SóProvas


ID
3431239
Banca
VUNESP
Órgão
Valiprev - SP
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Se a vida é um vale de lágrimas, por que não processar os pais por nos terem trazido ao mundo?

      Se o leitor nunca pensou nessa hipótese, isso pode significar duas coisas. Primeiro, que é uma pessoa sã. Segundo, que nunca leu a saga do indiano Raphael Samuel, 27, que tentou processar os progenitores, segundo o jornal “The Guardian”.

      Sim, Samuel confessa que tem uma excelente relação com eles. Mas há, digamos, um “pecado original” que o rapaz não pode perdoar: ele nasceu sem dar o seu consentimento. Uma indenização, ainda que simbólica, seria uma forma de fazer doutrina: quando queremos ter filhos, é importante ter o consentimento deles.

      Por essa altura, o leitor inteligente que lê as minhas colunas já deve ter feito uma pergunta fundamental: como obter esse consentimento? E, já agora, em que fase?

      A ciência terá aqui uma palavra importante. Mas, conhecendo o narcisismo da espécie e a tendência irresistível de marchar pelas causas mais improváveis, não é de excluir que adolescentes de todas as idades, frustrados com a vida e com a necessidade de escovar os dentes, encontrem em Raphael Samuel um modelo (de negócio).

      Antigamente, os pais poupavam para a universidade dos filhos. Hoje, convém poupar primeiro para a indenização que eles nos vão pedir.

      No limite, ver o filho a pedir uma indenização aos pais por ter nascido faz tanto sentido como pedir uma indenização ao filho por ele não querer estar cá. Quem disse que só o filho pode ter razões de queixa?

      O problema dos cálculos meramente utilitaristas é que eles são dotados de uma espantosa flexibilidade. E da mesma forma que os filhos avaliam os seus danos por terem nascido, os pais podem atuar da mesma forma.

      Investiram tudo no delfim – patrimônio genético, tempo, dinheiro, sanidade e expectativas legítimas de que ele seria um adulto.

      Mas o ingrato, no fim das contas, ainda quer fazer contas. Se isso não é motivo para uma indenização pesada, só um anjo nos pode salvar.


(João Pereira Coutinho, Alô, filho, você quer mesmo sair?

Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br.

Acesso em: 15.11.2019. Adaptado)

Na passagem – ... não é de excluir que adolescentes de todas as idades, frustrados com a vida e com a necessidade de escovar os dentes, encontrem em Raphael Samuel um modelo (de negócio). –, o sentido sugerido pela expressão destacada, entre parênteses, tem correspondente na ideia expressa pelo trecho:

Alternativas
Comentários
  • Assertiva E

    Mas o ingrato, no fim das contas, ainda quer fazer contas (último parágrafo).

  • Que questão maluca!

  • Ele quer fazer "as contas", ou seja, ganhar dinheiro com isso (uma forma de negócio)

  • Do meu ponto de vista, a assertiva "b" - tendência irresistível de marchar pelas causas mais improváveis (5° parágrafo), também está certa, levando-se em conta a interpretação.

    Olhando pela ótica, em relação a iniciativa de empreender (quando falamos em modelos de negócio), a assertiva denota a tendência dos jovens que, por compartilharem da mesma ideia, podem muito bem tomar a mesma atitude que Raphael Samuel tomou.

    Diante disso, observando a assertiva que a banca considerou como correta, tem maior ligação a seguinte ideia: "O problema dos cálculos meramente utilitaristas é que eles são dotados de uma espantosa flexibilidade. (8º parágrafo).

    Com certeza essa questão caberia recurso.

  • Para responder a esta questão de forma precisa, precisamos entender que o enunciado nos exige a interpretação do trecho em destaque com base na ideia sugerida em entre parênteses. Note que há a sugestão de que o jovem indiano Raphael Samuel, ao pedir uma indenização aos pais por ter sido consultado para nascer, criou um método de negócio que pode ser adotado como modelo por adolescentes de todas as idades, ou seja, adultos que nunca deixaram o mundo juvenil. Sabendo isso, poderemos identificar com clareza, o fragmento do texto que evidencia a ideia de NEGÓCIO para os “adolescentes" proposta no trecho.
    A) ele nasceu sem dar seu consentimento (3° parágrafo).
    ERRADO – Não dar o consentimento para nascer, não significa, neste trecho sem o contexto, que há um modelo de negócio.
    B) tendência irresistível de marchar pelas causas mais improváveis (5° parágrafo).
    ERRADO – Não há evidência de modelo de negócio.
    C) patrimônio genético (penúltimo parágrafo).
    ERRADO – Não há registro de ser modelo de negócio.
    D) expectativas legítimas (penúltimo parágrafo).
    ERRADO- Não configura uma ideia de negócio.
    E) Mas o ingrato, no fim das contas, ainda quer fazer contas (último parágrafo).
    GABARITO: O ingrato querer fazer contas denota a ideia de cálculos, de estabelecer algum benefício, logo uma possibilidade de negócio.
    GABARITO: E
  • Ótima questão para quem chutou, pq lógica é difícil de achar.

  • As estatística da questão são impressionantes!

  • Não entendi foi é nada! ;D

  • Concordo com o comentário do Rafael Violin, pra mim a B e E tem a mesma relação

  • Essa questão vem para avacalhar, vc perde um tempão na bendita e percebe que, por certo, alguém não transou no dia anterior à formulação dessa jabiraca!

  • Quem fez essa questão esquisita não merece o reino dos céus kkkkkkkkk

  • Prova mais estranha!

  • sem pé ,sem cabeça!

  • Li, reli, li novamente e não entendi nada!

  • Ai, olha...

  • Deus pai, tenha piedade destas pobres almas concurseiras! kkkkkk

  • Vunesp você prometeu...ahahahha

  • Parece raciocínio lógico ,AFF

  • Para mim o modelo de negócio está no fato das pessoas nascerem sem darem o seu consentimento.

  • Para mim o modelo de negócio está no fato das pessoas nascerem sem darem o seu consentimento.

  • Entendi foi nada

  • Não entendi o texto, tampouco a questão e, menos ainda a resposta.

    PRÓXIMA!

  • Com certeza quem fez essa questão é do tipo do menino que processou os pais por nascer sem dar o seu consentimento kkkkkk parece piada
  • Errei a questão biruta. Eu não pedi para nasce, poxa! Não aguento mais essa vida severina de concurseiro. Quero voltar para o útero da minha mãe.

  • Modelo de negócio = fazer contas (LETRA E) = se beneficiar

    Letra E.