Errado.
No Traité, Paul Otlet define o objeto de estudo da documentação - o documento -, propõe metodologias e técnicas para estudá-lo.
Para Otlet, o livro é a materialização do pensamento; este, por sua vez, é a imagem das coisas, é a imagem daquilo que existe; o livro é, pois, uma reprodução da realidade que tem o mundo como modelo; em decorrência, o livro seria, por acumulação ou no seu conjunto, a própria realidade registrada.
Otlet realmente faz análise sobre o livro, porém o objeto de estudo foi a Documentação, que abrange muitos outros elementos.
Acrescentando...
1. Livro (bíblion,* documento ou grama) é o termo convencional aqui empregado para designar toda espécie de documento. Abrange não apenas o livro propriamente dito, manuscrito ou impresso, mas também revistas, jornais, textos escritos e reproduções gráficas de qualquer espécie, desenhos, gravuras, mapas, esquemas, diagramas, fotografias, etc. A documentação no sentido lato do termo abrange o livro, isto é, meios que servem para representar ou reproduzir determinado pensamento, independentemente da forma como se apresente.
2. O livro assim entendido apresenta um duplo aspecto:
a) é, primordialmente, uma obra feita pelo homem, o resultado de seu trabalho intelectual;
b) mas, multiplicado em inúmeros exemplares, apresenta-se também como um dos inúmeros objetos criados pela civilização e capazes de sobre ela produzir efeito; isso é próprio de todo objeto que possua caráter corporal e que se organiza tecnicamente.
Gab. Errado
Otlet, Paul (1868–1944). Traité de documentation: le livre sur le livre: théorie et pratique. Bruxelles: Editiones Mundaneum; Palais Mondial; Imp. Van Keerberghen & fils, 1934. 431 p. Disponível em: https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/32627/1/LIVRO_TratadoDeDocumenta%C3%A7%C3%A3o.pdf