- ID
- 3840457
- Banca
- UECE-CEV
- Órgão
- UECE
- Ano
- 2019
- Provas
- Disciplina
- Sociologia
- Assuntos
Atente para o seguinte excerto:
“A miscigenação que largamente se praticou aqui
corrigiu a distância social que de outro modo se teria
conservado enorme entre a casa-grande e a senzala.
O que a monocultura latifundiária e escravocrata
realizou no sentido de aristocratização, extremando a
sociedade brasileira em Senhores e escravos, com
uma rala e insignificante lambujem de gente livre
sanduichada entre esses dois extremos antagônicos,
foi em grande parte contrariado pelos efeitos sociais
da miscigenação. A índia e a negra-mina a princípio,
depois a mulata, a cabrocha, a quadrarona, a
oitavona, tornando-se caseiras, concubinas e até
esposas legítimas dos senhores brancos, agiram
poderosamente no sentido de democratização social
do Brasil. Entre os filhos mestiços, legítimos e mesmo
ilegítimos, havidos delas pelos Senhores brancos,
subdividiu-se parte considerável das grandes
propriedades, quebrando-se assim a força das
sesmarias feudais e dos latifúndios do tamanho de
reinos”.
FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala: formação da
família brasileira sob o regime patriarcal. 52ª ed. São Paulo:
Global, 2013.
O sociólogo brasileiro Gilberto Freyre aponta, na
citação acima, a criação de uma “democracia racial”
na história da relação entre senhores e escravos no
Brasil escravocrata. Assim, mesmo que se possa
criticar tal concepção, a perspectiva teórico-sociológica de Freyre afirma que