A etiologia dos casos de LER/Dort é multifatorial. Diferentemente de uma intoxicação por metal pesado, cuja etiologia é claramente identificada e mensurável, nos casos de LER/Dort é importante analisar os vários fatores de risco envolvidos direta ou indiretamente. Os fatores de risco não são necessariamente as causas diretas de LER/Dort, mas podem gerar respostas que produzem as lesões ou os distúrbios. Na maior parte das vezes, tais fatores foram estabelecidos por meio de observações empíricas e depois confirmados com estudos epidemiológicos (KUORINKA; FORCIER, 1995).
Os fatores de risco não são independentes: interagem entre si e devem ser sempre analisados de forma integrada. Envolvem aspectos biomecânicos, cognitivos, sensoriais, afetivos e de organização do trabalho. Por exemplo, fatores organizacionais como carga de trabalho e pausas para descanso podem controlar fatores de risco quanto à frequência e à intensidade. Na caracterização da exposição aos fatores “físicos” de risco não organizacionais, quatro elementos se destacam:
- Regiões anatômicas submetidas aos fatores de risco: Punho, cotovelo, ombro, mão, pescoço, etc.
- Magnitude ou intensidade dos fatores de risco: Para carga musculoesqueletica, por exemplo, pode ser o peso do objeto levantado. Para características psicossociais do trabalho, pode ser percepção do aumento da carga de trabalho.
- Variação de tempo dos fatores de risco: Duração do ciclo de trabalho, distribuição das pausas, estrutura de horários, etc.
- Tempo de exposição aos fatores de risco: O tempo de latência das lesões e dos distúrbios pode variar de dias a décadas (KIVI, 1984; CASTORINA, 1990).
Fonte: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/dor_relacionada_trabalho_ler_dort.pdf