SóProvas


ID
3443665
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Iguape - SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                Há luz no fim do túnel dos jornais impressos?


      Castigados pela conjunção de duas crises – uma primeira de ordem conjuntural, ditada pelo cenário político e econômico, e uma segunda, estrutural, causada pela revolução digital – os próprios diários brasileiros se perguntam sobre o desfecho do imbróglio que tem reduzido suas receitas e, consequentemente, encolhido as publicações, provocando demissões em massa e despertando dúvidas crescentes sobre sua capacidade de entregar notícias, análises e opiniões relevantes.

       Durante o X Congresso da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), a sobrevivência dos jornais norteou um debate que reuniu o trio formado por Ascânio Seleme, diretor de redação de O Globo, Ricardo Gandour, diretor de conteúdo do grupo Estado, e Vinícius Mota, secretário de redação da Folha de S.Paulo.

      Coube a Mota fornecer indicadores econômicos sombrios com impacto direto sobre os principais anunciantes dos jornais: o mercado imobiliário, o de automóveis e o de móveis e eletrodomésticos.

      Para além dos riscos econômicos, Gandour abordou o que considera uma preocupante rejeição por parte do público, em escala global, ao incômodo gerado pela notícia, que chamou de “aquilo que alguém não quer que seja publicado”. Segundo ele, tal fenômeno, em que a sociedade almeja o bem-estar rejeitando o contraditório, apresenta riscos para o gênero jornalístico como um todo, e não apenas para os jornais impressos.

       A fragmentação também foi indicada como um desafio importante, tanto no lado da demanda – o leitor – quanto no lado da oferta – o conjunto das mídias. À medida que o público mais jovem passa a ler notícias distribuídas em redes sociais, a notícia também se fragmenta, gerando um risco adicional, que o representante do Estadão chamou de “perda do discernimento do gênero jornalístico”. Nessa perda, o público já não saberia distinguir um texto informativo de um opinativo. A mitigação desse risco específico passaria pela sinalização clara pelos sites noticiosos do que seja uma notícia ou um editorial.

      Já a fragmentação da oferta repercute dramaticamente no mercado publicitário, onde os jornais, que já disputavam verbas com a TV, rádio e revistas, enfrentam os anunciantes digitais, como buscadores e redes sociais. Diante desse panorama desafiador, Gandour acredita que o futuro dos jornais depende da continuidade do método jornalístico, que rege um ofício pautado pela independência editorial e a investigação exaustiva. “A gente vê na internet coisas que não contemplam o método jornalístico, como falar de uma pessoa sem ouvi-la, reproduzir rumores sem checagem”, disse. “O jornalismo é a disciplina da verificação.”

                             (Angela Pimenta. http://observatoriodaimprensa.com.br. Adaptado)

O termo destacado em negrito refere-se à expressão entre colchetes em:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA E

    ? ... a notícia também se fragmenta, gerando um [risco] adicional, que o representante do Estadão chamou de ?perda do discernimento do gênero jornalístico?. (5° parágrafo)

    ? O pronome relativo "que" equivale a "o qual" e retoma o substantivo "risco" (=um risco que represente algo).

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    ? FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Assertiva E

    ... a notícia também se fragmenta, gerando um [risco] adicional, que o representante do Estadão chamou de “perda do discernimento do gênero jornalístico”. (5° parágrafo)

  • A letra "A" retoma imbróglio?

  • A. os próprios diários brasileiros se perguntam sobre o [desfecho] do imbróglio que tem reduzido suas receitas... (1° parágrafo)

    R: O que retoma imbróglio (confusão, situação difícil). A confusão que tem reduzido...

    B. [sobrevivência] dos jornais norteou um debate que reuniu o trio... (2° parágrafo)

    R: O debate que reuniu

    C. [Gandour] abordou o que considera uma preocupante rejeição por parte do público... (4° parágrafo)

    R: Abordou o conteúdo que considera preocupante e retoma "abordou o"

    D. Segundo ele, tal fenômeno, em que a [sociedade] almeja o bem-estar rejeitando o contraditório, apresenta riscos... (4° parágrafo)

    R: Retoma fenômeno.

    E. A notícia também se fragmenta, gerando um [risco] adicional, que o representante do Estadão chamou de “perda do discernimento do gênero jornalístico”. (5° parágrafo)

    R: Gerou um risco QUE o representante.

    Gabarito: E

  • GAB E

    A) os próprios diários brasileiros se perguntam sobre o [desfecho] do imbróglio que tem reduzido suas receitas... (1° parágrafo)

    B) a [sobrevivência] dos jornais norteou um debate que reuniu o trio... (2° parágrafo)

    quem reuniu o trio. : debate

    C) [Gandour] abordou que considera uma preocupante rejeição por parte do público... (4° parágrafo)

    quem considera uma preocupante rejeição por parte do público : abordou

    D) Segundo ele, tal fenômeno, em que a [sociedade] almeja o bem-estar rejeitando o contraditório, apresenta riscos... (4° parágrafo)

    quem almeja o bem-estar rejeitando o contraditório ; tal fenômeno

    quem representou o Estadão ; [risco]

    BIZU : para saber se o "QUE" é pronome relativo substitua por O QUAL / A QUAL ( ele retoma um substantivo)

  • A questão exige conhecimentos sobre Coesão Referencial e Pronomes Relativos.


    COESÃO REFERENCIAL é o processo pelo qual se retoma ou antecipa um termo no texto.

    Exemplos:

     “Só desejamos isto: que os meninos sejam felizes." (isto – referência; que os meninos sejam felizes – referente)

    “Maria tem um carro que foi comprado no ano passado. (que – referência; carro – referente)


    Os Pronomes Relativos são empregados para relacionar duas orações, eles sempre se referem a um substantivo ou termo substantivado antecedente, evitando sua repetição.


    ALTERNATIVA (A) INCORRETA – O termo em destaque (pronome relativo) refere-se ao termo anterior “imbróglio".


    ALTERNATIVA (B) INCORRETA – O termo em destaque (pronome relativo) refere-se ao termo anterior “debate".


    ALTERNATIVA (C) INCORRETA – O termo em destaque (pronome relativo) refere-se ao pronome substantivo demonstrativo anterior “o".


    Sempre que o, a, os, as puderem ser substituídos por aquele(s), aquela(s), aquilo, isso, serão PRONOMES DEMONSTRATIVOS. Normalmente, eles vêm antes do pronome relativo, antes da preposição de e junto ao verbo ser ou fazer. Este último caso só se dá com o (= isso).


     

    ALTERNATIVA (D) INCORRETA – O termo em destaque (pronome relativo) refere-se ao termo anterior “fenômeno". Como é sabido, o pronome relativo não pode se referir a algo posterior, somente ao seu antecedente.


    ALTERNATIVA (E) CORRETA – O termo em destaque (pronome relativo) refere-se ao termo anterior “risco". Desmembrando as duas orações, teríamos:


    “A notícia também se fragmenta, gerando um risco adicional. O representante do Estadão chamou o risco adicional de “perda do discernimento do gênero jornalístico."

    Perceba que haveria dois períodos com a mesma expressão (risco). A fim de transformar esses dois períodos em um só e evitar a repetição do termo, foi empregado o pronome relativo “que", referindo-se a ele.


    GABARITO DA PROFESSORA: ALTERNATIVA (E)

  • Observação: Na letra C o "que" é conjunção integrante, pode ser substituído por ISSO → "abordou  isso"