SóProvas


ID
3483763
Banca
AOCP
Órgão
Prefeitura de Juazeiro - BA
Ano
2016
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O mundo em 2050
Tiago Cordeiro


    Em 2050, o número de pessoas com mais de 65 anos nos atuais países desenvolvidos será igual ao de trabalhadores, segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). E, para que a Previdência não entre em colapso, a idade média para se aposentar vai subir para a casa dos 85 anos. Mas essa notícia não deveria assustá-lo tanto. Quando essa pessoa se aposentar em 2050, sua saúde será incrivelmente superior à dos velhinhos de hoje.

    Injeções periódicas de células-tronco vão melhorar a manutenção das células do corpo e reduzir o número de doenças a que o organismo desgastado está sujeito. Isso para não falar nos nanorrobôs, que prometem, por exemplo, desobstruir artérias (o que reduziria a incidência de derrames) e atacar micro-organismos patogênicos. Também é muito provável que já em 20 anos sejamos capazes de criar órgãos humanos em laboratório - e aquele rim bagunçado poderá ser facilmente substituído.

    Embora a natalidade também vá diminuir muito, não será o suficiente para evitar que o mundo alcance 9 bilhões de habitantes - a enorme maioria deles nos atuais países em desenvolvimento. A Índia chegará a 1,6 bilhão - a maior população do mundo - e a Nigéria terá ultrapassado o Brasil já em 2030, enquanto a Itália e a Alemanha terão menos e menos gente. Só que a população não vai simplesmente crescer e envelhecer: ela vai também ser mais urbana.

    Com 70% da humanidade nas cidades, teremos megaconurbações, como os eixos Pequim-Seul-Pyongyang-Tóquio, com mais de 200 milhões de pessoas, e os 1 400 quilômetros que unem Délhi a Mumbai. Os mapas de metrô parecerão pratos de macarrão de tantas linhas, e até os EUA, hoje tão dependentes do carro, terão adotado trens-bala. Isso não matará o automóvel, mas metade da frota mundial será elétrica ou a hidrogênio.

    Para sustentar essa massa que insiste em não morrer e que vive cada vez mais longe do campo, será necessário muita água, energia e comida. A água será bem mais cara, e seu uso, sacralizado: a descarga será considerada um absurdo do passado conforme privadas secas virarem regra. Além de os dejetos humanos serem reutilizados para produzir energia e fertilizantes em vez de poluir, novas tecnologias de dessalinização transformarão o oceano em fonte de água potável a um preço mais razoável.

    O mundo consumirá o dobro de energia que hoje, mas ela será muito mais limpa. A previsão mais otimista da Agência Internacional de Energia é a de que 46% dela venham de combustíveis fósseis, e o consumo de petróleo caia 27% em relação aos níveis de 2007. Isso porque muitas fontes alternativas vão ficar comercialmente viáveis. Dá para ter uma ideia do que vem por aí com o Projeto Desertec, que deve gerar 100 GW em usinas termelétricas solares no deserto do Saara em 2050. Eles serão transmitidos para os países da União Europeia por corrente direta de alta voltagem, que perde apenas 3% da energia a cada 1 000 quilômetros. 

    Para produzir grãos suficientes para alimentar tanta gente sem avançar nas áreas de floresta, a produtividade por hectare também crescerá enormemente, e nisso o Brasil promete assumir a ponta tecnológica: técnicas desenvolvidas pela Embrapa no cerrado brasileiro serão exportadas para as savanas africanas, que não apenas alimentarão sua população, mas também exportarão para a Ásia.

    Mas, para verduras e legumes, o bacana vai ser produzi-los em hortas caseiras. Já os restaurantes-laboratórios vão criar não apenas pratos mas também seus próprios vegetais geneticamente modificados (que tal um híbrido de alface com brócolis?). O vegetarianismo continuará por motivos de gosto ou religião, mas a criação da carne in vitro com células embrionárias de boi, frango, porco e de animais mais exóticos encontrará um mercado promissor entre os que se chocam com o sofrimento de animais. Parece exagero? Não é: desde 2007 uma aliança internacional de cientistas pesquisa a produção de carne in vitro em escala industrial.

    Filmes, livros e música irão para as mesmas telas onde trabalharemos - esqueça a diferenciação entre computador, TV, telefone... Para viajar, vai ser possível escolher um país do outro lado do mundo ou hotéis no espaço, embora ainda caros. Jogos serão transmitidos holograficamente, com a possibilidade de mandar mensagens para os atletas nos intervalos (só para pessoas autorizadas...), e atletas terão carreira mais longa (a medicina vai consertar joelhos com muito mais facilidade), roupas perfeitamente adaptadas ao organismo e arbitragem recorrendo a equipamentos eletrônicos (isso quando o juiz não for robô). Enfim, temos pela frente um admirável mundo novo a caminho.

Fonte: http://super.abril.com.br/tecnologia/o-mundo-em-2050





Assinale a alternativa correta a respeito do que se afirma entre parênteses.

Alternativas
Comentários
  • Não há erro no gabarito, Joana. O QC apenas esqueceu de grifar também o verbo "será" na alternativa A.

    “Em 2050, o número de pessoas com mais de 65 anos nos atuais países desenvolvidos será igual ao de trabalhadores, segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).” (O verbo em destaque encontra-se no singular para concordar com “o número” também em destaque)

    O verbo "será" concorda com "o número", portanto alternativa correta.

  • EXPRESSÃO PARTITIVA, CONCORDÂNCIA CORRETA.

  • alguém fala da alternativa B por favor

  • alguém fala da alternativa B por favor

  • alguém fala da alternativa B por favor

  • Sobre a B: O verbo em destaque encontra-se no plural para concordar com o sujeito elíptico "nós" que se refere a toda população mundial, incluindo o autor, e não apenas às pessoas que ocupam as cidades anteriormente citadas.
  • na letra B , não podemos dizer que o verbo em destaque concorda com "NOS" logo percebemos que o sujeito não está elíptico igual diz estar .. o sujeito na oração é 70% da Humanidade.. E o verbo em destaque na letra B concorda com a quantidade dos 70% .. logo esta no plural .... quem tem mega conurbacoes? 70% da Humanidade sujeito ... o nos foi pra confundir ... cuidado !! pergunte sempre ao verbo .. quem ? espero ter ajudado, bons estudos !!
  • Eu acredito que a letra B está incorreta, pois a alternativa menciona que ao seu final: O verbo em destaque encontra-se no plural para concordar com o sujeito elíptico “nós” que se refere às pessoas que ocupam as cidades, mencionadas anteriormente. Ele apenas fez uma comparação do que existe nessas cidades e não que as pessoas OCUPAVAM essas cidades.

    • nós concorda com o verbo mencionado, mas o erro está em dizer que o verbo concorda apenas com as pessoas que vivem na cidade.
  • Na verdade, o verbo concorda com o núcleo do sujeito, então, deveria haver concordância com o nome, no caso, número. Ele destacou "o número". Creio ser necessário o comentário do professor.

  • Por que a letra E ta errada? Quem ataca? Os nanorrobos, existe o singular que é nanorrobo, entao porque o verbo nao foi pro plural?

    Talvez desobristuirem as arterias e atacarem... nao entendi.

  • A letra B está INCORRETA.

    Na verdade, nessa frase há um caso de silepse ideológica de pessoa:

    “Com 70% da humanidade nas cidades, teremos megaconurbações.

    Esse teremos está concordando com nós, seres humanos (ao invés de concordar com humanidade).

    E silepse é quando você usa uma palavra, mas concorda com a ideia que ela quer passar:

    P.ex.: Os Brasileiros somos amantes do futebol.

    Aí deveria concordar com os brasileiros, porém há uma silepse de pessoa que concorda com a ideia que a frase quer passar: nós brasileiros somos amantes do futebol.

    PRA CIMAA