Somente no ano 2000 aconteceu a I Cúpula Sul-Americana com todos os chefes de estado da região.
Brasil sempre teve atuação na área, claro:
1910: Proposta de Pacto ABC - Barão do Rio Branco (depois revivada por seu substituto e por Peron)
1969: Tratado da Bacia do Prata
1978: Tratado de Cooperação Amazônica
porém eram realmente "limitadas no próprio alcance geográfico ou quanto às respectivas agendas"
A política externa brasileira nem sempre privilegiou essa dimensão sul americana em relação às demais facetas da identidade internacional do Brasil.
No período monárquico negava-se, embora de maneira não explícita, a identidade sul americana ou americana, como parte do continente. O discurso oficial é que o Brasil seria “um império nos trópicos", estruturado à imagem e semelhança das monarquias europeias. Assim sendo, distinto das vizinhas repúblicas hispano-americanas instáveis.
Com a queda da monarquia começou uma discussão, aliás ainda inacabada, sobre a nossa identidade americana. Havia os que propunham que as instituições dos EUA deveriam ser nossos grandes modelos. Portanto, ser moderno e ter uma estrutura republicana adequada seria copiar aquela dos EUA. Havia outra corrente que pretendia a valorização de nossa dimensão latino-americana, até mesmo como um contraponto à hegemonia estadunidense no continente
Estas não são, no entanto, características restritas ao Brasil e sua proposta de política externa. Os países do continente valeram-se, ao longo dos quase dois séculos de história independente, de múltiplas fontes de identidade internacional que não faziam referência ao seu caráter sul-americano.
Imediatamente após sua separação da coroa espanhola, as repúblicas hispânicas do continente propuseram uma identidade americana que excluía o Brasil e os Estados Unidos e, que depois evoluiu para a invenção, em meados do século XIX, do conceito de América Latina.
A ideia de uma América Latina – mesmo que tenha origem mais antiga e estrangeira (como o europeu via a América de língua não inglesa) consolidou-se apenas após a Segunda Guerra Mundial – em especial depois da criação da CEPAL. - (Comissão Econômica para América Latina e Caribe) No pós-guerra, novos binômios dados pelos conflitos Norte-Sul e Leste-Oeste somaram-se à intrincada – embora pareça simples por conta de muitos Estados terem idioma e cultura hispânicos - e variável geopolítica das identidades regionais.
Mais recentemente a erosão do conceito de América Latina, a desaparição do bloco socialista e o embaçamento do discurso Norte-Sul pela retórica globalizante deixaram um vazio em termos de identidades regionais que vem sendo suprido por esforços como o Mercosul, a Comunidade Sul- Americana de Nações, ou a proposta de ALCA.(Área de Livre Comércio para as Américas) Nesse contexto, acontecem, não sem debates, o resgate da noção de América do Sul pela diplomacia brasileira como foco de identidade e projeto político.
No entanto, vale destacar que a questão chave no presente momento de mundo globalizado é que, mais do que “americanos", “sul americanos" ou ainda “latino-americanos" somos “mercados". Emergentes ou não. Interessantes ou não. Confiáveis ou não. E, este tem sido um dos motores da política externa e das ações dos Estados americanos na arena internacional.
A afirmativa apresentada traz um tema de longo debate, com várias vertentes ideológicas, políticas e culturais, porquanto lida-se com a problemática de identidade nacional que norteia a politica externa de um dado Estado.
Mas, a afirmativa apresenta uma ideia de história correta.
RESPOSTA: CORRETO