Questão 3889240

• Banca: Quadrix
• Órgão: CFP
• Ano: 2020
• Provas: Quadrix - 2020 - CFP - Especialista em Psicologia - Avaliação Psicológica
• Disciplina: Psicologia
• Assuntos: Psicodiagnóstico e Avaliação Psicológica; Avaliação Psicológica

Villemor-Amaral e Resende (2018) explicitam um novo modelo de avaliação psicológica no Brasil. Com relação a esse novo modelo, de acordo com as autoras, assinale a alternativa correta.

• A. O foco é a coleta de informações sobre o cliente ou os clientes (família, empresa, contexto judiciário etc.), com o objetivo de fazer indicações terapêuticas ou outros tipos de intervenção mais adequados para a situação. Contudo, nem sempre a pessoa se sente realmente compreendida e motivada a levar adiante as recomendações derivadas das avaliações.
• B. Nesse novo modelo, a qualidade dos instrumentos é mais importante para alcançar resultados verdadeiramente úteis que a habilidade do avaliador de fazer daquela experiência algo positivamente significativo para o avaliado.
• C. O novo modelo é tão eficiente que a aliança no trabalho de investigação não é tão útil para o efeito pretendido, isto é, para o encaminhamento mais adequado possível ao caso.
• D. Constitui um método específico de avaliação colaborativa que visa à intervenção psicológica em um modelo semiestruturado, organizado em etapas, no qual o teste psicológico é usado no centro de uma intervenção terapêutica limitada no tempo.
• E. Uma de suas vantagens é o efeito iatrogênico, ou seja, o efeito de simplesmente ampliar o potencial transformador que uma avaliação psicológica pode ter sobre o avaliando. Por efeito iatrogênico se entende uma peça do quebra-cabeça que foi encontrada, resultando em insight e em bem-estar do cliente.

Gabarito: D

Comentários

• As autoras referenciadas no comando da questão propõe um novo modelo de avaliação psicológica o qual nomeiam de Avaliação Terapêutica (AT), que constitui um método específico de avaliação colaborativa que difere dos objetivos e técnicas tradicionais da avaliação psicológica e visa também a intervenção psicológica, em um modelo semiestruturado. Basicamente, ela consiste em uma forma de avaliação psicológica colaborativa, organizada em etapas, na qual o teste psicológico é usado  
  no centro de uma intervenção terapêutica limitada no tempo.
  
  Trata-se de um processo no qual dois observadores (avaliador e avaliado) produzem uma compreensão construída por meio do compartilhamento de observações dos problemas expostos pelo avaliado, considerando três aspectos:
  - os valores do avaliado;
  - as teorias leigas do avaliado; e
  - as teorias profissionais do avaliador.
  
  Nesse contexto, os testes psicológicos são elementos cruciais da AT, pois representam situações controladas para observar e definir uma realidade. Uma definição do problema em questão a ser mutuamente acordada, para entender, contextualizar e intervir nos comportamentos problemáticos dos clientes.
  
  A AT é organizada de forma semiestruturada,  como já dito, podendo ser descrita em cinco passos principais. O primeiro consiste em formular junto com o cliente  
  questões de avaliação. O segundo passo consiste na aplicação de testes psicológicos padronizados que estão claramente relacionados com a investigação das questões feitas pelo cliente. O terceiro passo fundamenta-se na sessão de intervenção realizada pelo avaliador, na qual poderá utilizar materiais de teste de maneira diferente da aplicação padronizada, ou outros procedimentos, para ajudar os clientes a perceberem ou encontrarem respostas importantes para suas questões de avaliação
  O quarto passo, momento de resumo e discussão dos achados na AT, baseia-se na revisão dialogada das descobertas da avaliação para responder diretamente às questões formuladas no início e finaliza com a entrega do resumo escrito dos resultados da avaliação, que será feita alguns dias depois. O quinto e último passo consiste em uma sessão de follow-up (acompanhamento) após dois a quatro  
  meses da sessão de discussão dos resultados. Essa sessão permite avaliar as mudanças que ocorreram na vida do cliente desde a avaliação, propicia ao avaliador uma oportunidade de abordar possíveis novas perguntas dos clientes que podem ainda ser esclarecidas pelos resultados dos testes, ou retomar questões que não foram suficientemente esclarecidas, bem como refinar as recomendações de tratamento, processando-se formalmente o encerramento da AT.
  
  VILLEMOR-AMARAL, Anna Elisa de; RESENDE, Ana Cristina. Novo Modelo de Avaliação Psicológica no Brasil. Psicol. cienc. prof.,  Brasília ,  v. 38, n. spe, p. 122-132,    2018 .
  
  
  Gabarito do professor: Letra D.
  
  
  
  
  

• A meu ver, trata-se do conceito de psicodiagnóstico e não de avaliação psicológica como um todo, como aponta o enunciado.

• E qual seria o erro da letra A?