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ID
3919054
Banca
COMPERVE
Órgão
TJ-RN
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

O texto abaixo servirá de base para a questão.

 Óculos com luz e joia no rosto são novas armas contra reconhecimento facial

Letícia Naísa

A indústria fashion começa a oferecer produtos para quem não quer ser reconhecido por câmeras de vigilância. Podem ser óculos que emitem luz, joias que confundem o scanner facial ou máscaras que distorcem as feições. A rápida expansão da tecnologia de reconhecimento inspirou a artista polonesa Ewa Nowak a criar máscaras para driblar as autoridades. Feitas de metal, as joias prometem embaralhar os algoritmos e impedir que os rostos sejam reconhecidos por câmeras.

O projeto foi chamado de "Incognito" e consiste em um tipo de óculos que cobre parte da testa e das maçãs do rosto. "Este projeto foi precedido por um estudo de longo prazo sobre forma, tamanho e localização dos elementos da máscara para que ela realmente cumprisse sua tarefa", escreve Nowak em sua página. Segundo ela, a máscara foi testada no algoritmo DeepFace, do Facebook, e passou na prova: seu rosto não foi reconhecido.

Ainda há muito debate e muita pesquisa em torno da eficiência da tecnologia de reconhecimento facial, especialmente com os falsos positivos: a câmera diz que uma pessoa é, na verdade, outra. Especialistas apontam que ainda há muitas falhas em reconhecer rostos fora do padrão de homens brancos. "Se a gente aplica essas tecnologias de maneira errônea e ela indica que o meu rosto é de uma pessoa suspeita, a tendência é que oficiais deem crédito ao equívoco, e abre-se margem a abuso policial, porque tem indício de que você é uma pessoa suspeita e aí pode-se inverter o princípio da inocência, que é fundamental", afirma Joana Varon, diretora executiva da Coding Rights, organização de defesa dos direitos humanos na internet.

A preocupação com o reconhecimento facial tem crescido nos últimos anos, visto que a tecnologia tem sido usada para fins de segurança pública e privada e de marketing. No Brasil, a novidade já chegou. Durante o carnaval deste ano, um homem foi preso depois de ser reconhecido por uma câmera, e a ViaQuatro do metrô paulista foi impedida de usar o reconhecimento facial. O debate sobre a regulamentação da tecnologia está previsto na Lei Geral de Proteção de Dados, que entrará em vigor em agosto de 2020.

Para Pollyana Ferrari, professora da PUC-SP e pesquisadora de mídias sociais, é preciso que os governos regulamentem o uso de nossas "pegadas digitais", sejam likes, compras, navegação ou biometria. "Os riscos da tecnologia são os usos não declarados; na maior pa rte das vezes, não sabemos o que será feito da nossa biometria", diz. "Cada vez a driblamos menos", afirma.

Quanto à eficiência do Incognito, as especialistas ainda são céticas, mas Varon reconhece que há uma tendência na tentativa de hackear o sistema de vigilância da tecnologia de reconhecimento facial. O próprio "Incognito" foi inspirado em um projeto japonês que criou óculos com luzes que impedem a tecnologia de reconhecer rostos. Em Hong Kong, durante a onda de protestos na China, os jovens usaram máscaras, lenços e lasers para enganar as câmeras. 

Para Varon, a via legislativa e moratórias para uso da tecnologia são vias eficientes. Nos Estados Unidos, algumas cidades já baniram o uso de reconhecimento facial na segurança e impediram empresas que desenvolvem softwares de venderem para esse fim. "O que funciona é ter uma visão crítica e ampliar o debate sobre quão nocivo pode ser o uso dessa tecnologia, seja por discriminação de pessoas, seja por coleta abusiva de expressões faciais, sentimentos, humores, visando manipular mentes, e o debate sobre o guardo e o compartilhamento desses dados, que são extremamente sensíveis", afirma. 

Para Ferrari, o projeto enquanto artístico é válido. "O papel da arte sempre foi nos tirar da zona de conforto. Então, esse movimento que se declara contra a vigilância governamental e corporativa, com joias, óculos de LED e máscaras, é bem oportuno, pois nos alerta para algo que já nos afeta diariamente", opina. 


Disponível em: https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2019/10/30/artista -cria-mascara-anti-reconhecimento-facial.htm. Acesso em: 27 jan. 2020. [Adaptado]

Para responder à questão, considere o excerto transcrito abaixo.

“O papel da arte sempre foi nos tirar da zona de conforto. Então[1], esse movimento que se declara contra a vigilância governamental e corporativa, com joias, óculos de LED e máscaras, é bem oportuno, pois[2] nos alerta para algo que já nos afeta diariamente”, opina.

No contexto em que é utilizado, o excerto corresponde a

Alternativas
Comentários
  • ✅ Gabarito: A

    Para Ferrari, o projeto enquanto artístico é válido. "O papel da arte sempre foi nos tirar da zona de conforto. Então, esse movimento que se declara contra a vigilância governamental e corporativa, com joias, óculos de LED e máscaras, é bem oportuno, pois nos alerta para algo que já nos afeta diariamente", opina. 

    ➥ As aspas estão marcando a transcrição literal/fiel daquilo dito por Ferrari= DISCURSO DIRETO.

    ➥ FORÇA, GUERREIROS(AS)!!

  • A questão exige conhecimento sobre a classificação do discurso. Teremos que avaliar o trecho exposto que foi retirado do texto e indicar por meio de uma das alternativas a sua classificação.

    ➡Para Ferrari, o projeto enquanto artístico é válido. "O papel da arte sempre foi nos tirar da zona de conforto. Então, esse movimento que se declara contra a vigilância governamental e corporativa, com joias, óculos de LED e máscaras, é bem oportuno, pois nos alerta para algo que já nos afeta diariamente", opina. 

    O termo entre aspas é uma reprodução fiel sobre a opinião de Ferrari, podemos ler essa informação no último parágrafo. Analisemos alternativa por alternativa após essa informação.

    a) um discurso direto.

    Correta. O discurso direto o escritor apresenta a personagem e deixa-a expressar-se, reproduzindo-lhe textualmente as palavras; como que a anunciar tais palavras aparece um dos chamados verbos dicendi (disse, acrescentou, perguntou, respondeu, opina), que pode precedê-las, encerrá-las, ou nelas intercalar-se, ou seja, é reproduzida fielmente a fala de outra pessoal no texto do autor. O texto faz isso ao colocar a fala de Ferrari entre aspas e a reproduzindo.

    b) um discurso indireto.

    Incorreta. O discurso indireto é o que consiste no seguinte: o autor encaixa no seu próprio discurso as palavras da personagem, propondo-se tão somente a transmitir-lhes o sentido intelectual e não a forma lingüística que as caracteriza; usa também de um verbo dicendi, porém seguido de oração introduzida por um elo subordinativo, que é, na maioria das vezes, a conjunção integrante

    Ex: O alfinete disse à agulha que fizesse como ele, que não abria caminho para ninguém.

    c) uma modalização em discurso segundo.

    Incorreta. Aqui o enunciador mostrar que não é responsável por um determinado discurso: apenas indica que está se apoiando em um texto alheio e usa muito estas palavras ( : “segundo fulano”, “de acordo com beltrano”, “baseado em tal pessoa”,)

    Ex: Segundo João esse é o melhor dia para jogar futebol.

    d) uma ilha textual.

    Incorreta. Ilha textual ou ilha enunciativa é uma forma híbrida de citação, pois usa tanto o discurso direto como o indireto. Vejam o exemplo abaixo que o é usado o que o autor disse e entre aspas é reproduzido fielmente o que ele disse como forma de misturar ambos os discursos.

    Ex: O autor disse que escreveu " para ser feliz" e com isso foi bem sucedido.

    Referencias bibliográficas

    ROCHA LIMA, C. H. Gramática normativa da língua portuguesa. 49. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2011

    MAINGUENEAU, D. Análise de textos de comunicação. São Paulo: Cortez, 2001.

    SAVIOLI, F. P.; FIORIN, J. L. Lições de textos: leitura e redação. São Paulo: Ática, 1996.

    GABARITO A

  • O trecho transcrito é um discurso direto pois é caracterizado por ser uma transcrição exata da fala das personagens, sem participação do narrador.

    Portanto, gabarito letra A.

  • GABARITO LETRA A

  • ✔️ PARA AJUDAR A FIXAR

    DICA: OBSERVE SEMPRE O FINAL DAS TRANSCRIÇÕES PARA GANHAR TEMPO:

    TERÁ A "MARCAÇÃO" DO DISCURSO DIRETO AO FINAL DELA PROVAVELMENTE:

    > DIZ > DISSE > ARGUMENTOU > AFIRMOU > EXPLICOU > OPINA (QUESTÃO)

    “O papel da arte sempre foi nos tirar da zona de conforto. Então[1], esse movimento que se declara contra a vigilância governamental e corporativa, com joias, óculos de LED e máscaras, é bem oportuno, pois[2] nos alerta para algo que já nos afeta diariamente”, opina.

    ✍ GABARITO: A