SóProvas


ID
3491215
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Suzano - SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

      Anderson França escreveu nas suas redes sociais uma série de cinco textos levantando reflexões acerca do espetacular filme Coringa, lançado em outubro de 2019. Num desses textos, ele citou uma frase que aprendeu a partir da banda Racionais MC’s, que diz: “Os holofotes embaçam a visão”. Essa frase é muito verdadeira e revela o quanto esse mundo de exposição às redes digitais supervaloriza as pessoas que aparecem mais, que têm mais likes, mais seguidores, mais views etc. Ele comentava em seu texto sobre o vazio que todos nós trazemos conosco, as sombras que, por mais que tentemos trabalhar em terapia, ainda persistem e nos atormentam. Essa busca de aplausos e reconhecimento alimentada pelas redes sociais é como esse holofote: tem uma luz forte, mas embaça a visão. Perceba que metáfora interessante! Ao mesmo tempo em que o holofote ilumina muito, também dificulta a visão de quem está sob o seu foco.

      Vale ressaltar que o Anderson de forma alguma demoniza o uso das redes sociais, até porque é por lá que ele divulga seus textos. O que ele faz é levantar a reflexão sobre a ilusão de se atribuir importância conforme o quanto se aparece nelas. Há alguns meses o próprio Instagram mudou seu algoritmo para que as publicações deixassem de quantificar os likes. Já foi divulgado que o Facebook também tomará essa medida em breve. A atitude se justifica porque, por causa desse vício, milhões de pessoas estavam perdendo o sono, piorando sua produtividade, deteriorando relacionamentos próximos etc.

      Eu escrevo na internet e seria hipocrisia da minha parte dizer que não me importo em ser ou não ser lido, de ter ou não muitos likes etc. É libertador, porém, expressar isso com franqueza, pois não há nada de errado no reconhecimento desse desejo. Na realidade, sofrem bem mais os que negam e dizem que não se importam com o feedback daquilo que postam nas redes.

      No filme Coringa, dirigido por Todd Phillips, a realidade que descrevi é transportada para a TV. Em diversas cenas vemos o protagonista, Arthur Fleck, assistindo hipnotizado aos principais programas de auditório dos Estados Unidos. Um de seus prediletos tem o seu ideal de comediante representado pelo apresentador Murray Franklin, interpretado pelo ator Robert de Niro. Arthur assiste, ao lado da sua mãe, a esse programa todas as noites. Ele se imagina no programa e sendo efetivamente reconhecido pelo apresentador e pelo público. Inclusive, durante os programas, faz encenações em casa e transmuta-se para o seu desejo, sempre alimentando a esperança de se tornar um comediante reconhecido e amado: aquele que faz rir. O filme, no entanto, também retrata o quanto ele foi abandonado e maltratado desde a infância, não poupando exemplos que indicam o porquê da série de transtornos mentais dos quais ele sofre. Ele nunca se sentiu respeitado por ninguém e era visto por quase todos como um sujeito estranho, que merece ser desprezado.

      Após o assassinato de três homens ricos no metrô de Gotham City, a mídia jornalística retrata Arthur como alguém que quer fazer uma revolução, mas, em princípio, isso não era o que ele pensava ou almejava. É aqui que está a questão do holofote, pois Arthur parece ter a sensação de que está começando a ser visto, e isso só foi possível depois que ele assumiu o personagem Coringa, que imprime medo ___ pessoas e que é visto como uma espécie de justiceiro. Também foi após a fama ao receber um convite real para o programa de Murray Franklin que ele alcança de forma doentia ___ que tanto deseja: o reconhecimento. O mais louco é que há um misto entre ele ser visto como um vilão por muitos, enquanto, por outros, é tido como um herói.

      Esse filme traz uma simbologia riquíssima de ensinamentos e, claro, uma série de outros ensinamentos que ressoarão dentro de cada um de forma particular. Que tenhamos a capacidade de olhar para nós mesmos e despertar a luz que vem de dentro, tendo a consciência de que esses holofotes, sejam das redes sociais, sejam da TV, só embaçam a nossa visão. Como vimos em Coringa, o desejo de ser reconhecido pelo outro nada mais é do que um profundo sintoma do não ser reconhecido por si mesmo.

(Texto especialmente adaptado para esta prova. Disponível em: https://www.contioutra.com/os-holofotes-embacam-a-visao/. Acesso em: 24/10/2019.)

Considerando a oração adaptada do texto “É libertador expressar isso com franqueza” (3º§), podemos afirmar que o sujeito é:

Alternativas
Comentários
  • Vejo como sujeito oracional e não como sujeito indeterminado.

    Se alguém souber explicar, comunicar no meu privado.

  • gab. d

  • Respondi essa questão com 100% de dúvida. Na minha opinião o sujeito é oracional. Se eu estiver errado, por favor, alguém me corrija.

  • Compartilho do mesmo entendimento ..explico como identificar o sujeito oracional:

    Existem 3 tipos de sujeito oracional. Em geral, você pode substituí-los por ISSO.

    1) Iniciado pelas conjunções integrantes “que” ou “se”. Esse sujeito oracional também é chamado de oração subordinada substantiva subjetiva.

    – Seria bom SE VOCÊ ESTUDASSE. (ISSO seria bom.)

    – Vê-se QUE TODOS ESTUDAM. (ISSO se vê.)

    2) Constituído de verbo(s) no infinitivo. Esse sujeito oracional também é chamado de oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo.

    – PRATICAR EXERCÍCIOS E SE ALIMENTAR BEM torna seu corpo são. (ISSO torna seu

    corpo são.)

    3) Iniciado pelos advérbios interrogativos “onde”, “como”, “quando”, “por que” ou pelos pronomes interrogativos “que”, “quem”, “qual”, “quanto”. Esse sujeito oracional também é chamado de oração subordinada substantiva subjetiva justaposta.

    – Está decidido ONDE VAMOS ESTUDAR. (ISSO está decidido.)

    Sucesso,bons estudos não desista!

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  • A questão foi mal redigida.

    Na frase: “É libertador expressar isso com franqueza” existem dois verbos, consequentemente, duas orações. Portanto, o sujeito da forma verbal "é" = "expressar isso com franqueza" - classificado como sujeito oracional; já o sujeito do verbo "expressar" = "ele/ela" - classificado como sujeito indeterminado. (Verbos no infinitivo impessoal).

    Espero ter ajudado.

    Abraço,

  • O que é libertador? Expressar isso com franqueza.

    A meu ver, trata-se de sujeito simples oracional. Não vejo como correto o gabarito "D".

  • Com certeza sujeito oracional

    Expressar isso com franqueza é libertador

  • Olá, pessoal.

    Concordo com Daniel Lima:

    Sujeito simples p/ o verbo SER (é)

    Sujeito indeterminado p/ o verbo EXPRESSAR

    Questão c/ 2 respostas.

  • Eu vejo como sendo sujeito oracional.

    Na minha opinião, o gabarito é a letra B!

  • Tbm errei essa questão, mas fazendo a revisão encontrei a resposta.

    Existem tres formas de indeterminas um sujeito:

    1º) verbo na terceira pessoa do plural;

    2º) verbo na terceira do singular + SE

    3º) verbo no infinitivo impessoal

    Na oração, " expressar isso com franqueza" é sujeito oracional do predicado nominal " é libertador", mas esse sujeito tbm é indeterminado, em razão do verbo "expressar" estar no infinitivo.

    Peço que se houver algum erro me avisem, por favor.

  • VAMOS SOLICITAR COMENTARIO DO PROFESSOR PESSOAL!!!!!!!!!!!!!