SóProvas


ID
3770455
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Ribeirão Preto - SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto para responder a questão. 

Saudáveis loucuras

     São 22 contos curtos em que a principal característica é não se prender a nenhum padrão da lógica. Assim, Dona Tinzinha vai a uma loja de armarinhos, onde pede meio litro de botões amarelos para o pijama novo de seu filho – ela descobriu que essa cor ajuda a criança a parar de fazer xixi na cama. Ou então o irmão mais velho, ao ser questionado pelo mais novo sobre o que vai ser quando crescer, conta estar dividido entre preguiçólogo ou dorminhólogo.
    São relatos assim que formam Tantãs, novo livro infantil de Eva Furnari, autora e ilustradora exímia em atiçar a curiosidade das crianças por meio do inusitado e do bom humor. Assim, nenhum leitor deve se surpreender com a carta que uma bruxinha escreve ao Papai Noel pedindo um vestido rosa; ou com o jovem advogado que defende um passarinho. Histórias que não agridem a lógica dos pequenos que, justamente por falta de vivência, ainda não foram contaminados pelas regras de convivência. Olham o mundo com frescor.
    Tantãs apresenta uma linguagem artesanalmente construída, que não se atém a convenções gramaticais ou sociais – encontrar a simplicidade é sua meta. E, com mais de 60 livros publicados, Eva entende perfeitamente a lição passada pelo poeta Manoel de Barros que, certa vez, disse: “A gente precisa se vigiar ao escrever. Não podemos, ao escrever, abandonar o canto, a harmonia ‘letral’. Não podemos desprezar o gorjeio das palavras”.
       Eva mostra às crianças as possibilidades de jogo que separam a literatura da linguagem comum: a liberdade de desmontar lógicas, dar espaço ao inusitado. Nem por isso as personagens de Eva beiram a loucura. Ela garante que há loucuras e loucuras. Há aqueles que são chamados de loucos (mesmo sem ter doença mental) pelo simples fato de não corresponderem ao modelo esperado pela sociedade. São os artistas, os criadores, as pessoas que pensam fora dos padrões e do senso comum. Esses, diz ela, “acho que têm intuições lúcidas e trazem reflexões que as pessoas sãs não costumam trazer. No caso dos tantãs do livro, é uma loucurinha que vem do olhar ingênuo da criança. As pessoas gostam, têm saudade desse olhar puro, inesperado e sem malícia. Talvez, essa seja uma das graças do livro.”
(O Estado de S.Paulo, 02.11.2019. Adaptado)

Assinale a frase correta, elaborada a partir do texto, de acordo com a norma-padrão da concordância.

Alternativas
Comentários
  • Gabarito: E

     a) Deve também os advogados ser defensor dos excluídos, daqueles que se exclui do contexto social? → INCORRETO. Quem deve ser defensor? Os advogados devem ser defensores (=sujeito simples com núcleo no plural, a concordância deve ser realizada no plural).
     b) A autora nos fazem acreditar que é plausíveis entrar na loja e comprar meio litro de botões de cor amarelado → INCORRETO. Quem nos faz acreditar? A autora nos faz acreditar (=sujeito simples com núcleo no singular, a concordância deve ser realizada no singular).
     c) Será que existirá ainda os tantãs na literatura infantil depois dos irrefreáveis excesso da tecnologia? → INCORRETO. O verbo "existir" é pessoal e deve concordar com o sujeito que vem após ele, sujeito posposto, o qual está no plural (=os tantãs ainda existirão).
     d) As pessoas olham o mundo pelo olhar ingênuos da criança e é isso que dão graça aos livros → INCORRETO. O correto é "ingênuo" (=concordância nominal deve ser realizada com o substantivo no singular "olhar"); o correto é "dá" (=concorda com o pronome "isso", o qual é retomado pelo pronome relativo "que").

     e) Há os loucos, os artistas, as pessoas intuitivas que veem o que os sãos não conseguem → CORRETO!!

    ➥ FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • Assertiva E

    Há os loucos, os artistas, as pessoas intuitivas que veem o que os sãos não conseguem.

  • Veja :

    A)

    Os advogados devem

    B) A autora faz alguém acreditar.

    C) os tantãs -existirão

    D) o olhar ingênuo

    E) Há os loucos, os artistas, as pessoas intuitivas que veem o que os sãos não conseguem.

    Os verbos

    dar

    crer

    ler e ver = duplicam o "e" e não possuem acento.

    Eles leem , veem, leem, creem

    Haver no sentido de existir = impessoal

  • Não possuem acentos na terceira pessoa do indicativo no plural os verbos veem, preveem.

  • Não entndi o gabarito, já que, Verbo Haver no sentido de existir é impessoal, o verbo ver não tinha que estar no singular?

  • A questão requer conhecimentos sobre Concordância Verbal e Nominal.


    ALTERNATIVA (A) INCORRETA – É preciso atentar-se que o sujeito da 1ª oração (os advogados) está posposto ao verbo. Na ordem direta, temos: “Os advogados também devem ser defensores dos excluídos, daqueles que se excluem do contexto social?"

    Há uma locução verbal (deve ser) em que o verbo auxiliar está afastado do verbo principal. Os erros de concordância ocorridos são: o verbo auxiliar “deve" não está concordando com o seu sujeito no plural (os advogados); o adjetivo “defensor" não está concordando com o sujeito no plural; na 2ª oração, o verbo “excluir" não está concordando com o sujeito (daqueles).


    ALTERNATIVA (B) INCORRETA – Há erro de concordância com o verbo auxiliar “fazem", ele deveria estar flexionado na 3ª pessoa do singular, tendo em vista que o sujeito (A autora) está no singular.

    Há erro de concordância nominal com o adjetivo/predicativo do sujeito “plausíveis", pois o sujeito da 2ª oração (entrar na loja) é oracional, nesse caso, tanto o verbo quanto o adjetivo ficam no singular.

    Há erro de concordância nominal com o adjetivo “amarelado", este deveria estar concordando em gênero com o substantivo “cor".

    A sentença correta seria: “A autora nos faz acreditar que é plausível entrar na loja e comprar meio litro de botões de cor amarelada."


    ALTERNATIVA (C) INCORRETA – Há erro de concordância com o verbo “existirá", tendo em vista que a regra geral é o verbo concordar com o sujeito e, nesse caso, o núcleo do sujeito (tantãs) está no plural, e o verbo no singular.

    Há também erro de concordância nominal em “os irrefreáveis". De acordo com a regra geral, os determinantes (artigo, adjetivo, pronome adjetivo, numeral adjetivo) sempre concordam em gênero e número com o determinado (substantivo ou pronome substantivo). O substantivo “excesso" está no singular.

    A sentença correta seria: “Será que existirão ainda os tantãs na literatura infantil depois do irrefreável excesso da tecnologia?"



    ALTERNATIVA (D) INCORRETA – Há erro de concordância nominal com o adjetivo “ingênuos", ele deveria estar no singular por conta do substantivo “olhar" estar no singular. Também há erro de concordância com o verbo “dão", na 3ª oração, pois o seu sujeito – o qual está na 2ª oração – é um pronome demonstrativo neutro, tal pronome leva o verbo à 3ª pessoa do singular.

    O que dá graça aos livros? Resposta: Isso.


    ALTERNATIVA (E) CORRETA – Não há nenhum erro de concordância verbal nem nominal. Lembrando que o verbo HAVER no sentido de existir, acontecer, ocorrer e indicando tempo passado não se flexiona, devendo ficar na 3ª pessoa do singular, constituindo uma ORAÇÃO SEM SUJEITO.

    Na sentença, o verbo “haver" está no sentido de “existir".


    GABARITO DA PROFESSORA: ALTERNATIVA (E)

  • Gabarito: E

    O verbo haver no sentido de existir é impessoal e NÃO flexiona.

    O verbo haver no sentido de existir é impessoal e NÃO flexiona.

    E)---> os loucos, os artistas, as pessoas intuitivas que veem o que os sãos não conseguem.

    ---->EXISTEM os loucos, os artistas, as pessoas intuitivas que veem o que os sãos não conseguem.

  • ...... pelo olhar ingênuo da criança...