SóProvas


ID
3476383
Banca
VUNESP
Órgão
Câmara de Mauá - SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A ilusão da felicidade

            Do alto de seus mais de 80 anos e sempre com um sorriso calmo e uma dose de ironia, a tia de Leila, Dona Darcy, costuma dizer aos que gostam de se queixar da vida: “Aqui ainda não é o céu, não, gente. Aqui é a Terra. O céu vem depois”.
          Leila se lembra, às vezes, das palavras da tia quando vê pessoas buscando uma felicidade ideal: elas também estão procurando o céu na Terra. Achar que a vida pode ser um mar de rosas é correr o risco de se frustrar a cada meia hora.
          O problema é que essa corrida pela felicidade é estimulada de todas as formas pela cultura consumista em que estamos mergulhados até a cabeça. No mundo onde tudo se compra, a felicidade também virou produto, e passamos a acreditar na possibilidade absurda de adquiri-la ou de nos apossarmos dela como se fosse uma mercadoria qualquer. Não é: felicidade não se compra, não se encomenda, não se empresta. Somos felizes quando conseguimos, quando a vida permite. E sentir-se infeliz não é nenhum sinal de incompetência ou de baixo poder aquisitivo. Basta existir para estar sujeito à infelicidade. Ou basta não estar anestesiado.
       As pessoas se esquecem da natureza da felicidade e da precariedade da nossa própria natureza. Muitos querem ser felizes a qualquer preço. Esperam que os filhos sejam felizes, que o trabalho os faça muito felizes, que os romances e casamentos sejam eternamente felizes.
      Melhor seria encolher as expectativas. Se os filhos tiverem momentos felizes, pode-se levantar as mãos para o céu. Se os empregos proporcionarem alguma realização e trouxerem eventuais alegrias, já estarão de bom tamanho. E se os romances e casamentos permitirem que as pessoas vivam instantes prazerosos, se as fizerem rir de vez em quando, se permitirem o crescimento do outro sem opressão, as pessoas podem se dar por satisfeitas.
       Considerar que a felicidade é céu sem nuvens e que somos obrigados a encontrar a felicidade plena porque tudo hoje prega o direito, ou o dever, de ser feliz é afastar cada vez mais a felicidade possível. A obrigação de ser feliz é uma bobagem. A de ser muito feliz, uma loucura. Mas na cultura do muito, as pessoas acabam caindo nessa cilada.


(Leila Ferreira. Viver não dói. São Paulo: Globo, 2013. Adaptado) 

Assinale a alternativa em que o verbo destacado está no tempo passado.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: LETRA B

    … a felicidade também virou produto… (3º parágrafo)
    Verbo "virar" conjugado na 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo (indica que a ação verbal aconteceu num determinado momento do passado, tendo o seu início e o seu fim no passado).

    ☛ FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

     

  • Assertiva b

    … a felicidade também virou produto… (3º parágrafo)

  • Em uma questão para identificar tempo e modos verbais, devemos saber os conceitos referentes a cada tempo e modo, bem como recorrer ao seu paradigma de conjugação. Importante ressaltar que, em alguns casos, os conceitos de tempo e modo são sinalizados por terminações verbais nomeadas desinências modo-temporais (DMTs).

    Antes de usarmos essas informações, porém, devemos examinar rapidamente as opções para verificar qual é o modo verbal que está predominante ou exclusivo entre elas. Isso porque, caso haja exclusividade, direciona-se o raciocínio para um modo verbal em específico, o que colabora para a redução do tempo de resolução da questão. Assim, recordemos que os modos verbais, no geral expressam:


    a)     Indicativo - fatos, certezas e opiniões.

    b)     Subjuntivo – dúvida e condição

    c)     Imperativo – ordem, conselho e súplica.


    Examinando as opções da questão, verificamos que os verbos em destaque expressam fatos e opiniões, logo são pertencentes exclusivamente ao modo indicativo. Sabendo disso, vejamos os conceitos dos tempos verbais do modo indicativo, bem como as desinências modo-temporais relativas a cada um deles.

    Lembremos conceitos e desinências do modo indicativo e do subjuntivo.


    Tempos do modo indicativo


    -Presente: expressa a ação do momento de agora; empregado também para enunciar teses e opiniões, bem como verdades universais (a Terra gira em torno do sol). Não há desinência modo-temporal para identificação do presente, devendo-se recorrer ao seu paradigma de conjugação, se necessário.


    -Pretérito perfeito: refere-se a um passado concluído. Igualmente ao presente, não possui desinências modo-temporais. Nesse caso, deve-se recorrer ao paradigma de conjugação.


    -Pretérito imperfeito: manifesta um passado que era habitual ou rotineiro. Suas desinências modo-temporais são -VA e -VE (verbos de 1ª conjugação) e -A e -E (verbos de 2ª e 3ª conjugação) – cantaVA, partiA, comiA.


    -Pretérito mais-que-perfeito: indica a primeira ação passada entre outras também ocorridas no passado. Tem como desinência modo-temporal (DMT): -RA e -RE átonas – fizeRA, amaRA.

    -Futuro do pretérito: expressa o que poderia acontecer ou ter acontecido. Suas DMTs são: -RIA, -RIE – estudaRIA, olhaRÍEs.


    -Futuro do presente: é o futuro clássico do modo indicativo, o que denota aquilo que está por vir. Tem como DMTs -RA e -RE tônicas – falaRÁ, falaREis.


    De posse das informações conceituais anteriores, retomemos as opções para assinalarmos em qual delas o verbo se encontra em um tempo passado.


    A)   … costuma dizer aos que gostam de se queixar… (1º parágrafo)

    ERRADA.

    Observemos que “gostam" é forma verbal empregada para caracterizar indivíduos no momento da fala do enunciador, ou seja, trata-se de um verbo no tempo presente. Seguindo o seu paradigma de conjugação, verificamos que “gostam" é forma verbal da 3ª pp do presente do indicativo: eu gosto/ tu gostas/ ele gosta/ nós gostamos/ vós gostais/ eles GOSTAM.


    B) … a felicidade também virou produto… (3º parágrafo)

    CORRETA.

    O verbo utilizado expressa fato ocorrido e concretizado no passado, o que nos leva a identificar “virou" como uma forma da 3ª ps do pretérito perfeito do indicativo. Vejamos o paradigma de conjugação desse verbo: eu virei / tu viraste / ele VIROU / nós viramos / vós virastes / eles viraram.


    C) Muitos querem ser felizes a qualquer preço. (4º parágrafo)

    ERRADA.

    Mais uma vez identificamos um verbo no presente do indicativo, pois, neste caso, “querem" manifesta uma opinião do enunciador no momento de sua fala. Seguindo paradigma de conjugação, verificamos essa forma verbal na 3ª pp do presente do indicativo: eu quero / tu queres / ele quer / nós queremos / vós quereis / eles QUEREM.


    D) … já estarão de bom tamanho. (5º parágrafo)

    ERRADA.

    Notemos que o verbo acima, com desinência modo-temporal -RA tônica, expressa o tempo futuro do presente do modo indicativo. Segundo o paradigma, encontramos: eu estarei / tu estarás / ele estará / nós estaremos / vós estareis / eles ESTARÃO.

     
    E) … as pessoas acabam caindo nessa cilada. (6º parágrafo)

    ERRADA.

    Mais uma vez estamos diante de uma forma no presente do indicativo, referente à 3ª pp. Seguindo o paradigma de conjugação, encontramos: eu acabo / tu acabas / ele acaba / nós acabamos / vós acabais / eles ACABAM.


    Resposta: B

  • gabarito B pretérito pretérito perfeito do

    indicativo Só tem fera aí meu Deus!

  • a)presente do indicativo

    b)pretérito perfeito do indicativo - gab.

    c)presente do indicativo

    d)futuro do pretérito do indicativo

    e)presente do indicativo

    Qualquer erro corrijam-me.