SóProvas


ID
3375682
Banca
AOCP
Órgão
UNIR
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Pesquisadores descobrem como transformar
sangue A e B em O

A novidade pode ajudar bancos de sangue ao
redor do planeta e salvar milhões de vidas

     Ninguém sabe ao certo como morreu o Papa Inocêncio VIII, no século 15. Uma lenda recorrente diz que, oito anos antes dos portugueses pisarem no Brasil, a Igreja estava tão desesperada para salvar o pontífice moribundo que cometeu uma loucura: pediu para três crianças, de 10 anos, trocarem parte de seu sangue por um pedaço de terra. O médico do líder católico ainda teria determinado que o sangue deveria ser bebido, via oral. Não deu certo. O Papa teria morrido logo depois.
     Essa história é, provavelmente, mentira – a Universidade de Toronto até chegou a buscar provas em 1999, mas não encontrou. A lenda, porém, se consagrou como “o primeiro transplante sanguíneo da história”.
      De lá pra cá, a lenda se tornou fato – e a medicina evoluiu muito quando o assunto é sangue. Em 1818, o obstetra inglês James Blundell realizou a primeira transfusão devidamente registrada, e em 1901 o austríaco Karl Landsteiner descobriu os tipos sanguíneos (A, B, AB e O), e como eles interagem entre si.
    Agora, um século depois, a maior revolução do tipo pode estar prestes a ser confirmada: um grupo de pesquisadores da Universidade de British Columbia, no Canadá, alega que conseguem transformar sangue tipo A, B ou AB em sangue tipo O.   
     (...) Todo mundo tem um tipo sanguíneo. Você mesmo é ou A, ou B, ou AB, ou O. Isso é importante porque a transfusão entre tipos de sangue diferentes pode matar – se você colocar sangue A em uma pessoa cujo tipo sanguíneo é B, o próprio organismo vai reagir e atacar esse novo malote de sangue. O contrário também ocorre. Sangue tipo A só doa para tipo A ou AB. Tipo B só doa para tipo B ou AB. AB é o menos flexível e só doa para o tipo AB.
      Por isso, o tipo sanguíneo mais valioso é o tipo O. Ao contrário dos demais, ele não promove reações defensivas no organismo de pessoas com nenhum tipo sanguíneo. Conhecido como doador Universal, o sangue O pode ser transferido pra qualquer pessoa. É por isso, é claro, que os Bancos de Sangue estão sempre procurando por doadores tipo O.
     Com a descoberta da universidade canadense, porém, os Bancos de Sangue podem ter ganhado na loteria. Qualquer sangue pode ir pra qualquer pessoa, uma revolução que tem o potencial de salvar milhões de vidas.
      Para conseguir o feito, o pesquisador Stephen Withers analisou a característica que difere entre cada tipo sanguíneo: são os chamados “açúcares antígenos”. O sangue tipo A carrega um determinado antígeno junto às suas células, quem tem sangue B possui outro, quem tem AB possui os dois.
       O sangue da transfusão só é aceito quando o corpo não detecta nenhum antígeno diferente do seu próprio.
       Só que quem tem sangue O não possui antígeno nenhum. E passa despercebido pelos sistemas de defesa. A ideia, então, foi tentar destruir esses açúcares das células de sangue – assim, em teoria, qualquer fluido sanguíneo ficaria igual ao tipo O.
    A saída para o extermínio adocicado se deu por meio de enzimas. Os pesquisadores procuraram substâncias que conseguissem quebrar as moléculas açucaradas (sem danificar o restante do material). O estudo procurou o elemento em mosquitos e sanguessugas, mas encontrou a solução em um local muito mais próximo: no nosso próprio intestino.
    Withers percebeu que alguns dos açúcares que consumimos são estruturalmente muito parecidos com os antígenos. Eles observaram que algumas bactérias presentes na flora intestinal auxiliam no processamento desses açúcares da alimentação
– e decidiram entender como elas reagiriam em contato com as células sanguíneas.       Foi tiro e queda: elas fizeram a “digestão” dos antígenos – e o que restou era sangue tipo O.
(...)

Por Felipe Germano
access_time23 ago 2018, 15h54 - Publicado em 22 ago 2018, 19h29

Considerando o texto apresentado, julgue, como VERDADEIRO ou FALSO, o item a seguir.

Considerando as expressões “ninguém”, “essa”, “de lá pra cá”, “agora” e “todo mundo”, é possível afirmar que o autor recorre, basicamente, às classes gramaticais dos pronomes e dos advérbios para modalizar e introduzir os cinco primeiros parágrafos do texto.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: CERTO

    ?ninguém? ? temos um pronome indefinido;

    ?essa? ? temos um pronome demonstrativo;

    ?de lá pra cá? ? temos um advérbio que está sendo usado com valor semântico de tempo;

    ?agora? ? temos um advérbio de tempo;

    ?todo mundo? ? temos um pronome indefinido.

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • O gabarito está correto, de fato, mas não compreendi muito bem o que a banca quis dizer com "modalizar".

  • MODALIZAR; marca com que o falante assinala seu enunciado, a fim de indicar sua relação com o conteúdo do mesmo.

  • A questão quer saber se quando o autor usou as expressões “ninguém”, “essa”, “de lá pra cá”, “agora” e “todo mundo” é possível afirmar que ele recorre, basicamente, às classes gramaticais dos pronomes e dos advérbios para modalizar (modificar, diferenciar) e introduzir os cinco primeiros parágrafos do texto. Vejamos:

    Advérbio: palavra invariável que indica circunstâncias. Modifica um adjetivo, um verbo ou outro advérbio.

    Pronome: palavra variável em gênero, número e pessoa que representa ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do discurso ou situando-o no espaço e no tempo.

    “ninguém”: pronome indefinido

    “essa”: pronome demonstrativo

    “de lá pra cá”: advérbio de lugar, mas que nesse caso está sendo usado como advérbio de tempo

    “agora”: advérbio de tempo

    “todo”: pronome indefinido

    Gabarito: CERTO

  • "Todo mundo" não é pronome. É pronome + substantivo...

    Eu ein...

  • "De lá pra cá" não seria conjunção adverbial?

  • Ninguém? ? temos um pronome indefinido;

    Pronome indefinido: refere-se à terceira pessoa de modo indeterminado, p.ex.: algo, alguém, algum, outro, qualquer, outrem, nada, ninguém etc.

    Essa? ? temos um pronome demonstrativo;

    Os pronomes demonstrativos: são os que indicam o lugar em que uma pessoa ou coisa se encontra. Isto é, a posição dos seres em relação às três pessoas do discurso.

    Pronome demonstrativo: pronome adjetivo ou substantivo que tem função díctica, ou seja, situa (no espaço ou no tempo) os seres e as coisas mencionados num enunciado em relação às pessoas que participam da comunicação.

    De lá pra cá? ? temos um advérbio que está sendo usado com valor semântico de tempo;

    Agora? ? temos um advérbio de tempo;

    Alguns advérbios de tempo são: “antes”, “depois”, “hoje”, “ontem”, “amanhã”, “sempre”, “nunca”, “cedo” e “tarde”.

    Todo mundo? ? temos um pronome indefinido.

    Pronome indefinido: refere-se à terceira pessoa de modo indeterminado, p.ex.: algo, alguém, algum, outro, qualquer, outrem, nada, ninguém etc.

  • Gabarito: Certo.

    ninguém -> pronome indefinido

    essa -> pronome demonstrativo

    de lá pra cá -> advérbio de tempo

    agora -> advérbio de tempo

    todo mundo -> pronome indefinido