SóProvas


ID
3752980
Banca
GUALIMP
Órgão
Prefeitura de Vila Valério - ES
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia atentamente o texto para responder a questão.

Viagem no tempo
    Falávamos sobre viagens e seus modernos confortos quando alguém se lembrou do tempo em que os viajantes levavam toalha e sabonete na mala. Não faz tanto tempo assim. Uma sobrinha, ____ poucos anos, chegou a minha casa com toalha de banho e caixinha de sabonete na mala. “Coisa da minha mãe”, explicou constrangida, sinal de que a mãe dela, que tem menos de 60 anos, levava toalha e sabonete quando viajava. Hotéis e hospedarias eram precários, tirando os melhores das capitais; e, ao pousar na casa de alguém, evitavase “dar trabalho”.
    Lembram-se do quebra-vento nos carros? Coisa anterior à difusão do ar-condicionado, pouco antes de o presidente Collor dizer que os automóveis brasileiros eram umas carroças. O quebra-vento era um vidro giratório colocado ____ frente das janelas dianteiras; quebrava o vento que entrava quando os vidros das portas estavam abaixados, ou permitia que o ar entrasse quando a janela estivesse fechada. Girando-o todo, direcionava-se o vento para dentro, ___ fim de refrescar a pessoa acalorada. Até ____ pouco tempo, no Nordeste, carro sem quebra-vento encalhava.
    Carros não tinham luz piscante para o motorista indicar que ia entrar ___ esquerda ou ___ direita, nem luz de freio. Todos os sinais eram feitos pelo motorista com o braço esquerdo para fora do carro. Sinal de parar: mão espalmada para trás, baixa; sinal para entrar ___ esquerda: braço reto estendido; entrar ___ direita, braço alto dobrado para a direita. Quase não havia sinais luminosos de trânsito, o guarda apitava em códigos obrigatoriamente conhecidos.
    Ah, meninos, as fotos que se tiravam não se viam no mesmo instante, como agora. Só dias mais tarde, após reveladas e copiadas em laboratório. Depois veio a grande novidade das cópias em 24 horas, em duas horas, em uma hora e na hora. A fotografia popularizou-se. Com as câmeras nos telefones celulares, os fotógrafos amadores tornaram-se bilhões.
    Calculadora? Era a tabuada, que os estudantes sabiam de cor, e baseados nela faziam contas complicadíssimas das quatro operações, na ponta do lápis. Nos escritórios, e só lá, havia as famosas máquinas de calcular manuais Facit, que tinham um teclado de algarismos e uma manivela que os craques do cálculo viravam para a frente e para trás, produzindo exatidões mostradas em um pequeno visor. Não demorou e vieram as elétricas, as eletrônicas digitais...
    Máquinas de escrever ainda se veem em delegacias e cartórios do interior. Num hospital da Zona Leste, um amigo me chamou: “Quer ver um flashback?”. E me levou a uma recepcionista de um dos consultórios, que datilografava impávida os dados dos clientes. Nas redações de jornais e revistas, com suas dezenas de máquinas de escrever batucando ao mesmo tempo, o encerramento de uma edição era uma zoeira. O alívio veio com o silêncio dos computadores.
    Cartão amarelo, cartão vermelho? No futebol do tempo do beque e do centeralfe, cartão era o dedo do juiz, primeiro apontando o nariz do abusado, depois apontando o olho da rua. Os cartões derrotaram o dedo em riste porque são mais civilizados, impessoais e fáceis de entender em qualquer língua. Você pensa que eram coisas da juventude do seu avô, ou do seu bisavô, mas não, são do tempo do seu pai. Um tempo em que as crianças tinham bons modos, obedeciam até ___ olhares, não abriam a geladeira dos outros, contentavam-se em ganhar apenas três presentes por ano, nas ocasiões propícias, e eram felizes. O ritmo está cada vez mais rápido.
Ivan Ângelo (com adaptações)

Analise as frases abaixo e, em seguida, assinale aquela em que é admissível a alteração na colocação do pronome oblíquo átono destacado, tendo em vista as regras da língua culta vigente.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: B

    ✓ A fotografia popularizou-se.” 

    ➥ Temos um sujeito explícito sem qualquer palavra atrativa presente, pode ocorrer tanto a próclise (=antes do verbo: se poupalarizou) OU a ênclise (=após o verbo: popularizou-se).

    ➥ FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • Muito Bom Arthur!

    Apenas não identifiquei o erro da C, creio que não seja permitido próclise no início da frase.

    Neste caso não deveria haver pronome oblíquo?

  • @Ana C. F. Pereira

    não se inicia um período com pronome oblíquo átono

  • GAB B

    POPULARIZOU-SE

  • a questão pede o único caso de faculdade de proclise e enclise.

  • Venha comigo..

    A) “...as fotos que se tiravam não se viam no mesmo instante...''

    1º O pronome relativo é um fator de próclise

    2º A palavra negativa tbm.

    (https://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint73.php)

    B) “A fotografia popularizou-se.” ou A fotografia se popularizou”

    Quando não há fator atrativo de próclise temos a faculdade de usar ênclise ou próclise.

    C) “Lembram-se do quebra-vento nos carros?”

    1º Detalhe importante = os verbos esquecer e lembrar quando usados como Transitivos indiretos precisa de preposição + pronome.

    2º Não poderíamos iniciar com o pronome " se lembra do (..) "

    D) “Máquinas de escrever ainda se veem em delegacias...”

    Ainda = advérbio - puxa para trás.. próclise

  • A questão é sobre colocação pronominal e quer saber qual a única alternativa em que podemos ALTERAR o pronome oblíquo átono. Vejamos:

     .

    A) “...as fotos que se tiravam não se viam no mesmo instante...''

    O pronome relativo "que" atrai o pronome para antes do verbo. Logo, próclise obrigatória.

    A palavra negativa "não" atrai o pronome para antes do verbo. Logo, próclise obrigatória.

     .

    B) “A fotografia popularizou-se.”

    Certo. Nesse caso podemos usar próclise ou ênclise, pois o sujeito "a fotografia" está explícito: A fotografia popularizou-se OU A fotografia se popularizou.

    O pronome pode ficar antes (próclise) ou depois (ênclise) do verbo quando houver sujeito explícito antes do verbo. Ex.: Celso Cunha se consagrou entre os gramáticos. OU Celso Cunha consagrou-se entre os gramáticos.

     .

    C) “Lembram-se do quebra-vento nos carros?”

    Verbo no início de frase a ênclise é obrigatória.

     .

    D) “Máquinas de escrever ainda se veem em delegacias...”

    O advérbio "ainda" atrai o pronome para antes do verbo. Logo, próclise obrigatória.

     .

    Relembrando:

    PRÓCLISE (pronome ANTES do verbo)

    É obrigatória quando houver palavra que atraia o pronome para antes do verbo. As palavras que atraem o pronome são:

    1) Palavras de sentido negativo. Ex.: Nunca me deixaram falar.

    2) Advérbios. Ex.: Sempre me lembro deles.

    3) Pronomes indefinidos e demonstrativos neutros. Ex.: Tudo se acaba / Isso te pertence.

    4) Conjunções subordinativas. Ex.: Quando nos viu, chorou.

    5) Pronomes relativos. Ex.: Há certas pessoas que nos querem bem.

     .

    MESÓCLISE (pronome NO MEIO do verbo)

    É obrigatória com verbo no futuro do presente ou no futuro do pretérito, desde que não haja antes palavra atrativa. Ex.: Convidar-me-ão para a formatura. / Convidar-me-iam para a formatura.

     .

    ÊNCLISE (pronome APÓS o verbo)

    É obrigatória com:

    1) Verbo no início da frase. Ex.: Passaram-me a resposta.

    2) Verbo no imperativo afirmativo. Ex.: Meninos, calem-se.

    3) Verbo no gerúndio. Ex.: Chegou, falando-nos grosseiramente.

    Obs.: Se o gerúndio vier precedido de preposição ou de palavra atrativa, ocorrerá PRÓCLISE. Ex.: Em se tratando de regras, sou leiga. / Saiu da sala, não nos dizendo as razões.

    4) Verbo no infinitivo impessoal. Ex.: Era necessário ajudar-te.

     .

    Gabarito: Letra B