Senge (1990) conceitua organizações que permitem às pessoas expandirem continuamente sua capacidade de criar resultados que realmente desejam, onde surgem novos e elevados padrões de raciocínio, onde a aspiração coletiva é libertada e a aprendizagem em grupo é priorizada como Organizações de Aprendizagem. São instituições que estão continuamente expandindo sua capacidade de criar seu futuro, por meio da descoberta de como despertar o empenho e a capacidade de aprender das pessoas em todos os níveis da organização (SENGE, 1990). Segundo o autor, o que distingue uma organização de aprendizagem é o domínio das seguintes cinco disciplinas:
- Domínio Pessoal: Esta disciplina refere-se à clareza dos objetivos pessoais. O autor a descreve como aprender a expandir as capacidades pessoais para obter os resultados desejados e criar um ambiente empresarial que estimule todos os colaboradores (funcionários) a buscar e alcançar seus objetivos sem medo dos erros; em outras palavras, aprender a aproximar a realidade da visão pessoal.
- Modelos Mentais: Senge (1990) defende que a disciplina “Modelos Mentais" tem associação com ideias profundamente arraigadas, generalizações, ou mesmo imagens que influenciam o modo de encarar o mundo e as atitudes das pessoas. Segundo o autor, quando a empresa está desenvolvendo uma cultura organizacional voltada para o aprendizado, deve conhecer os modelos mentais de seus funcionários e concentrar esforços para eliminar aqueles modelos que bloqueiam a aprendizagem, a criatividade e a iniciativa individual.
- Objetivo Comum (Visão Compartilhada): A terceira disciplina passa obrigatoriamente pela existência de objetivos pessoais, que proporcionam energia e engajamento. Portanto, a primeira disciplina – o domínio pessoal – é condição necessária para que a formação de um objetivo comum possa se desenvolver. Não ter objetivo pessoal leva os indivíduos a simplesmente endossar objetivos alheios, o que envolve aceitação ou obediência, mas não gera comprometimento. Ao contrário, se as pessoas definem um objetivo comum, o produto final é sinérgico, representando um direcionamento construído pela coletividade.
- Aprendizado em Grupo: Senge (1990) afirma que esta é uma disciplina de integração grupal. Por meio de técnicas como o diálogo e a discussão produtiva, as equipes transformam seu pensamento coletivo, aprendendo a mobilizar suas energias e ações para alcançar metas comuns, extraindo uma inteligência e capacidade maior do que a soma dos talentos individuais.
- Pensamento (ou raciocínio) sistêmico: De acordo com Senge (1990), raciocínio sistêmico é uma estrutura conceitual, um conjunto de conhecimentos e instrumentos desenvolvidos nos últimos cinquenta anos, que tem por objetivo tornar mais claro todo o conjunto e mostrar as modificações a serem feitas a fim de melhorá-lo. A essência do raciocínio sistêmico, segundo o autor, está na mudança de mentalidade das pessoas, o que significa:
a) Ver inter-relações, ao invés de cadeias lineares de causa e efeito, ou seja, perceber que o mundo não é composto por uma série de eventos lineares, ao contrário, os eventos relacionam-se formando redes e ciclos que interagem entre si;
b) Ver processos de mudança, ao invés de acontecimentos instantâneos.
SENGE, P. M. A quinta disciplina. 7.ed. São Paulo: Best Seller, 1990.
GABARITO: C