formulada, se aceita de bom grado, Nicolas Bohr considerá-la-ia precisa".

    Observação!!! Há uma elipse da forma verbal ser flexionada no pretérito imperfeito do subjuntivo em “se fosse aceita de bom grado". Percebendo essa elipse, fica mais claro reconhecer a incorrelação entre os tempos verbais, visto que, quando se tem uma oração com verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo, a oração seguinte vem com verbo no futuro do pretérito do indicativo, ou vice-versa.

    Alternativa (B) incorreta - A fim de manter a coerência e a coesão textual, o verbo da oração subordinada adverbial causal deveria estar flexionado no presente do indicativo. O correto seria: “A ciência não explicará, de vez que os mistérios do mundo são trivialidades".


    Alternativa (C) incorreta - Quem imagina, imagina alguma coisa. O complemento do verbo imaginar (transitivo direto) é a oração subordinada objetiva direta “que a ciência por vezes está longe de alcançar". O verbo e seu objeto direto estão separados por vírgula, fato que não pode acontecer; além disso, está faltando a conjunção integrante “que" na oração objetiva direta.


    Alternativa (D) incorreta - O período está sendo introduzido pela conjunção concessiva “embora", essa conjunção exprime um fato contrário ao da oração principal, mas não suficiente para anulá-lo ou impedi-lo. A oração “nem as trivialidades se explicam" está incoerente, não traz uma relação lógica com a oposição que se encontra na oração anterior. O período está com ideias incompletas. Na verdade, está faltando mais uma oração para completar a ideias das anteriores.


    Alternativa (E) correta - Há uma correlação entre os tempos verbais das três orações, contribuindo para a coesão e a coerência textual. E a palavra denotativa designativa “eis" traz no discurso uma função de apresentar um fato na cena discursiva. Permite a enunciação de um fato como algo repentino e inesperado.


    Gabarito da professora: alternativa E.
  • Autor: Elizabeth da Silva, Professora de Língua Portuguesa e Pós-Graduada em Língua Portuguesa., de Português

    Esta questão requer conhecimentos acerca de coerência, coesão textual e correlação verbal.

    Alternativa (A) incorreta - Há uma incorrelação entre os tempos verbais na segunda e terceira oração. Há um valor condicional na oração “se aceita de bom grado", introduzida pela conjunção condicional “se"; nesse sentido, o verbo da oração seguinte deveria estar flexionado no futuro do pretérito do indicativo a fim de manter a correlação verbal. Portanto, para manter a coesão textual, o correto seria: “Sua tese formulada, se aceita de bom grado, Nicolas Bohr a consideraria precisa" ou “Sua tese formulada, se aceita de bom grado, Nicolas Bohr considerá-la-ia precisa".

    Observação!!! Há uma elipse da forma verbal ser flexionada no pretérito imperfeito do subjuntivo em “se fosse aceita de bom grado". Percebendo essa elipse, fica mais claro reconhecer a incorrelação entre os tempos verbais, visto que, quando se tem uma oração com verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo, a oração seguinte vem com verbo no futuro do pretérito do indicativo, ou vice-versa.

    Alternativa (B) incorreta - A fim de manter a coerência e a coesão textual, o verbo da oração subordinada adverbial causal deveria estar flexionado no presente do indicativo. O correto seria: “A ciência não explicará, de vez que os mistérios do mundo sãotrivialidades".

    Alternativa (C) incorreta - Quem imagina, imagina alguma coisa. O complemento do verbo imaginar (transitivo direto) é a oração subordinada objetiva direta “que a ciência por vezes está longe de alcançar". O verbo e seu objeto direto estão separados por vírgula, fato que não pode acontecer; além disso, está faltando a conjunção integrante “que" na oração objetiva direta.

    Alternativa (D) incorreta - O período está sendo introduzido pela conjunção concessiva “embora", essa conjunção exprime um fato contrário ao da oração principal, mas não suficiente para anulá-lo ou impedi-lo. A oração “nem as trivialidades se explicam" está incoerente, não traz uma relação lógica com a oposição que se encontra na oração anterior. O período está com ideias incompletas. Na verdade, está faltando mais uma oração para completar a ideias das anteriores.

    Alternativa (E) correta - Há uma correlação entre os tempos verbais das três orações, contribuindo para a coesão e a coerência textual. E a palavra denotativa designativa “eis"traz no discurso uma função de apresentar um fato na cena discursiva. Permite a enunciação de um fato como algo repentino e inesperado.

    Gabarito da professora: alternativa E.