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ID
3900445
Banca
UFU-MG
Órgão
UFU-MG
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

No nada. Era em um lugar assim, no meio do mato, sem sinal de celular, longe do trânsito, da pressão do trabalho e dos motivos que o levaram a um quadro de arritmia cardíaca, que o advogado gaúcho José Henrique Costa, 52, pretendia passar as últimas férias. "Queria um destino em que pudesse manter algumas práticas que comecei depois que tive um quadro grave de estresse, como ioga, meditação e nadismo, que conheci pela internet", diz.
Nadismo é um movimento que, como diz o nome, consiste em incentivar pessoas a passar algumas horas fazendo, literalmente, coisa nenhuma. Nada mesmo, Ihufas, patavina – basta ficar sentado ou deitado e se colocar em estado de inatividade. Quanto mais inútil, melhor.

MOLINERO, Bruno. Nada melhor do que não fazer nada. Folha de S. Paulo, Turismo D4, 10 de dezembro de 2015. (Fragmento)

As formas verbais em destaque indicam, respectivamente, uma ação

Alternativas
Comentários
  • Contestação do site Nacional Online:

    Gabarito: D

    Resolução: A forma verbal “levaram”, flexionada no pretérito mais que perfeito, indica uma ação finalizada antes de outra ação também finalizada. Além disso, a forma verbal “pretendia”, no pretérito imperfeito, revela uma ação passada em andamento.

    Contestação - Pedido de mudança de gabarito

    Esse exercício envolve o valor do pretérito mais-que-perfeito do indicativo e o do pretérito imperfeito do indicativo, respectivamente. O pretérito mais-que-perfeito tem como principal função enunciar anterioridade em relação a outra ação passada. No texto de referência, ocorre exatamente isso:

    “No nada. Era em um lugar assim, no meio do mato, sem sinal de celular, longe do trânsito, da pressão e dos motivos que o levaram a um quadro de arritmia cardíaca, que o advogado gaúcho José Henrique Costa, 52, pretendia passar as últimas férias.”

    Note-se que nesse período existem três verbos: “era”, “levaram” e “pretendia”. A Leitura desse trecho revela que o as informações relacionadas aos verbos “ser” e “pretender” são posteriores ao quadro de arritmia a que o advogado gaúcho foi levado. Ou seja, primeiro “os motivos o levaram a um quadro de arritmia cardíaca”, depois houve a pretensão de passar as férias em um lugar assim: no nada. Não existe nenhuma ação no texto que seja anterior à ação expressa pelo mais-que-perfeito do indicativo. Importante: “lugar no meio do mato, sem sinal de celular, longe do trânsito e dos motivos” não configura uma ação, mas um lugar. No gabarito preliminar, sugere-se que esse verbo – levaram – expressa valor típico do futuro do pretérito do indicativo! Não há ação cronologicamente anterior a essa, no trecho apresentado. O caso de arritmia é anterior a todas as outras ações. E mais: é a motivadora ou a causa delas.

    O pretérito imperfeito do indicativo, em “pretendia”, por sua vez, cumpre o valor e o aspecto que lhe são comuns: ação passada não concluída, com ideia de continuidade e duração, de aspecto durativo.

    No gabarito preliminar, sugere-se que esse tempo verbal funcione como o pretérito mais-que-perfeito do indicativo (uma ação anterior a outra passada). Repare-se ainda no primeiro parágrafo, a ação de pretender (pretendia) é posterior a todas as outras do passado: “levaram”, “queria”, “comecei” “tive”, não anterior como sugere o item.

    Há de registrar ainda que o verbo “dizer” (diz), no final do parágrafo não está no passado, mas no presente.

    Conclusão: considerando que o texto apresentado não trata de usos especiais ou literários dos tempos verbais, já que cumprem suas funções comuns. Essas funções estão registradas no item D: respectivamente ação “passada anterior a outra também passada” – levaram é anterior a pretendia; “uma ação passada em andamento” – pretendia apresenta aspecto durativo (em andamento, no passado).

    Isso considerando, pedimos a revisão do gabarito: alternativa D