- ID
- 3846985
- Banca
- UECE-CEV
- Órgão
- UECE
- Ano
- 2019
- Provas
- Disciplina
- Sociologia
- Assuntos
Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron, em
pesquisa dos anos 1960 sobre o sistema escolar
francês, demonstraram como o mecanismo
pedagógico das escolas focava, para a formação dos
alunos, em um corpo de saberes (ciências da
natureza, matemática, literatura, artes) que
concedia vantagens aos filhos das classes mais
abastadas economicamente, pois estes já chegavam
“de casa” para o ambiente de ensino com um
“capital cultural” – conjunto de conhecimentos e
habilidades adquiridos – adequado com as
exigências desse corpo de saberes. As “classes
dominantes” podem proporcionar aos seus filhos e
filhas o contato desde a mais tenra infância com
leituras, artes e, mesmo, raciocínios lógicos no
convívio diário com a família. A crítica dos referidos
autores, em resumo, àquele sistema escolar francês
foi a de que a pedagogia adotada criava uma
espécie de “Escola Indiferente” que tratava como
iguais, em direitos e deveres escolares, alunos
desiguais em “capital cultural”. Os critérios exigidos
para a avaliação do êxito escolar eram os mesmos
para todos os estudantes sem tratar suas diferenças
de “capital cultural” ligadas às condições
socioeconômicas.
BOURDIEU, Pierre e PASSERON, Jean-Claude. Os
Herdeiros: os estudantes e a cultura.
Florianópolis: Editora da UFSC, 2014.
Sobre essa “Escola Indiferente”, sugerida pelos
autores acima citados, é correto concluir que