SóProvas


ID
345556
Banca
CONSULPLAN
Órgão
Prefeitura de Santa Maria Madalena - RJ
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A educação possível 

A educação benevolente e frouxa que hoje predomina nas casas e escolas é mais nociva do que  
uma sala de aula com teto e chão furados e livros aos frangalhos. 

   Educação é algo bem mais amplo do que escola. Começa em casa, onde precisam ser dadas as primeiras informações  sobre o mundo (com criança também se conversa!), noções de postura e compostura, respeito, limites. Continua na vida  pública, nem sempre um espetáculo muito edificante, na qual vemos políticos concedendo-se um bom aumento em cima  dos seus já polpudos ganhos, enquanto professores recebem salários escrachadamente humilhantes, e artistas fazendo  propaganda de bebida num momento em que médicos, pais e responsáveis lutam com a dependência química de milhares  de jovens. Quem é público, mesmo que não queira, é modelo: artistas, líderes, autoridades. Não precisa ser hipócrita nem  bancar o santarrão, mas precisa ter consciência de que seus atos repercutem, e muito.   Mas vamos à educação nas escolas: o que é educar? Como deveria ser uma boa escola? Como se forma e se mantém  um professor eficiente, como se preparam crianças e adolescentes para este mundo competitivo onde todos têm direito de  construir sua vida e desenvolver sua personalidade?
   É bem mais simples do que todas as teorias confusas e projetos inúteis que se nos apresentam. Não sou contra  colocarem um computador em cada sala de aula neste reino das utopias, desde que, muito mais e acima disso, saibamos  ensinar aos alunos o mais elementar, que independe de computadores: nasce dos professores, seus métodos, sua  autoridade, seu entusiasmo e seus objetivos claros. A educação benevolente e frouxa que hoje predomina nas casas e  escolas prejudica mais do que uma sala de aula com teto e chão furados e livros aos frangalhos. Estudar não é brincar, é  trabalho. Para brincar temos o pátio e o bar da escola, a casa.  
  Sair do primeiro grau tendo alguma consciência de si, dos outros, da comunidade onde se vive, conseguindo contar,  ler, escrever e falar bem (não dá para esquecer isso, gente!) e com naturalidade, para se informar e expor seu pensamento,  é um objetivo fantástico. As outras matérias, incluindo as artísticas, só terão valor se o aluno souber raciocinar, avaliar,  escolher e se comunicar dentro dos limites de sua idade.  
   No segundo grau, que encaminha para a universidade ou para algum curso técnico superior, o leque de  conhecimentos deve aumentar. Mas não adianta saber história ou geografia americana, africana ou chinesa sem conhecer  bem a nossa, nem falar vários idiomas se nem sequer dominamos o nosso. Quer dizer, não conseguimos nem nos colocar  como indivíduos em nosso grupo nem saber o que acontece, nem argumentar, aceitar ou recusar em nosso próprio  benefício, realizando todas as coisas que constituem o termo tão em voga e tão mal aplicado: “cidadania”.  
   O chamado terceiro grau, a universidade, incluindo conhecimentos especializados, tem seu fundamento eficaz nos  dois primeiros. Ou tudo acabará no que vemos: universitários que não sabem ler e compreender um texto simples, muito  menos escrever de forma coerente. Universitários, portanto, incapazes de ter um pensamento independente e de aprender  qualquer matéria, sem sequer saber se conduzir. Profissionais competindo por trabalho, inseguros e atordoados, logo,  frustrados.  
   Sou de uma família de professores universitários. Fui por dez anos titular de linguística em uma faculdade particular.  Meu desgosto pela profissão – que depois abandonei, embora gostasse do contato com os alunos – deveu-se em parte à  minha dificuldade de me enquadrar (ah, as chatíssimas e inócuas reuniões de departamento, o caderno de chamada, o  currículo, as notas...) e em parte ao desalento. Já nos anos 70 recebíamos na universidade jovens que mal conseguiam  articular frases coerentes, muito menos escrevê-las. Jovens que não sabiam raciocinar nem argumentar, portanto  incapazes de assimilar e discutir teorias. Não tinham cultura nem base alguma, e ainda assim faziam a faculdade, alguns  com sacrifício, deixando-me culpada quando os tinha de reprovar.  
   Em tudo isso, estamos melancolicamente atrasados. Dizem que nossa economia floresce, mas a cultura, senhores, que  inclui a educação (ou vice-versa, como queiram...), anda mirrada e murcha. Mais uma vez, corrigir isso pode ser muito  simples. Basta vontade real. Infelizmente, isso depende dos políticos, depende dos governos. Depende de cada um de nós,  que os escolhemos e sustentamos.
(>Lya Luft. Veja. 23 de maio de 2007. Adaptado)

Em “...saibamos ensinar aos alunos o mais elementar,...” (3º§), o verbo destacado é:

Alternativas
Comentários
  • VERBO ENSINAR PODE SER:

    1. (transitivo direto e indireto) - No sentido de ajudar alguém a adquirir determinado conhecimento

    2 . (transitivo direto) - No sentido de  transmitir conhecimento como profissão


    No caso da questão acima o verbo é Transitivo Direto e Indireto, portanto resposta letra E.
  • Quem ensina, ensina algo (o mais elementar - OD) a alguém (aos alunos - OI)
  • Pelo menos essa eu conseguir acompanhar o raciocínio. Ponto pra mim. rsrs
  • TUDO BEM O VERBO ENSINAR TANTO PODE SER TRANSITIVO DIRETO COMO INDIRETO, MAS...NA FRASE COMO ELE ESTA EMPREGADO?COMO VTI, SEI LA NUNCA VI UMA PEGADINHA DESSAS...MAS ESSA AI É DE FERRAR QUALQUER UM RSRSRS
  • Correta E, pois no texto o verbo ensinar tem a regência de Verbo Transitivo Direto e Indireto (São os que se usam com dois objetos ). Principais verbos transitivos diretos e indiretos, ou seja,(bitransitivos):atirar,aribuir,dar,doar,ceder,apresentar,ofertar,oferecer,pedir,prometer,explicar, ensinar,proporcionar,perdoar,pagar,preferir,devolver,chamar,entregar,perguntar,informar,aconselhar propor,prevenir,relatar,narrar. 
    A regência do verbo ensinar pode ser: 
    1. intransitivo - doutrinar, pregar:
     ex: Júlio ensina na Faculdade.
     
    2. transitivo direto - educar:
     Ex: Nem todos ensinam as crianças.
     
     
    3. transitivo direto e indireto - fazer conhecer, dar instrução sobre:
     ex: Ensinou os exercícios ao colega. 
  • Ensinar o que? o mais elementar. A quem? Aos alunos

  • en·si·nar

    vtd e vtdi

    Transmitir a alguém conhecimentos sobre alguma coisa ou sobre como fazer algo; doutrinar, lecionar

    Resposta E

  • O verbo ensinar é um verbo transitivo direto e indireto já que pede dois obejetos um direto e outro indireto (com preposição).

    ENSINAR   o mais elementar ( objeto direto pois não apresenta  preposição)
    aos alunos  ( objeto indireto)

  • (NÓS) saibamos ensinar aos alunos o mais elementar
     suj.                         VTDI         OI                  OD
     oculto