SóProvas


ID
3474235
Banca
INSTITUTO AOCP
Órgão
IBGE
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO IV


    No início dos anos 80, a humanidade teve que se adequar às novas posturas em nome de um mercado globalizado. Agora, acomoda-se aos critérios do mundo digitalizado para não se excluir da dança orquestrada pelos artífices da vida virtual. São regras e comportamentos assentados sem plebiscitos ou referendos. [...]

    Deste modo, as pessoas adentram no universo da informática, em cujo seguimento, de forma instigadora, vende-se a ideia de facilitação, de encurtamento de distâncias, e de inclusão social […]. No caminho desses trilhos virtuais se estabelecem dependências, e as pessoas, apesar dos inúmeros amigos em suas redes sociais, estão sozinhas ao final de cada acesso e bate-papos. Essas certificam pesarosas, enfim, que as telas de computadores ou de celulares não lhes proporcionam aquilo que apenas outro humano poderia ceder-lhes, a exemplo do calor e afeição.

    No modus vivendi da pressa e do estresse, enquanto marco da nova era, abre-se o leque para temáticas que vão desde os meandros da informática até a implantação de chips em humanos, sem embargo das nuvens que acondicionam informações digitais.

    O diálogo, agora, se esvazia na perspectiva de humanos. Há um monólogo estabelecido com robôs ou inteligências artificiais, que vicejam superar homens, antes de servi-los, apesar da evidente colisão com o princípio da automação que recomenda que a máquina jamais supere humanos. Constata-se, todavia, que o contrário dessa premissa vai se assentando, na medida em que pais de família, superados por computadores, estão expostos na vala do desemprego. Nesse sentido, atesta-se a estruturação de uma sociedade de excluídos numa época que tanto se propugna por ações inclusivas. […]

FILHO, Zilmar Wolney Aires. Fragmentos. Disponível em: <https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/10633/Rastros-de-uma-nova-era-inteligencias-artificiais-reproducoes-assistidas-vidas-virtuais-chips-na-pele-e-fisica-quantica>. Acesso em: 18 jun. 2019.

Assinale a alternativa que analisa corretamente o uso do verbo em destaque na frase “Deste modo, as pessoas adentram no universo da informática, em cujo seguimento, de forma instigadora, vende-se a ideia de facilitação, de encurtamento de distâncias, e de inclusão social […]”.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: B

    ✓ “Deste modo, as pessoas adentram no universo da informática, em cujo seguimento, de forma instigadora, vende-se a ideia de facilitação, de encurtamento de distâncias, e de inclusão social […]”.

    ➥ Temos uma voz passiva sintética e o sujeito paciente vem logo após o verbo (=a ideia de facilitação, de encurtamento de distâncias, e de inclusão social). O verbo está no singular para concordar com o núcleo do sujeito que também está no singular (=ideia); vende-se a ideia/a ideia é vendida.

    ➥ FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • Para responder a essa questão, deve-se notar dois tópicos: concordância verbal e voz verbal. Vejamos:

    "(...) de forma instigadora, vende-se a ideia de facilitação."

    A estrutura acima acha-se na voz passiva sintética (note a presença da partícula "se"). Nesse tipo de voz, há sujeito — no caso em tela, "ideia de facilitação" — e com ele o verbo (vender) deve concordar. Como o núcleo desse sujeito está no singular (ideia), o verbo se flexiona no singular (vende). Veja outros exemplos:

    I) Compraram-se roupas novas (roupas novas foram compradas);

    II) Usam-se ônibus velhos para transportes (ônibus velhos são usados para transporte);

    III) Naquele fatídico verão, fizeram-se as pazes (as pazes foram feitas naquele fatídico verão).

    a) O verbo deveria estar no plural para concordar com o sujeito composto “de facilitação, de encurtamento de distâncias, e de inclusão social”.

    Incorreto. Deve estar no singular, conforme expresso acima;

    b) O verbo está no singular para concordar com o núcleo do sujeito no singular “ideia”.

    Correto. Vide explicação inicial;

    c) O verbo está no singular para concordar com o sujeito “universo da informática”.

    Incorreto. Concorda com o núcleo do sujeito "ideia";

    d) O verbo está no singular para indicar a ocorrência de sujeito indeterminado.

    Incorreto. Está no singular para concordar corretamente com o núcleo "ideia";

    e) O verbo está no singular para concordar com o núcleo do sujeito no singular “seguimento”.

    Incorreto. Está no singular para concordar corretamente com o núcleo "ideia".

    Letra B

  • Arthur carvalho, gosto muito das suas explicações! continue rsrs

  • QUESTÃO ANULÁVEL

    A alternativa D também está correta, segundo vários gramáticos de renome e outras bancas de renome que se baseiam neles. Veja o que diz, por exemplo, Evanildo Bechara (Moderna Gramática Portuguesa. 37º edição. 2009. Editora Nova Fronteira. Rio de Janeiro. 854 páginas. ISBN 9788520930496. Página 212):

    "[o se] exerce as seguintes funções sintáticas em face das unidades léxicas que com o pronome concorrem:

    [...]

    Índice de indeterminação do sujeito:

    vive-se bem.

    Lê-se pouco entre nós

    Precisa-se de empregados.

    É-se feliz.

    [...] Pelos exemplos acima, o se como índice de indeterminação de sujeito – primitivamente exclusivo em combinação com verbos não acompanhados de objeto direto –, estendeu seu papel aos transitivos diretos (onde a interpretação passiva passa a ter uma interpretação impessoal: Vendem-se casas = ‘alguém tem casa para vender’) e de ligação (É-se feliz). A passagem deste emprego da passiva à indeterminação levou o falante a não mais fazer concordância, pois o que era sujeito passou a ser entendido como objeto direto, função que não leva a exigir o acordo do verbo:

    Vendem-se casas (= ‘casas são vendidas’) = Vendem-se casas (= ‘alguém tem casa para vender’) = Vende-se casas.

    “Vende-se casas e frita-se ovos são frases de emprego ainda antiliterário, apesar da já multiplicidade de exemplos. A genuína linguagem literária requere vendem-se, fritam-se. Mas ambas as sintaxes são corretas [negrito meu], e a primeira não é absolutamente, como fica demonstrado, modificação da segunda. São apenas dois estágios diferentes de evolução. Fica também provado o falso testemunho que levantaram à sintaxe francesa, que em verdade nenhuma influência neste particular exerceu em nós...” [MAg.2, 181-183]".

    Aproveite para ver os gabaritos das seguintes questões, que foram baseadas nele:

    https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/questoes/13911e6b-51

    https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/questoes/fd3e000c-48

  • voz passiva sintética se faz com o "se"

    Ex:

    vendem-se casas.

    aluga-se carro.

    compram-se joias.

    Bizu: o verbo tem esta na 3°pessoa singular ou plural e tem que ter transitividade direta.

    Índice de indeterminação do sujeito também se faz com o "se"

    Ex:

    trabalha-se de dia.

    precisa-se de vendedores.

    Bizu: o verbo tem esta na 3°pessoa singular e tem que ter transitividade indireta.

  • GAB B

    Voz passiva sintética : verbo principal, conjugado na 3º pessoa (singular ou plural) seguido da partícula apassivadora "se".

    vende-se a ideia..

  • Idéia de facilitação é vendida, sim, ai idéia é sujeito, mas não enquanto estiver no modo passivo.

    Vende-se idéia, VTD, sujeito é indefinido, idéia é objeto direto.

    o que era OD vira sujeito --> mas não no modo que a questão apresenta.

  • GABA: B

    Simplificando: (No seguimento da informática) vende-se a ideia de facilitação

    "Vender" é VTD, logo, o "se" é partícula apassivadora, o que indica que a oração está na voz passiva sintética. Assim, o verbo "vender" deve concordar com "ideia", permanecendo no singular. Ponha a oração da voz ativa, na ordem direta, e verá com mais facilidade: "A ideia de facilitação é vendida (no seguimento da informática)".

  • Minha contribuição.

    Pronome apassivador: quando o verbo (VTD/VTDI) estiver acompanhado do pronome apassivador, concordará em número e pessoa com o sujeito, que normalmente vem posposto ao verbo.

    Ex.: Compraram-se as balas de morango.

    Índice de indeterminação do sujeito: quando o sujeito estiver indeterminado pelo pronome se, o verbo (VL/VTI/VI) ficará sempre na terceira pessoa do singular.

    Ex.: Obedeceu-se às regras do jogo.

    Abraço!!!