SóProvas


ID
345562
Banca
CONSULPLAN
Órgão
Prefeitura de Santa Maria Madalena - RJ
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A educação possível 

A educação benevolente e frouxa que hoje predomina nas casas e escolas é mais nociva do que  
uma sala de aula com teto e chão furados e livros aos frangalhos. 

   Educação é algo bem mais amplo do que escola. Começa em casa, onde precisam ser dadas as primeiras informações  sobre o mundo (com criança também se conversa!), noções de postura e compostura, respeito, limites. Continua na vida  pública, nem sempre um espetáculo muito edificante, na qual vemos políticos concedendo-se um bom aumento em cima  dos seus já polpudos ganhos, enquanto professores recebem salários escrachadamente humilhantes, e artistas fazendo  propaganda de bebida num momento em que médicos, pais e responsáveis lutam com a dependência química de milhares  de jovens. Quem é público, mesmo que não queira, é modelo: artistas, líderes, autoridades. Não precisa ser hipócrita nem  bancar o santarrão, mas precisa ter consciência de que seus atos repercutem, e muito.   Mas vamos à educação nas escolas: o que é educar? Como deveria ser uma boa escola? Como se forma e se mantém  um professor eficiente, como se preparam crianças e adolescentes para este mundo competitivo onde todos têm direito de  construir sua vida e desenvolver sua personalidade?
   É bem mais simples do que todas as teorias confusas e projetos inúteis que se nos apresentam. Não sou contra  colocarem um computador em cada sala de aula neste reino das utopias, desde que, muito mais e acima disso, saibamos  ensinar aos alunos o mais elementar, que independe de computadores: nasce dos professores, seus métodos, sua  autoridade, seu entusiasmo e seus objetivos claros. A educação benevolente e frouxa que hoje predomina nas casas e  escolas prejudica mais do que uma sala de aula com teto e chão furados e livros aos frangalhos. Estudar não é brincar, é  trabalho. Para brincar temos o pátio e o bar da escola, a casa.  
  Sair do primeiro grau tendo alguma consciência de si, dos outros, da comunidade onde se vive, conseguindo contar,  ler, escrever e falar bem (não dá para esquecer isso, gente!) e com naturalidade, para se informar e expor seu pensamento,  é um objetivo fantástico. As outras matérias, incluindo as artísticas, só terão valor se o aluno souber raciocinar, avaliar,  escolher e se comunicar dentro dos limites de sua idade.  
   No segundo grau, que encaminha para a universidade ou para algum curso técnico superior, o leque de  conhecimentos deve aumentar. Mas não adianta saber história ou geografia americana, africana ou chinesa sem conhecer  bem a nossa, nem falar vários idiomas se nem sequer dominamos o nosso. Quer dizer, não conseguimos nem nos colocar  como indivíduos em nosso grupo nem saber o que acontece, nem argumentar, aceitar ou recusar em nosso próprio  benefício, realizando todas as coisas que constituem o termo tão em voga e tão mal aplicado: “cidadania”.  
   O chamado terceiro grau, a universidade, incluindo conhecimentos especializados, tem seu fundamento eficaz nos  dois primeiros. Ou tudo acabará no que vemos: universitários que não sabem ler e compreender um texto simples, muito  menos escrever de forma coerente. Universitários, portanto, incapazes de ter um pensamento independente e de aprender  qualquer matéria, sem sequer saber se conduzir. Profissionais competindo por trabalho, inseguros e atordoados, logo,  frustrados.  
   Sou de uma família de professores universitários. Fui por dez anos titular de linguística em uma faculdade particular.  Meu desgosto pela profissão – que depois abandonei, embora gostasse do contato com os alunos – deveu-se em parte à  minha dificuldade de me enquadrar (ah, as chatíssimas e inócuas reuniões de departamento, o caderno de chamada, o  currículo, as notas...) e em parte ao desalento. Já nos anos 70 recebíamos na universidade jovens que mal conseguiam  articular frases coerentes, muito menos escrevê-las. Jovens que não sabiam raciocinar nem argumentar, portanto  incapazes de assimilar e discutir teorias. Não tinham cultura nem base alguma, e ainda assim faziam a faculdade, alguns  com sacrifício, deixando-me culpada quando os tinha de reprovar.  
   Em tudo isso, estamos melancolicamente atrasados. Dizem que nossa economia floresce, mas a cultura, senhores, que  inclui a educação (ou vice-versa, como queiram...), anda mirrada e murcha. Mais uma vez, corrigir isso pode ser muito  simples. Basta vontade real. Infelizmente, isso depende dos políticos, depende dos governos. Depende de cada um de nós,  que os escolhemos e sustentamos.
(>Lya Luft. Veja. 23 de maio de 2007. Adaptado)

Analise as afirmativas:

I. Em “... desde que, muito mais e acima disso, saibamos ensinar aos alunos o mais elementar,...” (3º§), a expressão destacada indica condição.

II. A coerência, o sentido original do texto e a correção gramatical serão mantidos caso se substitua “... portanto incapazes de assimilar e discutir teorias.” (7º§) por “portanto incapazes de assimilar teorias e discuti-las.”

III. A forma verbal “queira” (1º§) foi empregada no presente do indicativo, porque a forma verbal anterior a ela também está no presente.

IV. O trecho “... como se preparam crianças e adolescentes...” (2º§) equivale a “... como crianças e adolescentes são preparados...”

Está(ão) correta(s) apenas a(s) alternativa(s):

Alternativas
Comentários
  • I. Em “... desde que, muito mais e acima disso, saibamos ensinar aos alunos o mais elementar,...” (3º§), a expressão destacada indica condição. Sim indica condição ao fato de colocarem computadores em cada sala de aula, basta retornar ao texto para perceber claramente:
    "...Não sou contra colocarem um computador em cada sala de aula neste reino das utopias, desde que, muito mais e acima disso, saibamos
    ensinar aos alunos o mais elementar ".


    II. A coerência, o sentido original do texto e a correção gramatical serão mantidos caso se substitua “... portanto incapazes de assimilar e discutir teorias.” (7º§) por “portanto incapazes de assimilar teorias e discuti-las.” Sim estão mantidas pois o verbo assimilar e discutir são transitivos diretos e possuem como objeto direto teorias, portanto quando ele utiliza o pronome obliquo átono "as" se refere as teorias. Lembrando que segunda a regra dos pronomes, como discutir esta no infinitivo (termina em r), quando utilizo o "as" para não ficar discutir-as se exclui o r e acrescenta um "l" com o "as" ficando "las" discuti-las (discutir as teorias).

    III. A forma verbal “queira” (1º§) foi empregada no presente do indicativo, porque a forma verbal anterior a ela também está no presente. Errado queira está no presente do subjuntivo. Lembrar: que eu queira.

    IV. O trecho “... como se preparam crianças e adolescentes...” (2º§) equivale a “... como crianças e adolescentes são preparados...” Sim são equivalentes pois o que ocorre é a transposição da voz passiva sintética (como se preparam crianças e adolescentes) para voz passiva analítica ( como crianças e adolescentes são preparados). . Sim S



     








  • PARA VOCE NUNCA MAIS ERRAR MODO IMPERATIVO, SUBJUNTIVO E IMPERATIVO:

    Indicativo: exprime atitude de certeza : 
    ex: Estudei muito para ser o que sou

    Subjuntivo: exrpime atitude de dúvida, de desejo
    ex: Se vieres a Belo Horizonte, me ligue.

    Imperativo: exprime atitude de vontade (ordem, convite, conselho, suplica, pedido)
    ex: Senhor, tende piedade de nós"
    ou
    Não faça isso.

    "Falei a verdade" ta no pretérito perfeito do indicativo, indicando uma ação completamente acaba.
    outro exemplo: estudei a matéria e fui aprovado
  • Gabarito B

     

  • A banca foi uma mãe com essa questão:

    Ítem " I " , desde que é uma CONDICIONAL. Vejam que nas alternativas C, D e E não apresentam o ítem " I ", logo, 3 alternativas descartadas

    III- Verbo no presente do SUBJUNTIVO. Letra a descartada.

    SÓ SOBROU A LETRA B

     

     

  • III. A forma verbal “queira” (1º§) foi empregada no presente do indicativo, porque a forma verbal anterior a ela também está no     presente.Errado

    queira está no presente do subjuntivo.

     

    Presente do modo indicativo

    Eu canto
    Tu cantas
    Ele canta
    Nós cantamos
    Vós cantais
    Eles cantam

    Presente do modo subjuntivo

    Que eu cante
    Que tu cantes
    Que ele cante
    Que nós cantemos
    Que vós canteis
    Que eles cantem

     

    O Modo Subjuntivo, assim como o indicativo, é considerado o modo verbal que ao invés de expressar uma certeza expressará uma ideia de dúvida, exprime uma ação irreal, hipotética.

     

    Presente do Subjuntivo ---- indica uma possibilidade, um fato incerto no presente.

    -Que eu - fale

    Que tu - fales

    Que ele - fale

    Que nós - falemos

    Que vós - faleis

    Que eles - falem

     

    PARA QUEM QUISER APREDER MAIS

     

    Voz ativa

    Nesse caso, o sujeito é o agente da ação verbal, ou seja, é ele quem a pratica. Observemos o exemplo:

    O repórter leu a notícia.

     

    repórter: sujeito agente
    leu: verbo na voz ativa

     

    Voz passiva

    Nela, a situação inverte-se, pois o sujeito torna-se paciente, isto é, ele sofre a ação expressa pelo fato verbal. Vejamos:

    A notícia foi lida pelo repórter.

    notícia: sujeito agente
     foi lida: verbo na voz ativa

    Podemos perceber que o agente, nesse caso, foi o repórter, que praticou a ação de ler a notícia.

    A voz passiva apresenta-se em dois aspectos:

    ⇒ Voz passiva sintética: formada por um verbo transitivo direto (ou direto e indireto) na terceira pessoa (do singular ou plural) mais o pronome “se” (apassivador).

    Exemplo:

    Praticaram-se ações solidárias.

    Praticaram-se: voz passiva sintética
    Ações solidárias: sujeito paciente


    ⇒ Voz passiva analítica: formada pelo verbo auxiliar (ser ou estar) mais o particípio de um verbo transitivo direto (ou direto e indireto).

    Exemplo:

    Ações solidárias foram praticadas.

    Foram praticadas: voz passiva analítica (verbo ser [foram] + particípio[praticadas])
    Ações solidárias: sujeito paciente

    Voz reflexiva

    Ocorre quando o sujeito é agente e paciente ao mesmo tempo, ou seja, ele tanto pratica quanto recebe a ação expressa pelo verbo. Conforme demonstrado a seguir:

    garota penteou-se diante do espelho.

    garota: sujeito agente
     penteou-se: verbo na voz reflexiva

    É importante entendermos que dessa forma a garota praticou a ação de pentear-se e recebeu a ação de ser penteada.