Para resolver esta questão, você precisa saber
que existem correlações específicas entre tempos e modos verbais para
expressar hipóteses, ou seja, situações ou ações que podem se realizar, ou
ainda, que poderiam ter sido realizadas. Na Língua Portuguesa, o valor de
hipótese, como se baseia no passado ou no presente para projetar um futuro provável,
é expressado pela correlação entre os seguintes tempos e modos verbais:
1)
Pretérito mais-que-perfeito
e futuro do pretérito do modo indicativo: sabemos que o pretérito
mais-que-perfeito, em sua forma simples, é identificado pelas desinências -RA
e -RE átonas. Já no tempo composto, esse tempo é formado por locução verbal,
com verbo auxiliar TER ou HAVER, conjugado no pretérito imperfeito do
indicativo (tempo anterior ao mais-que-perfeito na escala de tempos verbais do
modo indicativo), sendo acompanhado de verbo principal no particípio. Assim,
qualquer uma dessas formas do pretérito mais-que-perfeito deverá ser associada
a verbos no futuro do pretérito do modo indicativo, identificado pelas terminações
-RIA e -RIE. Isso ocorre porque o mais-que-perfeito expressa o passado mais
antigo entre fatos passados ocorridos; e o futuro do pretérito, entre seus
significados, expressa o que poderia ter acontecido, caso algo no passado fosse
considerado. Vejamos exemplos ilustrativos:
-Havia
comprado equivocadamente o carro, porém poderia ter esperado
mais.
-Comprara
equivocadamente o carro, no entanto compraria de forma mais bem sucedida
hoje.
2)
Futuro do pretérito do modo indicativo
e imperfeito do subjuntivo: O tempo de um futuro que poderia ter
sido também pode ter correlação com um tempo verbal que expresse a ideia de
condição. Logo, é correta, também, na construção de conteúdos de hipótese, a
presença da condição (algo que ocorre na dependência de outro). Por isso, a
equivalência entre o futuro do pretérito do indicativo (desinências -RIA e
-RIE) e o pretérito imperfeito do modo indicativo (desinência -SSE) é
fundamental, para mostrar que algo poderia ter acontecido, caso outro
acontecesse também. Observe mais exemplo ilustrativo:
-Teríamos
obtido aprovação, caso a preparação fosse
semanal, e não quinzenal.
3)
Pretérito mais-que-perfeito do
indicativo e pretérito imperfeito do modo subjuntivo:
Há
também, entre os valores da hipótese, aquele que traz uma constatação. Assim,
se nos embasamos em uma ação antiga, frequente do passado, para demonstrar que
algo de fato aconteceria como se supôs, só podemos unir dois tempos verbais
para expressar esse raciocínio: o pretérito mais-que-perfeito (simples e
composto) e o pretérito imperfeito do modo subjuntivo. Observe:
-Tinha
sido necessário estudar muito naquela época, caso quisesse
obter a primeira colocação.
4)
Futuro do presente do modo indicativo
e futuro do modo subjuntivo.
Existem
futuros que sinalizam o que pode ainda acontecer, caso outro evento futuro
aconteça também. Por essa razão, o que ainda pode ocorrer, sinalizado pelo
futuro do presente (desinências -RA e -RE, tônicas), está na dependência de
outro evento, que é marcado por um futuro condicional, ou o futuro do modo subjuntivo
(desinência -R), cuja conjugação é obtida com auxílio do conectivo QUANDO ou
SE:
-Ele
virá ao meu encontro quando a situação estiver completamente
resolvida.
Com
base nessas informações, examinemos as opções para assinalar aquela que
apresenta a correlação correta:
A) Tinha
sido preciso reformular a informação: na verdade, o
maior rio do mundo terá sido o Nilo.
ERRADA.
A primeira
locução verbal grifada tem verbo auxiliar no pretérito imperfeito do
indicativo, o que sinaliza ser esse um tempo composto do pretérito mais-que-perfeito
do modo indicativo. Como vimos na explicação inicial referente a esta questão, as
formas do pretérito mais-que-perfeito, simples e composto, correspondem-se ao
futuro do pretérito do indicativo (terminação -RIA e -RIE), e não ao futuro do
presente, como acontece em “terá sido". Corrigindo, deveríamos escrever teria
sido.
B) Tudo está, se a questão fosse
competir, em ter escolhido bem os critérios.
ERRADA.
Se
temos, como um dos verbos do período, o pretérito imperfeito do modo subjuntivo
(terminação -SSE), para haver correspondência semântica, deveríamos ter o outro
verbo no futuro do pretérito do modo indicativo. Reescrevendo, teríamos: Tudo
estaria, se a questão fosse competir (...).
C) Se viermos a levar em
conta a superfície terrestre, o nome de Água ficará bem.
CORRETA.
Sabemos
que a correlação entre um futuro que ainda pode acontecer depende de outro fato que também aconteça. Sendo assim, para expressar essa mensagem, precisamos da
correlação entre verbos no futuro do modo subjuntivo (futuro condicional) e
verbos no futuro do presente do modo indicativo (desinências -RA e -RE tônicas).
É o que ocorre entre “viermos", no subjuntivo, e “ficará", no futuro do
presente do indicativo.
D) Se houvéssemos considerado como critério a
composição química do planeta, o nome de Oxigênio terá ficado
melhor.
ERRADA.
Mais uma vez, temos
um verbo com desinência -SSE, caracterizando o pretérito imperfeito do modo
subjuntivo. Então, o verbo correspondente deveria estar conjugado no futuro do
pretérito (-RIA, -RIE), e não no futuro do presente do modo indicativo, como acontece
em “terá ficado". Para que houvesse a correção deveríamos escrever, teria
sido.
E) Era preciso reconhecer
ao máximo possível o valor próprio de cada coisa, para que não se hajam
tirado conclusões apressadas.
ERRADA.
Na primeira locução verbal, encontramos como verbo
auxiliar a forma “era", que está no pretérito imperfeito do modo indicativo,
indicando, portanto, junto ao particípio “preciso", uma forma verbal composta
do pretérito mais-que-perfeito. Como já visto na explicação conceitual, as
formas do
mais-que-perfeito correspondem-se, também, com as do imperfeito do
modo subjuntivo. Reescrevendo para corrigir, obteríamos: (...) para que não
se houvessem tirado conclusões apressadas.
RESPOSTA: C