Questão 3899383

• Banca: Quadrix
• Órgão: CFP
• Ano: 2020
• Provas: Quadrix - 2020 - CFP - Especialista em Psicologia - Clínica
• Disciplina: Psicologia
• Assuntos: Freud; Psicoterapias; Teorias da Personalidade; Teorias e Técnicas Psicoterápicas

De acordo com Volich, a intensa implicação exigida do terapeuta no trabalho com os pacientes mais desorganizados em sua economia psicossomática é muitas vezes questionada e, mesmo, criticada por aqueles que se aferram, a todo custo, ao princípio de neutralidade terapêutica e aos dogmas de escolas. Essa implicação é, porém, inevitável, não apenas para tornar minimamente eficaz a clínica desses pacientes, mas, inclusive, antes disso, para viabilizá-la. A partir dessas informações, julgue os próximos itens.

I. É importante considerar que acolher não significa assumir a vida ou o desejo do outro e que compreender não significa ser condescendente. 

II. Compartilhar não implica em realizar concretamente aquilo que os limites do paciente impedem que ele mesmo realize. 

III. A regra da abstinência do analista, preconizada por Freud, continua a ter função em sua essência, mesmo que uma implicação maior do terapeuta seja necessária.

Assinale a alternativa correta. 

• A. Apenas os itens I e II estão certos.
• B. Apenas o item I está certo.
• C. Apenas o item II está certo.
• D. Apenas o item III está certo.
• E. Todos os itens estão certos.

Gabarito: E

Comentários

• A questão é implícita e quer saber do candidato sobre formas de neutralidades do terapeuta dentro do setting terapêutico da psicanálise. Todas as alternativas estão corretíssimas.

• O autor Rubens Marcelo Volich, debate em seu artigo publicado na Internet, sob o título "A clínica dos farrapos: por uma clínica psicanalítica das desorganizações", a intensa implicação exigida do terapeuta no trabalho com os pacientes mais desorganizados em sua economia psicossomática. Tal implicação é muitas vezes questionada e, até mesmo, criticada por aqueles que se aferram, a todo custo, ao principio de neutralidade terapêutica, aos dogmas de escolas. Essa implicação é, porém, inevitável, não apenas para tornar minimamente eficaz a clínica desses pacientes, mas, mesmo antes disso, para viabilizá-la. 
  
  O autor salienta que é importante considerar que acolher não significa assumir a vida ou o desejo do outro. Compreender não significa ser condescendente. Compartilhar não implica em realizar concretamente aquilo que os limites do paciente impedem que ele mesmo realize. Aguardar o momento em que seja possível para o paciente receber e elaborar interpretações mais profundas, simbólicas, transferências e interpretações das resistências não significa omissão. A regra da abstinência do analista, preconizada por Freud, continua a ter função em sua essência, mesmo que uma implicação maior do terapeuta seja necessária para esses casos.
  
  
  Gabarito do Professor: Letra E.