Alternativas
Ao descrever as condições históricas que determinaram o nascimento da filosofia grega, Hegel aponta o desaparecimento da sociedade patriarcal e o surgimento das cidades livres e organizadas por leis. A exposição hegeliana do nascimento da filosofia produziu uma linhagem de historiadores da filosofia para os quais esse nascimento significa continuidade entre a religião, o mitos e a filosofia.
Segundo o historiador John Burnet, que é um dos principais representantes da concepção que defende a descontinuidade entre mito e filosofia, esta nasceu quando as velhas explicações míticas e religiosas da realidade já não podiam explicar coisa alguma e haviam se tornado contos fantasiosos aos quais ninguém dava crédito.
O helenista F. M. Cornford, como fiel discípulo de Hegel, contestou a ideia de um nascimento da filosofia como continuidade do pensamento mitológico e afirmou que a filosofia nascente transportou, em uma forma laica e em um pensamento mais abstrato, as formulações da religião e do mito sobre a natureza e os homens.
Na linha de descontinuidade, está o alemão Werner Jaeger, o qual, em sua obra Paideia: a formação do homem grego , considera que a filosofia nasce em clara oposição às epopeias homéricas e aos poemas de Hesíodo.