Em palavras breves, as figuras de linguagem são recursos expressivos utilizados com objetivo de gerar efeitos no discurso. Dentro do extenso grupo em que se arrolam esses recursos, existem quatro subdivisões: figura de palavra, figura de construção, figura de sintaxe e figura de som. Inspecionemos o trecho:
“As casas espiam os homens”
As casas são coisas, matéria inanimada, sem vida, sem órgãos do sentido, logo não podem espiar ninguém senão figuradamente, servindo-se de característica que não lhe pertence. Há, portanto, presença de personificação, animismo ou prosopopeia na estrutura acima.
a) Metonímia
Incorreto. São relações reais de ordem qualitativa que levam a empregar metonimicamente uma palavra por outra, a designar uma coisa com o nome de outra. Ex.: ler Machado de Assis (o livro de Machado de Assis), beber o copo de cachaça (beber a cachaça).
b) Personificação
Correto. Consiste na atribuição de ações, qualidades ou sentimentos humanos a seres inanimados. Também é utilizada para emprestar vida a e ação, não necessariamente humanas, a seres inanimados. Exs.:
“O carrinho tem pouco serviço e passa mor parte do tempo no depósito.” (Monteiro Lobato)
“Os sinos chamam para o amor.” (Mario Quintana);
“(...) o sol, no poente, abre tapeçarias...” (Cruz e Sousa);
“Um frio inteligente (...) percorria o jardim...” (Clarice Lispector)
c) Eufemismo
Incorreto. É o emprego de uma palavra ou expressão branda para se evitar o teor desagradável da mensagem. Ex.: “Agora que o meu pobre amigo jaz a dormir o derradeiro sono.” (Monteiro Lobato)
d) Pleonasmo
Incorreto. É o emprego de palavras desnecessárias ao sentido. Há dois tipos: um a que se chama de vicioso, decorrente da ignorância da significação das palavras (hemorragia de sangue, elo de ligação, subir para cima), e o literário, que serve à ênfase, ao vigor da expressão. Ex.: “Era como se todo o mundo que ele pisara com os pés, que vira com os seus olhos, que pegara com as suas mãos, se perdesse num instante.” (José Lins do Rego)
Letra B