SóProvas


ID
3454645
Banca
GUALIMP
Órgão
Prefeitura de Quissamã - RJ
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto a seguir para responder a questão.


A vida sem celular

        O inevitável aconteceu: perdi meu celular. Estava no bolso da calça. Voltei do Rio de Janeiro, peguei um táxi no aeroporto. Deve ter caído no banco e não percebi. Tentei ligar para o meu próprio número. Deu caixa postal. Provavelmente eu o desliguei no embarque e esqueci de ativá-lo novamente. Meu quarto parece uma trincheira de guerra de tanto procurá-lo. Agora me rendo: sou um homem sem celular.

        O primeiro sentimento é de pânico. Como vou falar com meus amigos? Como vão me encontrar? Estou desconectado do mundo. Nunca botei minha agenda em um programa de computador, para simplesmente recarregá-la em um novo aparelho. Será árduo garimpar os números da família, amigos, contatos profissionais. E se alguém me ligar com um assunto importante? A insegurança é total. Reflito. Podem me achar pelo telefone fixo. Meus amigos me encontrarão, pois são meus amigos. Eu os buscarei, é óbvio. Então por que tanto terror?

        Há alguns anos - nem tantos assim - ninguém tinha celular. A implantação demorou por aqui, em relação a outros países. E a vida seguia. Se alguém precisasse falar comigo, deixava recado. Depois eu chamava de volta. Se estivesse aguardando um trabalho, por exemplo, eu ficava esperto. Ligava perguntando se havia novidades. Muitas coisas demoravam para acontecer. Mas as pessoas contavam com essa demora. Não era realmente ruim.

        Saía tranquilo, sem o risco de que me encontrassem a qualquer momento, por qualquer bobagem. A maior parte das pessoas vê urgência onde absolutamente não há. Ligam afobadas para fazer uma pergunta qualquer. Se não chamo de volta, até se ofendem.

        — Eu estava no cinema, depois fui jantar, bater papo.

        — É... Mas podia ter ligado!

        Como dizer que podia, mas não queria?

        Vejo motoristas de táxi tentando se desvencilhar de um telefonema.

        — Agora não posso falar, estou dirigindo.

        — Só mais uma coisinha...

        Fico apavorado no banco enquanto ele faz curvas e curvas, uma única mão no volante. Muita gente não consegue desligar mesmo quando se explica ser impossível falar. Dá um nervoso!

        A maioria dos chefes sente-se no direito de ligar para o subordinado a qualquer hora. Noites, fins de semana, tudo submergiu numa contínua atividade profissional. No relacionamento pessoal ocorre o mesmo.

        — Onde você está? Estou ouvindo uma farra aí atrás.

        — Vendo televisão! É um comercial de cerveja!

Um amigo se recusa a ter celular.

         — Fico mais livre.

        Às vezes um colega de trabalho reclama:

         — Precisava falar com você, mas não te achei.

         — Não era para achar mesmo.

         Há quem desfrute o melhor. Conheço uma representante de vendas que trabalha na praia durante o verão. Enquanto torra ao sol, compra, vende, negocia. Mas, às vezes, quando está para fechar o negócio mais importante do mês, o aparelho fica fora de área. Ela quase enlouquece!

         Pois é. O celular costuma ficar fora de área nos momentos mais terríveis. Parece de propósito! Como em um recente acidente automobilístico que me aconteceu. Eu estava bem, mas precisava falar com a seguradora. O carro em uma rua movimentada. E o celular mudo! Quase pirei! E quando descarrega no melhor de um papo, ou, pior, no meio da briga, dando a impressão de que desliguei na cara?

          Na minha infância, não tinha nem telefone em casa. Agora não suporto a ideia de passar um dia desconectado. É incrível como o mundo moderno cria necessidades. Viver conectado virou vício. Talvez o dia a dia fosse mais calmo sem celular. Mas vou correndo comprar um novo!

                              CARRASCO, Walcyr. A vida sem celular. Veja São Paulo. Adaptado

Provavelmente eu o desliguei no embarque e esqueci de ativá-lo novamente.”. A relação existente entre a primeira e a segunda oração, marcada pela conjunção destacada, é de:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA D

    ? ?Provavelmente eu o desliguei no embarque e esqueci de ativá-lo novamente.?

    ? Temos a conjunção coordenativa aditiva "e" dando início a uma oração coordenada sindética aditiva (matiz semântica de soma de ideias, adição de ideias).

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  • Assertiva D

    E = Adição

  • Letra D

    Conjunções coordenadas aditivas = e, nem, não só, mas também, tampouco, tanto...quanto.

    Conjunções adversativas = mas, porém, entretanto, no entanto, todavia...

    Conjunções Conclusivas = logo, pois, portanto, por conseguinte, assim, então...

    Conjunções Explicativas = pois, que, porque, porquanto...

    Fonte: Elias santana, Gran Cursos. Ninguém disse que seria fácil!!!

  • Conjunções aditivas são conjunções coordenativas que expressam adição. As conjunções coordenativas aditivas ligam duas orações em que a segunda oração expressa um acréscimo da ideia iniciada na primeira oração.

    Exemplo: e, nem, também, bem como, como também, etc.

    Fonte: https://www.normaculta.com.br/conjuncoes-aditivas/

    gab. D

  • GABARITO: LETRA D

    Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando ideia de acrescentamento ou adição. São elas: e, nem (= e não), não só... mas também, não só... como também, bem como, não só... mas ainda. Por exemplo:

    A sua pesquisa é clara e objetiva.

    Ela não só dirigiu a pesquisa como também escreveu o relatório.

    FONTE: WWW.SÓPORTUGUÊS.COM.BR

  • Como diz o professor Elias Santana;DECORE ÀS CONJUNÇÕES.

  • ORAÇÕES COORDENATIVAS:

    ADITIVAS / ADVERSATIVAS / ALTERNATIVAS / CONCLUSIVAS / EXPLICATIVAS

    1 ADITIVAS: E / NEM / NÃO SÓ / MAS TAMBÉM – Dá ideia de adição somatória. Ex: Ela fez as malas e sumiu da cidade. [Gab.]

    2 ADVERSATIVAS: MAS / PORÉM / ENTRETANTO / TODAVIA / CONTUDO – Indica oposição. Ex: Ela fez as malas, porém não viajou.

    3 ALTERNATIVAS: OU...OU / ORA...ORA – Expressam ideia de alternância de fatos ou escolha. Ex: Ela ficará aqui ou viajará para a casa dos pais.

    4 CONCLUSIVAS: LOGO / POR ISSO / PORTANTO /POR CONSEGUINTE / ENTÃO / ASSIM / EM VISTA DISSO / CONSEQUENTEMENTE - Da ideia de conclusão. Ex: Ela está de férias, portanto pode viajar. DICA: Sempre substituir por “Conclui-se”

    5 EXPLICATIVAS: PORQUE / QUE / POIS / PORQUANTO – Ligam a oração anterior a uma oração que a explica, que justifica a ideia nela contida Ex: Faça suas malas, porque viajaremos cedo.

  • Gab: D

    “Provavelmente eu o desliguei no embarque e esqueci de ativá-lo novamente.”

    >> Temos duas orações com sentidos completos (coordenadas), ligadas pela conjunção "e";

    >> Temos a segunda oração acrescentando mais uma circunstância à primeira > logo, sentido de adição.

    a)     Aditivas – tem sentido de acrescentamento ou adição.

    - São elas: e, nem (= e não), não só... mas também, não só... como também, bem como, não só... mas ainda.

  • 1) Aditivas: ligam orações ou palavras, expressando ideia de acrescentamento ou adição. São elas: e, nem (= e não), não só... mas também, não só... como também, bem como, não só... mas ainda. Por exemplo:

    fonte: https://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf85.php

    GAB - E

  • Não é porque o e é classificado como conjunção de adição que podemos sair marcando.

    É preciso avaliar, porque ele pode ter outras ideias, como: conclusão e adversidade.

    Estudou muito, e foi aprovado (e = logo) >> conclusão

    Estudou, e não passou (e = mas) >> adversativa

    Se o conectivo e apresentar valor adversativo ou conclusivo, ainda que una orações com sujeitos iguais, a vírgula será facultativa em frases curtas que não provoquem truncamento de ideias.>> verificar com sua banca, porque para algumas é uso obrigatório

  • Só um pequeno cuidado!

    Em alguns casos o "E" Pode assumir valor de oposição

    A Conjunção "e" pode apresentar-se com sentido adversativo:

    Exemplos:

    —Sofrem duras privações e [= mas] não se queixam.

    — "Quis dizer mais alguma coisa e não pôde." (Jorge Amado)

    Observe sempre o valor estabelecido entre os termos antes de sair marcando.

    Sucesso, Bons estudos, Nãodesista!

  • A questão quer saber qual a relação existente entre a primeira e a segunda oração, marcada pela conjunção "e" na frase “Provavelmente eu o desliguei no embarque e esqueci de ativá-lo novamente.”. Analisemos as alternativas:

    Conjunções coordenativas são as que ligam termos ou orações de mesmo valor. As conjunções coordenativas podem ser: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.

    A Oposição.

    Conjunções coordenativas adversativas: têm valor semântico de oposição, contraste, adversidade, ressalva ...

    São elas: mas, porém, entretanto, todavia, contudo, no entanto, não obstante, inobstante, senão (= mas sim) ...

    Ex.: Não estudou muito, mas passou nas provas.

    B Explicação.

    Conjunções coordenativas explicativas: têm valor semântico de explicação, justificativa, motivo, razão ...

    São elas: porque, pois (antes do verbo), porquanto, que ...

    Ex.: Vamos indo, porque já é tarde.

    C Conclusão.

    Conjunções coordenativas conclusivas: têm valor semântico de conclusão, fechamento, finalização ...

    São elas: logo, portanto, por isso, por conseguinte, pois (depois do verbo), então, destarte, dessarte ...

    Ex.: Estudamos muito, portanto passaremos no concurso.

    D Adição

    Conjunções coordenativas aditivas: têm valor semântico de adição, soma, acréscimo ...

    São elas: e, nem (e não), não só... mas também, mas ainda, como também, ademais, outrossim, etc.

    Ex.: Estudaram muito e passaram no concurso.

    Gabarito: Letra D

  • Eu vi sentido de oposição,cabe um entretanto perfeitamente.