O período do milagre brasileiro foi interrompido por um acontecimento internacional com efeitos em quase todo o mundo. Em novembro de 1973, ocorreu o chamado choque do petróleo. A crise nos países produtores de petróleo quadruplicou os preços do produto. Como o Brasil importava mais de 80% do petróleo consumido, as suas relações de troca com o exterior foram bastante afetadas. O saldo da balança comercial e da conta corrente apresentaram grandes déficits. Como conseqüência, o contexto interno do país foi severamente atingido, afetando principalmente a produção.
Havia duas opções para o país enfrentar a situação: a) reduzir o crescimento, com a finalidade de diminuir na conta de importações a parcela referente ao petróleo; ou b) optar por taxas elevadas de crescimento, o que implicaria um declínio significativo das reservas do país e/ou aumento da dívida externa.
O país adotou a opção de reagir ao choque do petróleo através de taxas contínuas de crescimento. Politicamente, o governo militar que se iniciava em 1974 com o presidente Geisel não admitia um período de estagnação econômica, parando o crescimento começado na administração anterior (governo Médici). O governo justificava que as altas contas do petróleo seriam pagas com as receitas obtidas com o crescimento econômico.