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ID
3898567
Banca
Quadrix
Órgão
CFP
Ano
2020
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

Segundo Simonetti (2013), assinale a alternativa correta acerca da intervenção do psicólogo junto ao paciente em cada estágio da doença.

Alternativas
Comentários
  • Simonetti aponta quatro posições passiveis de serem assumidas pelo paciente em rrelação à sua doença. A posição em que o paciente se encontra na órbita da doença é o melhor que ele pode fazer naquele momento: ele não está nessa posição para provocar ninguém, e se pudesse agir de modo mais produtivo já o teria feito, mas não pode ainda. O normal é o ser humano ter dificuldades para se adaptar à doença.



    Vamos analisar cada uma das alternativas comentando as quatro posições:
    A)  ERRADA. Se o paciente nega a doença mas aceita bem o tratamento, o psicólogo não deve fazer nada, é melhor deixar como estar e ficar atento, porque provavelmente logo surgirão os sinais de que ele já pode reconhece-la. 

    B) ERRADA. O psicólogo de mediar essas situações, escutando as queixas mais como uma testemunha do que como um juiz.

    C) ERRADA.  Quando a depressão é um instrumento de preparação para as perdas iminentes, o encorajamento e o otimismo exagerado não tem razão de ser. O trabalho psicológico geralmente é silencioso, em contraposição ao que sugere a alternativa, que requer muita conversa. No pesar preparatório há pouca ou nenhuma necessidade de palavras, em geral um toque carinhoso de mão, um afago nos cabelos ou apenas um silencioso sentar-se ao lado é suficiente. 

    D) CORRETA. Se além de negar a existência da doença o paciente também recusar o tratamento, e isso colocar em risco a sua condição clínica, cabe então dizer a ele que existe, sim, um problema de saúde a ser tratado, e cabe escutar sua resposta sem entrar em disputa; afinal, essa afirmação é mais uma provocação para fazê-lo falar do que uma instrução a ser cumprida. Simultaneamente a essa afirmação, o psicólogo deve se interessar pelos motivos do paciente para recusar o tratamento. O objetivo da psicologia hospitalar não é convencer o paciente de que ele é um doente, nem forçá-lo a concordar com o diagnóstico médico; tudo o que o psicólogo deseja é que o paciente fale, fale de si, da doença, do que quiser. Quando o paciente pode falar livremente, a negação não raro se desvanece. 

    E) ERRADA. Diante de um paciente na posição de revolta o psicólogo deve focalizar a verdade da pessoa e não apenas o errado da situação. Esse é um principio fundamental, válido para todas as situações em psicologia hospitalar. Todo problema envolvendo pacientes apresenta essas duas facetas, como dois lados de uma moeda: o que é errado do ponto de vista do tratamento médico, e o que é certo do ponto de vista da vivência do paciente. Existe sempre uma verdade no sentimento do paciente que o leva a um ato errado; há sempre uma intenção positiva embutida em um comportamento negativo. O psicólogo não precisa concordar com o comportamento, mas pode reconhecer a autenticidade dos sentimentos do paciente; isso ajuda enormemente. 

    Gabarito do Professor: Letra D.


  • Gabarito D.

    A - Não se deve confrontar o paciente, tendo em vista que, pelo menos naquele momento, a negação é o único mecanismo possível para lidar com o adoecimento;

    B - É comum que na fase da revolta o paciente se comporte assim, entretanto, assim como mencionado acima, não é função do psicólogo, repreender ou, de qualquer forma, tentar controlar ou modificar diretamente as formas de afeto do paciente;

    C - Não se fala sobre estes tipos de intervenção, pelo contrário, menciona-se que não se recomenda, neste quadro, intervenções do tipo otimista;

    D - Correta.

    E - Todas as intervenções devem se basear numa perspectiva de acolhimento, numa abordagem compreensiva e não de ênfase no erro.