SóProvas


ID
3742207
Banca
FCC
Órgão
Prefeitura de São José do Rio Preto - SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: Para responder a questão, considere o texto abaixo.

    Acredito que o leitor já deva ter ouvido, em alguma ocasião, esta frase: “Parem o mundo, que eu quero descer!”
    Talvez porque essas últimas décadas tenham sido − e continuarão a ser − de congestionamento dos sentidos. Há uma sensação de que não se sabe muito bem o que está acontecendo.
    Fazendo parte dos quadros de uma escola de Comunicação, muitas vezes tive de lembrar a mim mesmo, aos meus pares e alunos que, por mais complexa, tecnologicamente, que se tenha tornado a intermediação entre os indivíduos e a realidade externa, nada mudou, essencialmente, nas relações interpessoais: entre eu e o(s) outros(s). Essa é apenas uma das razões pelas quais os especialistas em psicologia continuam a explicar os conflitos da alma humana a partir das mesmas lendas da civilização grega de três mil anos atrás.
    Identidade e cultura sempre estiveram relacionadas. A identidade de cada um é moldada, socialmente, pelas influências culturais, por meio da comunicação. Simbolicamente, é como se alguém só se reconhecesse como indivíduo ao ver o seu reflexo no espelho da sociedade. Isso é válido para os mais diversos aspectos identitários, tais como etnia, gênero, religião, idioma etc.
    Na época dos festejos do bicentenário da Revolução Francesa, assisti a um programa de debates da TV em que, para definir igualdade, o sociólogo Alain Touraine ironizou: “Qualquer francês lhe dirá que é o direito que têm todas as pessoas do mundo de serem iguais a ele!”
    Descobri, então, que diversidade era exatamente o contrário. Deve ser a percepção de que existem “lá fora” seres que não são iguais a mim − seja eu francês, hotentote, homem, mulher, destro ou canhoto − e que pode haver algo em relação a esses entes diversos que possa me afetar − positiva ou negativamente.
(Adaptado de: PENTEADO, José Roberto Whitaker. “A comunicação intercultural: nem Eco nem Narciso”. In: SANTOS, Juana Elbein dos
(org.). Criatividade: Âmago das diversidades culturais − A estética do sagrado. Salvador: Sociedade de Estudo das Culturas e da Cultura
Negra no Brasil, 2010, p. 204-205) 

Simbolicamente, é como se alguém só se reconhecesse como indivíduo ao ver o seu reflexo no espelho da sociedade. (4º parágrafo)

Está correta a seguinte redação alternativa para a frase acima:

Simbolicamente, imagina-se alguém que só

Alternativas
Comentários
  • ✅ Gabarito: B

    A) se reconhecerá sendo um indivíduo no momento que se ver no espelho da sociedade → INCORRETO. O correto é "vir" (=futuro do subjuntivo do verbo "ver").

    B) se reconhece na condição de indivíduo quando se vê refletido no espelho da sociedade → CORRETO.

    C) se reconhecia na qualidade de indivíduo caso seu reflexo seje visto no espelho da sociedade → INCORRETO. Não existe "seje", o correto é "seja".

    D) se reconheceria igual que um indivíduo no instante que via-se no espelho da sociedade → INCORRETO. Temos o pronome relativo "que" sendo fator de próclise do pronome oblíquo átono (=que se via),

    E) se reconheça indivíduo à medida em que vesse seu reflexo no espelho da sociedade → INCORRETO. O correto é "à medida que".

    ➥ FORÇA, GUERREIROS(AS)!! 

  • Esta questão requer conhecimento sobre conjugação dos verbos irregulares, correlação verbal, valor semântico das conjunções/locuções conjuntivas e regência nominal.

    Alternativa (A) incorreta - Fazendo a correlação entre os tempos verbais: futuro do presente do indicativo + futuro do subjuntivo, a conjugação correta do verbo ver (verbo irregular) é vir. O correto seria: “se reconhecerá sendo um indivíduo no momento que se vir no espelho da sociedade".

    Alternativa (B) correta - Fazendo a correlação entre os tempos verbais: presente do indicativo + presente do indicativo, a conjugação do verbo ver está correta. A redação está de acordo com a norma-padrão.

    Alternativa (C) incorreta - Não existe a forma verbal “seje", o correto é seja; além disso, a conjugação do verbo ser está indevida. Temos uma conjunção subordinativa adverbial condicional “caso", isso significa que o verbo deve ser conjugado no pretérito imperfeito do subjuntivo, fazendo a correlação entre os tempos verbais: pretérito imperfeito do indicativo + pretérito imperfeito do subjuntivo. O correto seria: “se reconhecia na qualidade de indivíduo caso seu reflexo fosse visto no espelho da sociedade".

    Alternativa (D) incorreta - Há um problema de colocação pronominal. Diante de palavras atrativas, como pronome relativo, o pronome átono deve vir antes do verbo, ou seja, na posição proclítica.

    Também há erro de regência nominal: o nome “igual" exige a preposição a. O conectivo “que" está indevido.

    Fazendo a correlação entre os tempos verbais: futuro do pretérito do indicativo + pretérito imperfeito do subjuntivo, a conjugação correta do verbo ver é visse.

     O correto seria: “se reconheceria igual a um indivíduo no instante que se visse no espelho da sociedade".

    Alternativa (E) incorreta - Há dois erros:

    1º erro - não existe a forma “à medida em que". Só existem as formas “à medida que" (locução conjuntiva proporcional) e “na medida em que" (locução conjuntiva causal);

    2º erro - não existe a forma verbal “vesse", o correto é visse.


    Dependendo da intencionalidade discursiva, há duas possibilidades de redação:

     

    se reconheça indivíduo à medida que veja (proporção) seu reflexo no espelho da sociedade". / se reconheça indivíduo na medida em que viu (causal) seu reflexo no espelho da sociedade".  

    No 1º caso, o verbo ver está conjugado no presente do subjuntivo; no 2º caso, no pretérito perfeito do indicativo.
     

    Gabarito da professora: Letra B.