SóProvas


ID
347662
Banca
FUNRIO
Órgão
SEBRAE-PA
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Fui sentar-me numa prensa de farinha que havia no fundo do nosso quintal. Tentei chorar, mas não tinha vontade de chorar. Esperava espantado, imaginando a vida que ia suportar sozinho neste mundo. Sentia frio e pena de mim mesmo. A casa era dos outros, o defunto era dos outros. E eu estava ali como um bichinho abandonado, encolhido na prensa que apodrecia. Ouvia o barulho de um descaroçador de algodão, próximo, no Cavalo-Morto. E via o corredor da nossa casa, por onde passavam a batina de padre Inácio, a farda de cabo José da Luz, o vestido vermelho de Rosenda e o capote do velho Acrísio.

(Fonte: Angústia, de Graciliano Ramos. Editora Record, 2004)

O parágrafo acima serve como exemplo de uma sequência de frases que combinam aspectos pertinentes na construção do texto literário. O personagem-narrador descreve as poucas ações da cena e faz reflexões sobre sua vida. Os tempos verbais no pretérito contribuem para essa caracterização, que mudaria se o escritor optasse por empregar verbos no presente.

Na hipótese de reescrever o trecho substituindo-se os verbos do pretérito por verbos no presente, o resultado textual seria o seguinte:

Alternativas
Comentários
  • estranho essa questão, não conseguir conjugar o verbo sentar que não fosse no sentido do texto, senão no futuro , diferene do que diz ser a letra A. Alguém explica mas não complica?
  • Olá, pessoal!!

    Vim a pedido da colega Liliane Mariano! 

    A questão, apesar de enorme, é fácil! Vejamo-la:

    "Na hipótese de reescrever o trecho substituindo-se os verbos do pretérito por verbos no presente...".

    A questão quer que substituamos os verbos que estão no passado por verbos no presente. Fazendo a primeira substituição, já matamos a questão!

    "Fui sentar-me numa prensa...". Aqui, 
    o verbo ir está no pretérito perfeito do indicativo: eu fui.
    "Vou sentar-me numa prensa...". Aqui, 
    o verbo ir está no presente do indicativo: eu vou.

    Assim, 
    eliminamos todas as outras alternativas! 

    Simples, né? Grande abraço, seus lindos!


    http://concurseiro24horas.com.br/curso/50/simulado-com-questoes-de-portugues-para-tribunais.html
  • Gente, qual o problema da alternativa E? :/

  • Muito estranho, pq ao meu ver, isso é futuro e não passado. Passado para mim é a letra e

  • Qual o erro da B)? :(

  • Fui sentar-me numa prensa de farinha que havia no fundo do nosso quintal. Tentei chorar, mas não tinha vontade de chorar. Esperava espantado, imaginando a vida que ia suportar sozinho neste mundo. Sentia frio e pena de mim mesmo. A casa era dos outros, o defunto era dos outros. E eu estava ali como um bichinho abandonado, encolhido na prensa que apodreciaOuvia o barulho de um descaroçador de algodão, próximo, no Cavalo-Morto. E via o corredor da nossa casa, por onde passavam a batina de padre Inácio, a farda de cabo José da Luz, o vestido vermelho de Rosenda e o capote do velho Acrísio.


    b) Sento-me numa prensa de farinha que  no fundo do nosso quintal. Tento chorar, mas não sinto vontade de chorar. Espero espantado, imaginando a vida que suportaria sozinho neste mundo. Sinto frio e pena de mim mesmo. A casa é dos outros, o defunto é dos outros. E eu fico ali como um bichinho abandonado, encolhido na prensa que apodreceuOuço o barulho de um descaroçador de algodão, próximo, no Cavalo-Morto. E vi o corredor da nossa casa, por onde passa a batina de padre Inácio, a farda de cabo José da Luz, o vestido vermelho de Rosenda e o capote do velho Acrísio. ERRADA


    Sento-me: está errado, porque o sujeito vai sentarEle ainda não sentou. Além disso, no texto tem o verbo Fui. A forma presente é Vou

    Suportaria: futuro do pretérito do indicativo. A questão quer que todos os verbos fiquem no presente

    Apodreceu: pretérito perfeito do indicativo. A questão quer que todos os verbos fiquem no presente

    Vi: pretérito perfeito do indicativo. A questão quer que todos os verbos fiquem no presente


  • Fui sentar-me numa prensa de farinha que havia no fundo do nosso quintal. Tentei chorar, mas não tinha vontade de chorar. Esperava espantado, imaginando a vida que ia suportar sozinho neste mundo. Sentia frio e pena de mim mesmo. A casa era dos outros, o defunto era dos outros. E eu estava ali como um bichinho abandonado, encolhido na prensa que apodreciaOuvia o barulho de um descaroçador de algodão, próximo, no Cavalo-Morto. E via o corredor da nossa casa, por onde passavam a batina de padre Inácio, a farda de cabo José da Luz, o vestido vermelho de Rosenda e o capote do velho Acrísio.


    c) Vai sentar-se numa prensa de farinha que no fundo do nosso quintal. Tenta chorar, mas não tem vontade de chorar. Espera espantado, imaginando a vida que vai suportar sozinho neste mundo. Sente frio e pena de si mesmo. A casa é dos outros, o defunto é dos outros. E ele está ali como um bichinho abandonado, encolhido na prensa que apodrece. Ouve o barulho de um descaroçador de algodão, próximo, no Cavalo-Morto. E o corredor da nossa casa, por onde passam a batina de padre Inácio, a farda de cabo José da Luz, o vestido vermelho de Rosenda e o capote do velho Acrísio. ERRADA


    Esta alternativa está toda errada, porque está na terceira pessoa do singular e não na primeira

  • Fui sentar-me numa prensa de farinha que havia no fundo do nosso quintal. Tentei chorar, mas não tinha vontade de chorar. Esperava espantado, imaginando a vida que ia suportar sozinho neste mundo. Sentia frio e pena de mim mesmo. A casa era dos outros, o defunto era dos outros. E eu estava ali como um bichinho abandonado, encolhido na prensa que apodreciaOuvia o barulho de um descaroçador de algodão, próximo, no Cavalo-Morto. E via o corredor da nossa casa, por onde passavam a batina de padre Inácio, a farda de cabo José da Luz, o vestido vermelho de Rosenda e o capote do velho Acrísio.


    d) Sentando-me numa prensa de farinha que no fundo do nosso quintal, tento chorar, mas não sinto vontade de chorar. Espero espantado, imagino a vida que suportarei sozinho neste mundo. Sinto frio e pena de mim mesmo. A casa dos outros, o defunto dos outros. E eu ali como um bichinho abandonado, encolhido na prensa que está apodrecendo. O barulho de um descaroçador de algodão, próximo, no Cavalo-Morto. E vejo o corredor daquela casa, por onde vai estar passando a batina de padre Inácio, a farda de cabo José da Luz, o vestido vermelho de Rosenda e o capote do velho Acrísio. ERRADA


    Sentando-me: está no gerúndio, o que dá a ideia de ação contínua oposta ao que o texto quer dizer. No texto diz Fui sentar-me. É uma ação única. Além disso, a forma presente é Vou. Se no texto tem Fui e a questão quer que todos os verbos fiquem no presente, na alternativa tem que ter Vou.

    Suportarei: futuro do presente do indicativo. A questão quer que todos os verbos fiquem no presente

    A casa dos outros, o defunto dos outros: neste trecho o verbo é foi omitido. Se a questão pede que todos os verbos fiquem no presente, então a alternativa correta tem que ter todos os verbos e todos eles têm que estar no presente. Não pode omitir um verbo da questão

    Está apodrecendo: aqui tem um verbo auxiliar + verbo no gerúndio. Não é a forma presente de apodrecia. O correto é apodrece

    Vai estar passando: também não é a forma presente de passavam. O correto é passa. Além disso, trata-se de um vício de linguagem denominado gerundismo que é horrível

  • Fui sentar-me numa prensa de farinha que havia no fundo do nosso quintal. Tentei chorar, mas não tinha vontade de chorar. Esperava espantado, imaginando a vida que ia suportar sozinho neste mundo. Sentia frio e pena de mim mesmo. A casa era dos outros, o defunto era dos outros. E eu estava ali como um bichinho abandonado, encolhido na prensa que apodreciaOuvia o barulho de um descaroçador de algodão, próximo, no Cavalo-Morto. E via o corredor da nossa casa, por onde passavam a batina de padre Inácio, a farda de cabo José da Luz, o vestido vermelho de Rosenda e o capote do velho Acrísio.


    e) Sentado numa prensa de farinha no fundo do nosso quintal, chorando, mas sem vontade de chorar. Espantado, imaginando a vida a suportar, sozinho naquele mundo, sentindo frio e pena de mim mesmo. A casa dos outros, o defunto dos outros. E eu ali como um bichinho abandonado, encolhido na prensa apodrecendo. O barulho de um descaroçador de algodão, próximo, no Cavalo-Morto. O corredor da nossa casa, passando a batina de padre Inácio, a farda de cabo José da Luz, o vestido vermelho de Rosenda e o capote do velho Acrísio. ERRADA


    Sentado: está no particípio. A questão pede que os verbos fiquem no presente e não no particípio. Além disso, entende-se da interpretação que o sujeito ainda não sentou

    Chorando: está no gerúndio, o que dá a ideia de ação contínua, oposta ao que o texto quer dizer. No texto diz Tentei chorar, mas não tinha vontade de chorar. Ou seja, o sujeito tentou, mas não conseguiu chorar, porque não tinha vontade. Já de acordo a alternativa e, o sujeito chorou, apesar de não estar com vontade (chorando, mas sem vontade de chorar)

    Espantado, imaginando a vida a suportar: houve omissão do verbo esperar. Além disso, no texto diz ia suportar. A forma presente, portanto, é vou suportar

    Sentindo: está no gerúndio. A forma presente do verbo é sinto

    Apodrecendo: está no gerúndio. A questão pede que os verbos fiquem no presente. O correto é apodrece

    O barulho de um descaroçador de algodão, próximo, no Cavalo-Morto: omitiu o verbo ouvir, o que deixou a frase solta, sem sentido

    Passando: está no gerúndio. A forma correta para que o verbo fique no presente é passam

  • Obrigada, Carolina!!! Excelente explicação! Não tinha nem me atentado aos outros verbos da assertiva... 

  • é interessante observar os tipos do verbo, pois como ta no infinitivo o pretérito, o presente normalmente tem que possuir a mesma nomenclatura dos verbos. Se estiver errado por favor me corrijam.