De acordo com Fleury (1987), nos últimos anos, os trabalhos sobre o campo simbólico têm-se multiplicado nas mais diversas áreas do conhecimento, assumindo importância crescente inclusive na administração.
Na perspectiva mais comumente adotada, a cultura é pensada como um sistema de representações simbólicas que expressam formas comuns de apreender o mundo, possibilitando a comunicação entre os membros de um grupo.
Este conceito, a nosso ver, precisaria ser mais trabalhado em termos das múltiplas significações do universo simbólico e suas relações com outras instâncias da prática social, remetendo ainda às questões das relações de poder internas e externas às organizações.
Ao mediar relações e práticas sociais, o campo do simbólico se afigura como uma das instâncias fundamentais para definição das relações de trabalho. As outras instâncias responsáveis pela determinação dos padrões de relações de trabalho seriam:
• a instância política - que confere à relação o seu marco estrutural, situando-a no jogo das forças políticas e econômicas da sociedade;
• a instância da organização do processo de trabalho na qual a tecnologia e as formas de gestão do processo produtivo definem as relações de trabalho;
• a instância das políticas de recursos humanos - que mediatizam os termos da relação entre capital e trabalho.
A incorporação desta dimensão simbólica prende-se à ideia de procurar desvendar o significado de certas estórias, mitos, rituais, de certos comportamentos e artefatos que perpassam a vida da organização.
FLEURY, Maria Tereza Leme. Estórias, mitos, heróis: cultura organizacional e relações do trabalho. Rev. adm. empres., São Paulo , v. 27, n. 4, p. 7-18, Dec. 1987.
GABARITO: A
Considerando-se o modelo de análise cultural de Schein (1985, 2010) as configurações de poder organizacional comporiam o nível dos artefatos e criações, que consiste na arquitetura física e social e nos padrões manifestos de comportamento. No modelo proposto, esse nível tem correspondência com os aspectos visíveis das configurações de poder - se o poder é autocrático; se é dos influenciadores externos; se o poder é da ideologia; se é dos especialistas; se o poder é da própria organização caracterizada por autonomia; ou se o poder está dividido entre várias coalizões e pessoas que estão dentro e fora da organização, caracterizando uma arena política que possibilita crises na organização. Cada configuração, na realidade, retrata padrões culturais que revelam diferentes concepções de poder, à exceção da Arena Política.
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-66572014000200003