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ID
3397984
Banca
VUNESP
Órgão
Câmara de São Roque - SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto para responder à questão.

    Ao longo dos séculos, filósofos e artistas sempre elaboraram definições do belo; graças a esses testemunhos, é possível, portanto, reconstruir uma história das ideias estéticas através dos tempos. Já com o feio, foi diferente. Na maioria das vezes, o feio era definido em oposição ao belo e quase não se encontram tratados mais extensos consagrados ao tema, mas apenas menções parentéticas e marginais. Portanto, se uma história da beleza pode contar com uma ampla série de testemunhos teóricos (dos quais se poderá deduzir o gosto de uma determinada época), uma história da feiura terá de buscar seus próprios documentos nas representações visuais ou verbais de coisas ou pessoas percebidas de alguma forma como “feias”.
    No entanto, a história da feiura tem algumas características em comum com a história da beleza. Antes de mais nada, a ideia de que os gostos das pessoas comuns correspondiam de alguma maneira aos gostos dos artistas de seu tempo não passa de uma suposição. Se um viajante vindo do espaço entrasse em uma galeria de arte contemporânea, visse os rostos femininos pintados por Picasso e ouvisse que os visitantes os consideram “belos”, poderia ter a impressão equivocada de que, na realidade cotidiana, os homens do nosso tempo consideram belas e desejáveis as criaturas femininas cujos rostos são semelhantes àqueles representados pelo pintor. Contudo, o viajante espacial poderia corrigir sua opinião se visitasse um desfile de moda ou um concurso de Miss Universo, nos quais veria celebrados outros modelos de beleza. Para nós, no entanto, isso não é possível: ao visitar épocas já distantes, não podemos fazer verificações desse tipo nem em relação ao belo, nem em relação ao feio, pois dispomos apenas dos testemunhos artísticos daqueles períodos.
(Umberto Eco (org.). História da feiura.
Trad. Eliana Aguiar. Rio de Janeiro, Record, 2007)

Quanto às regras de concordância da norma-padrão da língua, em “... não podemos fazer verificações desse tipo nem em relação ao belo, nem em relação ao feio, pois dispomos apenas dos testemunhos artísticos daqueles períodos.” (2o parágrafo), os trechos destacados estão correta e respectivamente substituídos por:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    “... não podemos fazer verificações desse tipo nem em relação ao belo, nem em relação ao feio, pois dispomos apenas dos testemunhos artísticos daqueles períodos.” (2º parágrafo)

     a) se pode fazer ... se encontram a nossa disposição apenas os → o correto é "podem" (temos uma voz passiva sintética e o sujeito paciente está no plural "verificações", logo, o correto é flexionar o verbo ao plural).
     b) se podem fazer ... se encontram a nossa disposição apenas os → correto!!
     c) se podem fazer ... se encontra a nossa disposição apenas os → o correto é "encontram" (temos uma voz passiva sintética e o sujeito paciente está no plural "os testemunhos", logo, o correto é flexionar o verbo ao plural: encontram-se os testemunhos/os testemunhos são encontrados).
     d) se pode fazer ... se encontra a nossa disposição apenas os → vide letra "a".
     e) se podem fazerem ... se encontra a nossa disposição apenas os → o correto é "fazer", visto que o verbo auxiliar já está flexionado.

    ☛ FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • Assertiva b

    se podem fazer ... se encontram a nossa disposição apenas os

  • Fiquei em dúvida e acabei marcando a A. Pensei que o "fazer" do "não se pode fazer" dava início a um sujeito oracional (Não se pode fazer ISTO), o que iria manter o verbo na 3ª pessoa do singular. Alguém saberia explicar o porquê de ele não pode ser considerado um sujeito oracional?